A jujuba vegana da Amazônia
Startup produz balas de goma com os sabores e a cultura da Amazônia para o mundo.
Colunista
Publicado em 17 de novembro de 2023 às 14h09.
O empreendedor Mércio Sena, de Minas Gerais, diz que tem duas grandes paixões: as questões socioambientais e as balas de goma (ou jujubas). Então, ele decidiu juntar as duas paixões em um negócio inovador. Foi daí que surgiu a Manawara, uma empresa de impacto socioambiental especializada na produção de alimentos a partir de ingredientes amazônicos. A premissa do fundador era de que seus produtos deveriam ser amazônicos, veganos, sem glúten, sem lactose, sem corante e sem aromatizante.
Para a Manawara existir foram anos de pesquisa e busca por investimentos. Seus alimentos foram desenvolvidos em parceria com dois renomados institutos brasileiros – ITAL (Instituto de Tecnologia de Alimentos) e Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Hoje, a startup tem mais de 20 produtos sendo comercializados e muitos outros sendo testados, entre balas de frutas de sabores variados, castanhas e biscoitos.
Isso porque cada produto da marca traz muita história, tem um cuidado efetivo com as pessoas e com a natureza, e pratica o comércio justo nas associações e comunidades ribeirinhas na Amazônia.
O guaraná utilizado pela empresa vem de Maués, a castanha é proveniente da Assoab (Associação dos Agropecuários de Beruri), que atua na Resex Mamirauá, ambos no Amazonas. O polvilho dos biscoitos vem de Iranduba (AM), o mel de Boa Vista do Ramos (AM), a farinha de coco de produtores do Acre.
A Amazônia abriga uma variedade de produtos naturais compatíveis com a floresta, que podem contribuir para a economia, mas que ainda não tem seu potencial aproveitado. Falta estrutura para que a Amazônia possa se desenvolver de forma sustentável. Apesar disso, não faltam pessoas e negócios dispostos a transformar esses produtos em soluções.
Em maio de 2023, a Manawara inaugurou seu primeiro ponto de venda em São Paulo. O local foi escolhido como vitrine para apresentar aos paulistanos os sabores e cores da Amazônia e alavancar a venda de franquias. De lá pra cá, a startup cresceu e fechará o ano com sete franquias vendidas: três unidades na cidade de São Paulo, duas no Rio de Janeiro, uma em Belo Horizonte e outra em Manaus. Além disso, a empresa está em fase final de negociação de outras quatro unidades franqueadas e projeta chegar a 15, em 2024.
O mercado global está cada vez mais interessado em produtos naturais e sustentáveis. A bioeconomia, que se baseia no uso sustentável dos recursos biológicos, pode ser uma estratégia eficaz para a valorização da biodiversidade amazônica. Ao promover a exploração responsável dos produtos compatíveis com a floresta, é possível gerar empregos, renda e desenvolvimento local. Além disso, a bioeconomia incentiva a conservação da floresta, pois a preservação dos recursos naturais é fundamental para a continuidade dessas atividades econômicas.
Relatório do Banco Mundial aponta que o desenvolvimento da bioeconomia pode somar US$ 284 bilhões por ano ao faturamento industrial do Brasil até 2050. A Amazônia representa mais da metade do território brasileiro e é rica em produtos naturais, como frutas, plantas medicinais, óleos vegetais, castanhas e fibras naturais. Esses recursos possuem valor comercial e podem ser utilizados em diversos setores, como alimentos, cosméticos, farmacêutico e têxtil. O Brasil tem um papel chave no desenvolvimento de Soluções Baseadas na Natureza (SbN).
Segundo o estudo “Mesas Executivas de Exportação e o fomento aos produtos compatíveis com a floresta na Amazônia”, do pesquisador Salo Coslovsky, para o projeto Amazônia 2030, o comércio internacional de produtos compatíveis com a floresta, como o cacau, a pimenta-do-reino, a castanha-do-brasil e o açaí é gigantesco, movimentando quase US$ 200 bilhões anualmente. No entanto, apesar de abrigar 30% das florestas tropicais, a região contribui com menos de 0,2% das exportações globais desses produtos.
Apesar de todo o potencial econômico dos produtos amazônicos, existem desafios a serem superados. É necessário investir em pesquisa e desenvolvimento, infraestrutura e capacitação técnica para garantir a qualidade e competitividade desses produtos no mercado global. Além disso, é fundamental estabelecer políticas públicas que incentivem a bioeconomia e promovam a inclusão social das comunidades locais.
Essa preocupação em ter um compromisso com o impacto socioambiental positivo levou a startup a ser uma das cinco selecionadas pela AMAZ para receber investimento e ser acelerada em 2023. Com a ajuda da aceleradora de impacto, a Manawara está aprimorando sua mensuração de impacto, fortalecendo seu o negócio e trabalhando para se aproximar cada vez mais das comunidades na ponta do negócio.
COM LARISSA MAGALHÃES
O empreendedor Mércio Sena, de Minas Gerais, diz que tem duas grandes paixões: as questões socioambientais e as balas de goma (ou jujubas). Então, ele decidiu juntar as duas paixões em um negócio inovador. Foi daí que surgiu a Manawara, uma empresa de impacto socioambiental especializada na produção de alimentos a partir de ingredientes amazônicos. A premissa do fundador era de que seus produtos deveriam ser amazônicos, veganos, sem glúten, sem lactose, sem corante e sem aromatizante.
Para a Manawara existir foram anos de pesquisa e busca por investimentos. Seus alimentos foram desenvolvidos em parceria com dois renomados institutos brasileiros – ITAL (Instituto de Tecnologia de Alimentos) e Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Hoje, a startup tem mais de 20 produtos sendo comercializados e muitos outros sendo testados, entre balas de frutas de sabores variados, castanhas e biscoitos.
Isso porque cada produto da marca traz muita história, tem um cuidado efetivo com as pessoas e com a natureza, e pratica o comércio justo nas associações e comunidades ribeirinhas na Amazônia.
O guaraná utilizado pela empresa vem de Maués, a castanha é proveniente da Assoab (Associação dos Agropecuários de Beruri), que atua na Resex Mamirauá, ambos no Amazonas. O polvilho dos biscoitos vem de Iranduba (AM), o mel de Boa Vista do Ramos (AM), a farinha de coco de produtores do Acre.
A Amazônia abriga uma variedade de produtos naturais compatíveis com a floresta, que podem contribuir para a economia, mas que ainda não tem seu potencial aproveitado. Falta estrutura para que a Amazônia possa se desenvolver de forma sustentável. Apesar disso, não faltam pessoas e negócios dispostos a transformar esses produtos em soluções.
Em maio de 2023, a Manawara inaugurou seu primeiro ponto de venda em São Paulo. O local foi escolhido como vitrine para apresentar aos paulistanos os sabores e cores da Amazônia e alavancar a venda de franquias. De lá pra cá, a startup cresceu e fechará o ano com sete franquias vendidas: três unidades na cidade de São Paulo, duas no Rio de Janeiro, uma em Belo Horizonte e outra em Manaus. Além disso, a empresa está em fase final de negociação de outras quatro unidades franqueadas e projeta chegar a 15, em 2024.
O mercado global está cada vez mais interessado em produtos naturais e sustentáveis. A bioeconomia, que se baseia no uso sustentável dos recursos biológicos, pode ser uma estratégia eficaz para a valorização da biodiversidade amazônica. Ao promover a exploração responsável dos produtos compatíveis com a floresta, é possível gerar empregos, renda e desenvolvimento local. Além disso, a bioeconomia incentiva a conservação da floresta, pois a preservação dos recursos naturais é fundamental para a continuidade dessas atividades econômicas.
Relatório do Banco Mundial aponta que o desenvolvimento da bioeconomia pode somar US$ 284 bilhões por ano ao faturamento industrial do Brasil até 2050. A Amazônia representa mais da metade do território brasileiro e é rica em produtos naturais, como frutas, plantas medicinais, óleos vegetais, castanhas e fibras naturais. Esses recursos possuem valor comercial e podem ser utilizados em diversos setores, como alimentos, cosméticos, farmacêutico e têxtil. O Brasil tem um papel chave no desenvolvimento de Soluções Baseadas na Natureza (SbN).
Segundo o estudo “Mesas Executivas de Exportação e o fomento aos produtos compatíveis com a floresta na Amazônia”, do pesquisador Salo Coslovsky, para o projeto Amazônia 2030, o comércio internacional de produtos compatíveis com a floresta, como o cacau, a pimenta-do-reino, a castanha-do-brasil e o açaí é gigantesco, movimentando quase US$ 200 bilhões anualmente. No entanto, apesar de abrigar 30% das florestas tropicais, a região contribui com menos de 0,2% das exportações globais desses produtos.
Apesar de todo o potencial econômico dos produtos amazônicos, existem desafios a serem superados. É necessário investir em pesquisa e desenvolvimento, infraestrutura e capacitação técnica para garantir a qualidade e competitividade desses produtos no mercado global. Além disso, é fundamental estabelecer políticas públicas que incentivem a bioeconomia e promovam a inclusão social das comunidades locais.
Essa preocupação em ter um compromisso com o impacto socioambiental positivo levou a startup a ser uma das cinco selecionadas pela AMAZ para receber investimento e ser acelerada em 2023. Com a ajuda da aceleradora de impacto, a Manawara está aprimorando sua mensuração de impacto, fortalecendo seu o negócio e trabalhando para se aproximar cada vez mais das comunidades na ponta do negócio.
COM LARISSA MAGALHÃES