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Por que a agrofloresta é uma grande oportunidade para a Amazônia

O sistema que combina agricultura e manejo florestal permite ganhos com vários produtos. Tem potencial para gerar renda e empregos

Samaúma a grande arvore da Amazônia - Amazonia - Parque Nacional do Jaú - AM - Rio Negro - Selva - Expedição Katerre - Natureza - foto: Leandro Fonseca data: 04/2022 (Leandro Fonseca/Exame)
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Da Redação

Publicado em 6 de fevereiro de 2023 às 18h32.

Última atualização em 6 de fevereiro de 2023 às 18h34.

A Amazônia é um terreno muito fértil para soluções baseadas em natureza que permitem tirar carbono da atmosfera e preservá-lo em forma de floresta. E, ao mesmo tempo, gerar produtos valiosos para diversos setores, como alimentação e vestuário. Isso tudo, é claro, impacta a população local não só com a geração de renda e empregos, mas também de marcas e inovação. Não à toa, cada vez mais empresas, empreendedores e investidores estão entendendo o potencial desse negócio.

O mais recente exemplo disso é a iniciativa do Fundo Vale que, para acelerar ainda mais essa transformação rumo a uma economia baseada em tais oportunidades, lançou um programa de inovação para apoiar negócios do ecossistema de carbono agroflorestal, o Desafios Floresta & Clima – Edição Carbono, iniciativa cujo objetivo é incentivar novas soluções dentro desse terreno riquíssimo bio e sociodiverso que é a floresta amazônica. Interessados em participar podem se inscrever até 16 de fevereiro, pelo site desafiosflorestaeclima.com.br. Giovana Gohr Serenato, líder de inovação socioambiental do Fundo Vale, explica que o modelo da agrofloresta é aquele que associa a produção de alimentos à preservação das florestas. “Hoje existe uma potencialidade grande em áreas que estão em condições de serem recuperadas e as técnicas do sistema agroflorestal são as mais apropriadas para isso”, diz ela. “Além desses produtos sendo cultivados e colhidos em diferentes tempos, quando estamos olhando para uma área, especialmente as que queremos restaurar, o carbono pode ser um dos elementos para a geração de renda. A ideia é que do mesmo jeito que essas propriedades vão vender, por exemplo, cacau, frutas e leite, possam também vender crédito de carbono”, explica.

Essa economia da sociodiversidade é, particularmente, adequada para uma região da Amazônia onde há predomínio de áreas desmatadas. A Amazônia não tem uma solução única, ela tem uma solução para cada parte. O Projeto Amazônia 2030 identificou cinco grandes áreas geográficas e cada uma tem um conjunto de soluções. A área já predominantemente desmatada corresponde a 729.781,76 km2 e é onde estão os municípios com taxa de cobertura florestal menor do que 20%.

Trata-se de um território onde há muita floresta (equivalente ao que restou de  toda a Mata Atlântica) mas que é predominantemente ocupado por áreas abertas. Ali, há terras degradadas com potencial de recuperação e é ali que está a população que pode se beneficiar de práticas agrícolas como a agrofloresta. Além disso, essa região tem agricultura e produção degradada que ganharia com aumento de produtividade e, por isso, é também onde vale a pena construir estradas e infraestrutura. Então a agrofloresta é uma grande oportunidade para esses municípios dessa área da Amazônia.

O potencial de novos negócios nessa região da Amazônia é imenso e há muitas iniciativas apostando em incentivos de desenvolvimento, como a AMAZ, aceleradora de negócios ligada ao Idesam. Junto a isso, muitos grupos têm trabalhado para criar uma cultura de empreendedorismo e de busca de soluções, como o Centro de Empreendedorismo da Amazônia, que faz parte da base do Amazônia 2030. Nós acreditamos tanto nisso que uma mostra desse potencial foi o sucesso da 4ª edição da Conexão Pelo Clima, maior feira de negócios pelo clima da América Latina, realizada pelo Instituto O Mundo que Queremos e CDP Latin America. O tema central de 2022 foi a economia de produtos da floresta, mostrando como essas soluções têm potencial de trazer dinheiro, gerar renda, negócios e produtos.

*Alexandre Mansur é diretor de projetos do Instituto O Mundo Que Queremos.

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A Amazônia é um terreno muito fértil para soluções baseadas em natureza que permitem tirar carbono da atmosfera e preservá-lo em forma de floresta. E, ao mesmo tempo, gerar produtos valiosos para diversos setores, como alimentação e vestuário. Isso tudo, é claro, impacta a população local não só com a geração de renda e empregos, mas também de marcas e inovação. Não à toa, cada vez mais empresas, empreendedores e investidores estão entendendo o potencial desse negócio.

O mais recente exemplo disso é a iniciativa do Fundo Vale que, para acelerar ainda mais essa transformação rumo a uma economia baseada em tais oportunidades, lançou um programa de inovação para apoiar negócios do ecossistema de carbono agroflorestal, o Desafios Floresta & Clima – Edição Carbono, iniciativa cujo objetivo é incentivar novas soluções dentro desse terreno riquíssimo bio e sociodiverso que é a floresta amazônica. Interessados em participar podem se inscrever até 16 de fevereiro, pelo site desafiosflorestaeclima.com.br. Giovana Gohr Serenato, líder de inovação socioambiental do Fundo Vale, explica que o modelo da agrofloresta é aquele que associa a produção de alimentos à preservação das florestas. “Hoje existe uma potencialidade grande em áreas que estão em condições de serem recuperadas e as técnicas do sistema agroflorestal são as mais apropriadas para isso”, diz ela. “Além desses produtos sendo cultivados e colhidos em diferentes tempos, quando estamos olhando para uma área, especialmente as que queremos restaurar, o carbono pode ser um dos elementos para a geração de renda. A ideia é que do mesmo jeito que essas propriedades vão vender, por exemplo, cacau, frutas e leite, possam também vender crédito de carbono”, explica.

Essa economia da sociodiversidade é, particularmente, adequada para uma região da Amazônia onde há predomínio de áreas desmatadas. A Amazônia não tem uma solução única, ela tem uma solução para cada parte. O Projeto Amazônia 2030 identificou cinco grandes áreas geográficas e cada uma tem um conjunto de soluções. A área já predominantemente desmatada corresponde a 729.781,76 km2 e é onde estão os municípios com taxa de cobertura florestal menor do que 20%.

Trata-se de um território onde há muita floresta (equivalente ao que restou de  toda a Mata Atlântica) mas que é predominantemente ocupado por áreas abertas. Ali, há terras degradadas com potencial de recuperação e é ali que está a população que pode se beneficiar de práticas agrícolas como a agrofloresta. Além disso, essa região tem agricultura e produção degradada que ganharia com aumento de produtividade e, por isso, é também onde vale a pena construir estradas e infraestrutura. Então a agrofloresta é uma grande oportunidade para esses municípios dessa área da Amazônia.

O potencial de novos negócios nessa região da Amazônia é imenso e há muitas iniciativas apostando em incentivos de desenvolvimento, como a AMAZ, aceleradora de negócios ligada ao Idesam. Junto a isso, muitos grupos têm trabalhado para criar uma cultura de empreendedorismo e de busca de soluções, como o Centro de Empreendedorismo da Amazônia, que faz parte da base do Amazônia 2030. Nós acreditamos tanto nisso que uma mostra desse potencial foi o sucesso da 4ª edição da Conexão Pelo Clima, maior feira de negócios pelo clima da América Latina, realizada pelo Instituto O Mundo que Queremos e CDP Latin America. O tema central de 2022 foi a economia de produtos da floresta, mostrando como essas soluções têm potencial de trazer dinheiro, gerar renda, negócios e produtos.

*Alexandre Mansur é diretor de projetos do Instituto O Mundo Que Queremos.

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