Pensando em termos práticos, isso significa que empresas do mundo inteiro precisam reavaliar suas estratégias e se preparar (the-lightwriter/Getty Images)
Descomplicando o digital
Publicado em 21 de maio de 2021 às 21h29.
Já falamos um pouco aqui, neste nosso espaço na EXAME, sobre como o fim dos ‘cookies de terceiros’ vai impactar os seus negócios. Agora, trazemos o assunto de volta para que você possa entender melhor todas as transformações que estão por vir e como, de fato, elas alteram a forma como fazemos publicidade digital hoje.
Sim, tudo vai mudar – e em breve ou para já. O Google anunciou em janeiro que, a partir de 2022, vai encerrar qualquer tipo de rastreamento e segmentação individual por meio desse recurso do Chrome, seu navegador e o browser utilizado em quase 70% dos computadores de todo o mundo. Já a Apple, em última atualização de seu sistema operacional (iOS 14.5), passou a exigir que os aplicativos obtenham autorização dos usuários para o rastreio de suas atividades online.
Pensando em termos práticos, isso significa que empresas do mundo inteiro precisam reavaliar suas estratégias e se preparar. Entretanto, um relatório do IAB US indica que o nível de entendimento do mercado sobre o que vem pela frente não está em linha com a importância do tema: anunciantes e publisher podem não estar tão capacitados quanto ao uso de ferramentas e o desenvolvimento de estratégias para esta “nova era”.
Feita em parceria com a Ipsos, a pesquisa anual “State of Data” ouviu mais de 200 companhias do setor - entre anunciantes, agências, publishers, empresas de dados e adtechs - e traçou um panorama sobre como e onde o ecossistema da publicidade digital pode encontrar soluções e, então, decidir que caminhos seguir.
Na edição 2021 do relatório, fica evidente que a indústria precisa se planejar de forma mais agressiva para o potencial impacto financeiro dessas mudanças. Isso porque a maioria dos líderes de dados acredita que a receita de sua empresa não será afetada pela perda de cookies de terceiros. Na verdade, o caminho é inverso: segundo a análise do relatório, “eles certamente não serão só afetados, como precisarão de novos investimentos para reestruturar as operações”.
Segundo o estudo, são cinco as maiores preocupações com relação às mudanças dos cookies: limitações com segmentação por público (para 45%); limitações com redirecionamento de público (para 42%); limitações com as métricas de retorno sobre investimento das campanhas - PID/ROI - (41%); limitações com gerenciamento de alcance e frequência (38%); e limitações no rastreamento de usuários nos próprios sites (para 34%).
Mas, trazendo para o “mundo real”, quais serão as ações mais impactadas entre aquelas que são de responsabilidade de anunciantes e veículos? Preparamos uma lista com a ‘dependência dos cookies’ em cada atividade.
Para as marcas, as ações mais impactadas serão:
- estudos de ‘brand lift’ (que inclui reconhecimento de marca e intenção de compra);
- prospecção segmentada;
- retargeting (quando o anúncio ‘segue’ o usuário na internet);
- mensuração de sucesso da campanha entre diferentes devices (ou aparelhos); as impressões (ou visualizações) das campanhas;
- métricas de conversão, tanto enquanto as campanhas estiverem no ar ou após sua veiculação;
- possíveis mensagens sequenciais, enviadas várias vezes a um consumidor específico.
Entre os publishers, o fim dos cookies vai impactar, principalmente:
- análises de audiência;
- personalização de entrega de conteúdo;
- detecção de fraude em seus canais;
- venda de dados de audiência;
- negociação de espaços de branded content;
- e-commerce.
Assim, o documento do IAB US fez 4 importantes recomendações às empresas:
Por meio de um hub de conteúdo dedicado ao tema e das discussões propostas em nossos comitês, o IAB Brasil vem buscando oferecer informações que ajudem a preparar profissionais de toda a indústria frente aos impactos que o fim dos cookies trará para os negócios. Continue acompanhando nossos canais oficiais.