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Júlio Hartmann, da ADP Brazil Labs: você lidera com propósito ou apenas com processos?

Uma liderança que mostra que inovar é, acima de tudo, valorizar pessoas

 (Global Partners)

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Publicado em 22 de agosto de 2025 às 21h35.

Busquei constantemente novos conhecimentos, seja por meio de formações estruturadas, cursos e especializações, seja como autodidata, explorando conteúdos e experiências que pudessem ampliar minha visão. Desde cedo, entendi que aprender é apenas o primeiro passo — o verdadeiro diferencial está em aplicar o conhecimento na prática para inovar, gerar resultados consistentes e criar soluções que agreguem valor real ao negócio.

Ao longo da minha trajetória, desenvolvi um estilo de liderança pautado pelo equilíbrio entre o valor humano e o uso estratégico da tecnologia. Sempre acreditei que, em um cenário corporativo cada vez mais dinâmico e permeado por demandas complexas, o sucesso depende tanto da eficiência das ferramentas utilizadas quanto da capacidade de engajar e desenvolver as pessoas. Por isso, faço questão de investir tempo na valorização das equipes, criando um ambiente onde talentos possam florescer e ideias inovadoras sejam bem-vindas.

Aprecio metodologias multidisciplinares e procuro adaptá-las ao contexto específico de cada desafio, conciliando práticas de gestão, excelência operacional e pensamento inovador. Esse olhar integrador me permitiu conduzir projetos complexos, liderar mudanças estruturais e formar novos líderes, sempre com foco em resultados sustentáveis.

Essa abordagem, aliada à disposição de enfrentar desafios e aprender continuamente, me levou à posição de vice-presidente e gestor geral da ADP Brazil Labs. Mais do que um cargo, enxergo essa função como uma oportunidade de impacto: influenciar estratégias, potencializar talentos e manter a organização na vanguarda da inovação, contribuindo para que o Brasil seja protagonista no cenário global da companhia.

Teoria na prática

Conquistamos relevância global ao criar nosso próprio laboratório de inovação — uma incubadora de projetos estratégicos — que nos tornou referência dentro da ADP. Mantivemos produtividade e entregas consistentes de softwares complexos, impactando Brasil e mundo. Essa virada foi um verdadeiro turning point: da incerteza passamos a assumir papel central no desenvolvimento global de produtos.

Definimos pilares que sustentaram nossa transformação e nos colocaram entre os poucos laboratórios de inovação da empresa. Nesse processo, precisei me reinventar, sair da zona de conforto e assumir áreas menos conhecidas, sempre com atitude de intraempreendedor.

Considero-me um cofundador da ADP Brazil Labs. Mais recentemente, unimos produtos e RH, testando soluções com 60 mil colaboradores. Durante a pandemia, enfrentamos incertezas, mas crescemos, contratamos e fortalecemos a integração, voltando mais preparados e resilientes.

A ascensão e os desafios complexos na ADP Brazil Labs

Mais experiente, no final de 2004, por indicação de um amigo da faculdade, ingressei na ADP, multinacional norte-americana de Gestão de Capital Humano, presente em diversos países. Estou na organização há quase 19 anos e costumo dividir minha trajetória em três fases.

Na primeira, vivi um ambiente de espírito empreendedor: um pequeno grupo, em um escritório em Porto Alegre, tocando um projeto que lembrava uma startup. Na época, quase ninguém fazia algo parecido, o que reforçava o sentimento de dono e a colaboração intensa. Os desafios eram muitos — desde interações diárias em inglês até lidar com diferenças culturais. Trabalhamos em softwares complexos, com ampla base de clientes e usuários, e conquistamos relevância no mercado. Comecei como gerente de Desenvolvimento e, em uma estrutura horizontal, crescemos rapidamente.

Na segunda fase, já à frente da ADP Brazil Labs, busquei estruturar e amadurecer a organização, criando papéis técnicos, níveis gerenciais e integrando áreas, equilibrando a atitude empreendedora com mais disciplina. Um dos meus maiores legados foi formar líderes, mesclando competências técnicas e gerenciais, sempre com uma cultura humanizada e de alto engajamento. Nosso grupo de gestão, hoje com cerca de 50 profissionais, inclui pessoas que desenvolvi diretamente e outras que impactei indiretamente.

Na terceira fase, nos últimos seis anos, trabalhei para resgatar a inovação. Percebemos que estávamos ficando defasados e direcionamos esforços para novas disciplinas, como gestão de produtos, UX e tecnologias emergentes, com foco em Inteligência Artificial, garantindo que a ADP Brazil Labs se mantivesse competitiva e preparada para o futuro.

A virada de chave e o espírito de intraempreendedor

Conquistamos relevância global ao criar nosso próprio laboratório de inovação — uma incubadora de projetos estratégicos — que nos tornou referência dentro da ADP. Mantivemos produtividade e entregas consistentes de softwares complexos, gerando impacto no Brasil e no mundo. Essa virada foi um verdadeiro turning point: passamos da incerteza a assumir papel central no desenvolvimento global de produtos. Definimos pilares que sustentaram nossa transformação e nos colocaram entre os poucos laboratórios de inovação da empresa. Nesse processo, precisei me reinventar, sair da zona de conforto e assumir áreas menos conhecidas, sempre com atitude de intraempreendedor. Considero-me um cofundador da ADP Brazil Labs. Mais recentemente, unimos produtos e RH, testando soluções com 60 mil colaboradores. Durante a pandemia, enfrentamos incertezas, mas crescemos, contratamos e voltamos mais resilientes.

Um bom líder é aquele que melhor se adapta

A velocidade das mudanças é cada vez maior, exigindo líderes capazes de rever conceitos, aprender, se reinventar e sair da zona de conforto para absorver o novo. A pandemia acelerou esse processo, forçando a revisão de atitudes e processos em um cenário de incerteza. Também trouxe à tona a importância da empatia, estimulando uma consciência coletiva mais aguçada e a capacidade de compreender realidades distintas.

No contexto atual, a empatia é essencial. Um líder precisa saber ouvir, considerar diferentes pontos de vista e reconhecer que, por mais atualizado que esteja, não pode saber tudo. Por isso, é fundamental montar equipes multidisciplinares que se complementem. Defendo uma cultura menos hierárquica, com circulação de informações e conhecimentos, estimulando conexões. A liderança deve se dar por influência, de forma horizontal, com times empoderados e autonomia para resolver problemas dentro de certos limites.

Gosto do conceito de liderança ambidestra — equilibrar inovação e risco com excelência operacional e gestão. Essa habilidade, junto à liderança situacional, será cada vez mais importante, pois permite ajustar o estilo conforme o perfil das pessoas lideradas. Liderar é estar exposto, adaptando-se a diferentes contextos e usando as ferramentas certas para cada situação.

Acredito que todos devam compartilhar os valores da empresa e trabalhar de forma colaborativa. É possível combinar perfis técnicos com perfis inovadores e empreendedores. Busco pessoas curiosas, dispostas a aprender, a compartilhar conhecimento e, sobretudo, a fazer a diferença.

Gestão do tempo para manter o equilíbrio

Como líder, lido diariamente com muitas demandas e expectativas que vêm de diferentes partes, inclusive da vida pessoal de cada um. No meio disso, deixar de olhar para si pode ser uma grande armadilha. Liderar começa com a capacidade de liderar a si: estar bem para inspirar os outros. Isso envolve autoconhecimento, gestão dos próprios anseios e organização da agenda — se não controlamos o tempo, ele nos controla.

É preciso saber dizer alguns “nãos” para garantir qualidade. Também investir no autocuidado fora do trabalho, reservando momentos para o que gostamos e para cuidar da saúde. Nos últimos três anos, especialmente após a pandemia, tenho me dedicado mais a isso. Outro ponto é não fugir dos problemas: ao trazê-los para a mesa no momento certo, fica mais fácil solucioná-los e evitar que cresçam.

Trago ainda a importância dos estudos. Há metodologias valiosas para cada área, e procuro aplicá-las de forma pragmática, criando valor e atingindo objetivos. Com o tempo, os desafios mudam e exigem novos aprendizados. É preciso paciência para entender o momento de cada passo. Talvez minha ascensão pudesse ter sido mais rápida, mas tudo tem seu tempo. Vivemos hoje uma era de aprendizado contínuo, em que liderar também significa aprender sempre.

A inovação gera conscientização e resultados positivos

Conquistamos relevância global ao criar nosso próprio laboratório de inovação — uma incubadora de projetos estratégicos — que nos tornou referência dentro da ADP. Mantivemos produtividade e entregas consistentes de softwares complexos, gerando impacto no Brasil e no mundo. Essa virada foi um verdadeiro turning point: passamos de um cenário de incerteza para assumir papel central no desenvolvimento global de produtos.

Definimos pilares que sustentaram nossa transformação e nos colocaram entre os poucos laboratórios de inovação da empresa. Nesse processo, precisei me reinventar, sair da zona de conforto e assumir áreas menos conhecidas, sempre com atitude de intraempreendedor. Liderei projetos em momentos de crise, entregando qualidade e engajamento, o que fortaleceu nossa cultura de superação.

Considero-me um cofundador da ADP Brazil Labs. Mais recentemente, unimos produtos e RH, testando soluções com nossos 60 mil colaboradores. Durante a pandemia, enfrentamos incertezas, mas crescemos, contratamos e fortalecemos a integração. Voltamos mais preparados, resilientes e orgulhosos do legado construído