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Por que sua marca deve investir em vídeo, a ‘nova’ paixão do brasileiro?

O crescimento independente até mesmo da forma de acesso, já que 68% dos usuários de internet viram mais vídeo e TV online por streaming gratuito

Para 46% dos anunciantes, os investimentos nos canais digitais tiveram maior importância do que o offline em 2020 (sanjeri/Getty Images)
Para 46% dos anunciantes, os investimentos nos canais digitais tiveram maior importância do que o offline em 2020 (sanjeri/Getty Images)
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Descomplicando o digital

Publicado em 22 de abril de 2021 às, 16h25.

O isolamento social, causado pela pandemia da COVID-19, fez com que as pessoas ‘redescobrissem’ o vídeo como uma forma de entretenimento. Seja na TV, redes sociais, plataformas de streaming, lives ou videochamadas, o formato está por todas as partes e os números comprovam sua relevância.

Segundo o estudo ‘Inside Video’, lançado pela Kantar IBOPE Media no mês passado, 99% dos internautas do Brasil consomem este tipo de conteúdo em diferentes telas e dispositivos.

O report aponta que o mercado nacional se destaca (e muito) no consumo de vídeo em relação à média global: em 2020, 80% dos brasileiros assistiram vídeos on-line gratuitos, frente a 65% dos estrangeiros.

O crescimento independente até mesmo da forma de acesso, já que 68% dos usuários de internet viram mais vídeo e TV online por streaming gratuito durante os períodos de isolamento. Em média, cada usuário passa quase 2 horas por dia assistindo serviços on demand pagos.

O cenário, assim, tornou essa experiência ainda mais relevante para o marketing das empresas. “Em um mundo onde a interação entre pessoas passa a ser cada vez mais virtual, marcas e anunciantes buscaram novas formas de se aproximar do público. A interatividade está em alta. Em agosto, por exemplo, 8% dos brasileiros disseram ter escaneado um QR Code pela primeira vez na pandemia”, afirma Arthur Bernardo Neto, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Kantar.

Crescimento do consumo semanal de streaming

Desde 2019, o consumo semanal de streaming no país cresceu 320%. A Netflix é a grande cereja do bolo, mas outros players, como Prime Video (da Amazon), Apple TV, Pluto TV e Vix, começam a se destacar entre os usuários. A Globo, com o seu Globoplay, também está em busca deste novo mercado.

A audiência desse crescimento ainda poderá ser melhor detalhada, uma vez que a Kantar anunciou que passará a medir tal consumo online de vídeo por meio de uma conexão direta com os roteadores das residências de sua base. Essa leitura crossmedia vai permitir que agências e marcas conheçam melhor o comportamento da audiência em distintas plataformas.

“Se a mudança de comportamento afeta toda a indústria, é cada vez mais urgente entender a audiência no cenário de múltiplas escolhas e intensificação da oferta”, declara Melissa Vogel, CEO da Kantar IBOPE Media no Brasil.

Com novas medições, surgirão mais oportunidades de investimentos. Outro estudo, produzido pelo IAB Brasil em parceria com a Nielsen, aponta que os anunciantes direcionarão ainda mais esforços de marketing para o meio digital.

De acordo com o levantamento, 45% dos anunciantes e agências pretendem aumentar seus aportes em publicidade digital em 2021. Para 46% dos anunciantes, os investimentos nos canais digitais tiveram maior importância do que o offline em 2020.

Time spent cresceu 20 minutos em 2020

Nos EUA, o tempo gasto em plataformas de OTT (“over the top”, em inglês, em resumo, as plataformas de distribuição de conteúdo pela internet) aumentou 20 minutos em 2020. Isso é o dobro do crescimento observado em plataformas de mensagem de texto e superior ao aumento do ‘time spent’ em vídeos digitais (13 min), segundo a Insider Intelligence.

Um estudo da Advertiser Perceptions, de dezembro de 2020, aponta que 42% das agências e profissionais de marketing dos EUA pretendem aumentar seus investimentos com anúncios direcionados a serviços de ‘streaming OTT’ nos próximos 12 meses – enquanto apenas 2% planejam diminuí-los.

Novos players no mercado

Quem investir em TV conectada, por exemplo, deverá olhar para outros players que têm sido destaque no mercado. Somente nos Estados Unidos, o Roku Channel deve alcançar 57,2 milhões de espectadores mensais no primeiro trimestre de 2021, seguido da Pluto TV, com 46,6 milhões de telespectadores mensais no mesmo período.

A eMarketer estima que a Pluto TV receberá US$ 786 milhões em receitas publicitárias nos Estados Unidos em 2021 – um aumento de 77,7% em relação ao ano anterior. Em 2022, a receita publicitária da empresa ultrapassará US$ 1 bilhão pela primeira vez nos EUA.

No Brasil desde dezembro de 2020, a plataforma oferece cerca de 35 canais – gratuitos e que podem ser assistidos de forma on demand ou de maneira linear, como uma televisão comum.

Addressable TV, MVPD, Set Top Box: um mini-guia de expressões

Mas, com novas possibilidades, mais siglas e expressões entram para o nosso dia a dia. Como lidar com tanta informação?

Addressable TV, por exemplo, é um método que permite o planejamento de publicidade segmentada em TVs digitais. Ou seja, ela permite que você mostre anúncios diferentes no mesmo horário e no mesmo programa, dependendo de quem está assistindo.

Set Top Box é a famosa caixinha que transforma sinal em conteúdo a ser exibido na tela da TV, como o Mi Box, da Xiaomi, e o Roku. E, não se assuste: MVPD é apenas o distribuidor de programação de vídeo multicanal, ou seja, as companhias de TV a cabo.

Apesar dos benefícios, ainda há uma confusão no que diz respeito a negociação, métricas e veiculação nestas diferentes formas de distribuição no mercado.

Para ajudar executivos e executivas a entender um pouco mais do assunto, o IAB Brasil preparou um guia que traz um pouco mais de clareza para este cenário e pode ajudar também as pontas da cadeia a estarem em um mesmo nível de entendimento.

Você pode fazer o download do Guia aqui:  https://iabbrasil.com.br/guia-matriz-de-advanced-tv-um-panorama-do-mercado.