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Os 12 trabalhos do presidente Joe Biden

O presidente recém empossado tem desafios olímpicos que precisa fazer pelos próximos quatro anos, juntamente com a vice-presidente Kamala Harris

Joe Biden faz o juramento de posse. (Kevin Lamarque/Reuters)
GG

Gilson Garrett Jr.

Publicado em 20 de janeiro de 2021 às 17h01.

Última atualização em 20 de janeiro de 2021 às 17h02.

Filho bastardo de Zeus, Hércules estava destinado ao trono de Micenas. Contudo, Hera, mulher oficial do poderoso rei dos deuses olímpicos, planejou um parto prematuro para que seu filho, Euristeu, assumisse o trono antes de Hércules. Já adulto, Hércules continuou a sofrer pela ira de Hera. Em um ataque de alucinação provocado pela deusa, Hércules assassinou sua mulher e filhos.

Em uma busca por redenção, ele visitou o Oráculo de Delfos que lhe informou que ele deveria servir ao rei Euristeu por 10 anos e realizar 10 tarefas para que sua honra fosse retomada. Porém, duas tarefas foram anuladas pelo rei ao longo da história, Hércules acabou tendo que realizar 12 trabalhos, dois a mais do que proferido pelo Oráculo. Ao fim das missões, Hércules se tornaria imortal.

O presidente recém empossado, Joe Biden, irá servir aos Estados Unidos pelos próximos quatro anos juntamente com a vice-presidente Kamala Harris. Os desafios são mais do que olímpicos. E assim como Hércules terá de matar um leão por dia porque enfrentará crise sanitária, política e econômica. Todavia, alguns trabalhos serão essenciais para Biden escrever seu nos oráculos da história. E aqui vamos listar os 12 trabalhos principais de Biden:

O primeiro e prioritário é lidar com a covid-19: aumentar a integração das iniciativas contra o coronavírus e executar um ambicioso plano de vacinação. Ainda na área na saúde, reformar/ampliar/melhorar o Obamacare (programa de saúde criado pelo presidente Barack Obama) é um objetivo bastante audacioso diante de oposições democratas e republicanas sobre o tema. Lembrando que o governo Donald Trump não conseguiu apresentar uma alternativa viável ao Obamacare em quatro anos.

O campo econômico deve exigir tenacidade espartana e terá inúmeros fronts: passam pelo pacote de estimulo financeiro na pandemia, pela retomada dos empregos e por requalificar o capital humano americano para as novas realidades tecnológicas. Na educação, o abismo educacional, produzido por tantos(as) alunos(as) fora das escolas durante a pandemia, vai exigir políticas públicas inovadoras da Casa Branca.

Uma nova política de imigração (como mais flexibilidade, inteligência e menos muros) vai encontrar uma enorme resistência do partido republicano no Congresso. Será uma maratona de negociações e um campo de batalha constante. Diversos muros terão de ser derrubados.

A atuação exterior do governo Biden-Harris vai em busca da retomada do engajamento com aliados importantes como União Europeia, Japão e organismos multilaterais como a ONU e OMS por exemplo. Mas em diplomacia a perda de confiança é rápida e a reconstrução exige tempo. O presidente terá de encarar as diferenças com a China nos campos econômicos, tecnológicos, comerciais, diplomáticos e militares. Nada trivial. E encarar o dilema de como lidar com o Irã e seu projeto nuclear. E nem mencionei a tensa relação com a Rússia aqui (obs: América Latina e Brasil não serão prioridade).

Para complicar, na política interna terá de apagar os fogos dentro do seu próprio partido (dividido entre uma ala mais progressista e outra mais moderada) e tentar uma re-aproximação pacífica com os republicanos (ainda recheados pelo trumpismo e seus extremistas). Se é que isso é possível com eleições parlamentares já em 2022.

Tudo isso lidando com um inimigo da democracia que segue firme e forte: a disseminação de desinformação (fake news). Não tenho dúvidas que a nova gestão vai sofrer diariamente com informações falsas e campanhas de difamação de escala tecnológica.

Portanto, imagino que Hércules ao olhar a agenda do presidente Biden preferiria se aposentar e morrer tranquilo em algum campo de golfe da Flórida do que se tornar imortal.

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Filho bastardo de Zeus, Hércules estava destinado ao trono de Micenas. Contudo, Hera, mulher oficial do poderoso rei dos deuses olímpicos, planejou um parto prematuro para que seu filho, Euristeu, assumisse o trono antes de Hércules. Já adulto, Hércules continuou a sofrer pela ira de Hera. Em um ataque de alucinação provocado pela deusa, Hércules assassinou sua mulher e filhos.

Em uma busca por redenção, ele visitou o Oráculo de Delfos que lhe informou que ele deveria servir ao rei Euristeu por 10 anos e realizar 10 tarefas para que sua honra fosse retomada. Porém, duas tarefas foram anuladas pelo rei ao longo da história, Hércules acabou tendo que realizar 12 trabalhos, dois a mais do que proferido pelo Oráculo. Ao fim das missões, Hércules se tornaria imortal.

O presidente recém empossado, Joe Biden, irá servir aos Estados Unidos pelos próximos quatro anos juntamente com a vice-presidente Kamala Harris. Os desafios são mais do que olímpicos. E assim como Hércules terá de matar um leão por dia porque enfrentará crise sanitária, política e econômica. Todavia, alguns trabalhos serão essenciais para Biden escrever seu nos oráculos da história. E aqui vamos listar os 12 trabalhos principais de Biden:

O primeiro e prioritário é lidar com a covid-19: aumentar a integração das iniciativas contra o coronavírus e executar um ambicioso plano de vacinação. Ainda na área na saúde, reformar/ampliar/melhorar o Obamacare (programa de saúde criado pelo presidente Barack Obama) é um objetivo bastante audacioso diante de oposições democratas e republicanas sobre o tema. Lembrando que o governo Donald Trump não conseguiu apresentar uma alternativa viável ao Obamacare em quatro anos.

O campo econômico deve exigir tenacidade espartana e terá inúmeros fronts: passam pelo pacote de estimulo financeiro na pandemia, pela retomada dos empregos e por requalificar o capital humano americano para as novas realidades tecnológicas. Na educação, o abismo educacional, produzido por tantos(as) alunos(as) fora das escolas durante a pandemia, vai exigir políticas públicas inovadoras da Casa Branca.

Uma nova política de imigração (como mais flexibilidade, inteligência e menos muros) vai encontrar uma enorme resistência do partido republicano no Congresso. Será uma maratona de negociações e um campo de batalha constante. Diversos muros terão de ser derrubados.

A atuação exterior do governo Biden-Harris vai em busca da retomada do engajamento com aliados importantes como União Europeia, Japão e organismos multilaterais como a ONU e OMS por exemplo. Mas em diplomacia a perda de confiança é rápida e a reconstrução exige tempo. O presidente terá de encarar as diferenças com a China nos campos econômicos, tecnológicos, comerciais, diplomáticos e militares. Nada trivial. E encarar o dilema de como lidar com o Irã e seu projeto nuclear. E nem mencionei a tensa relação com a Rússia aqui (obs: América Latina e Brasil não serão prioridade).

Para complicar, na política interna terá de apagar os fogos dentro do seu próprio partido (dividido entre uma ala mais progressista e outra mais moderada) e tentar uma re-aproximação pacífica com os republicanos (ainda recheados pelo trumpismo e seus extremistas). Se é que isso é possível com eleições parlamentares já em 2022.

Tudo isso lidando com um inimigo da democracia que segue firme e forte: a disseminação de desinformação (fake news). Não tenho dúvidas que a nova gestão vai sofrer diariamente com informações falsas e campanhas de difamação de escala tecnológica.

Portanto, imagino que Hércules ao olhar a agenda do presidente Biden preferiria se aposentar e morrer tranquilo em algum campo de golfe da Flórida do que se tornar imortal.

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