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Enigma do orçamento: Decifra tuas despesas ou elas te devoram

“Despesa é tudo igual”. Resposta errada. Conheça os quatro tipos de despesas, como planejá-las e reduzi-las, e garanta a sobrevivência das suas finanças

Quais são os diferentes tipos de despesas? Como planejar cada uma? Como cortá-las, se necessário? (Graninhas/Divulgação)
Quais são os diferentes tipos de despesas? Como planejar cada uma? Como cortá-las, se necessário? (Graninhas/Divulgação)
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Graninhas

Publicado em 8 de julho de 2021 às, 09h00.

Não é lenda. Organização e planejamento guardam a entrada da cidade chamada Liberdade Financeira.

Quem desvenda os mistérios de suas despesas e como cada uma afeta seu orçamento conquista a glória de controlar seu dinheiro consegue ver como aumentar as economias, evitar dívidas e tirar planos do papel.

Porém, aqueles que não conhecem suas despesas e não sabem como lidar com elas colocam sua vida financeira em risco, podendo ser devorados por problemas financeiros e perder dinheiro.

Quais são os diferentes tipos de despesas? Como planejar cada uma? Como cortá-las, se necessário?

A gente te ajuda a decifrar!

Despesa fixa

São aquelas em que a maioria de nós pensa quando está elaborando um orçamento. São despesas padrão, regulares, que você tem todos os meses ou toda semana, em um determinado dia e por um determinado valor (mesmo que varie um pouco).

Seu aluguel, contas de água, energia e internet, a prestação do carro, academia, assinaturas, seguros, taxa de conta bancária, mensalidade escolar, plano de saúde, taxa de condomínio e salário de empregados domésticos são exemplos de despesas fixas.

Despesa recorrente

São despesas do dia a dia, que acontecem ao longo do mês. Não são tão previsíveis quanto as despesas fixas em termos de valores e datas, mas acontecem com segurança. Algumas despesas recorrentes que provavelmente você tem: supermercado, gasolina, transporte por aplicativo, botijão de gás, salão de beleza, hobbies, lazer.

Despesa periódica

São aquelas que geralmente a gente esquece de colocar no orçamento. São o tipo que acontece apenas algumas vezes no ano. Mas nos acertam em cheio quando chegam. Então, esquecer de contabilizá-las pode ser um erro caro.

Exemplos comuns desse tipo de despesa: Imposto de Renda, IPVA, IPTU, presentes (Natal, dia das mães, dos pais, dos namorados), manutenção do carro, consultas de rotina, viagem de férias.

Também entram em despesas periódicas as compras anuais ou semestrais que você faz, tipo roupas para o frio ou réveillon.

Despesa casual

São aquelas imprevisíveis, bem variáveis, que te desafiam no orçamento. Você não sabe quando vão surgir ou quanto custarão, mas certamente sentirá no bolso.

Podem ser frustrantes, como um chinelo que arrebenta, o conserto da TV ou uma multa de trânsito. Ou emergenciais, como em caso de acidentes, remédio pra uma dor, o falecimento de um ente. E também de oportunidade, como uma promoção, comer fora, uma doação etc.

Como fazer um orçamento pra diferentes tipos de despesas?

Saber quais são os tipos de despesas e como elas afetam seu orçamento são duas coisas diferentes. Quando você está ajustando seu orçamento deve abordar cada uma dessas despesas de maneira diferente, principalmente se estiver procurando cortar algumas.

Como cortar ou reduzir despesas fixas

Às vezes, despesas fixas são as mais fáceis de ajustar no orçamento. Por isso, se você precisar reduzir gasto aqui, faça uma revisão pra identificar:

- Assinaturas ou pacotes cujos valores mensais aumentaram sem aviso prévio e você pode ligar pra pedir um preço mais barato.

- Serviços que você se inscreveu pra um mês grátis, se esqueceu de cancelar e agora é cobrado mensalmente.

- Sobreposições, tipo se você tem assinaturas da Netflix, Globo Play e Amazon Prime.

- Formas de economizar com água e energia.

Como cortar ou reduzir suas despesas recorrentes

Nessas, tendemos a ter menos controle e parece mais difícil ajustar. Mas, se você começar a monitorar o que gasta, por exemplo, no supermercado, pode ficar surpreso ao ver que sua conta média por mês é de R$ 700 e não R$ 500, como imaginava.

Então, dê uma boa olhada nos últimos meses das suas despesas do dia a dia pra ter mais clareza sobre seu consumo e pra determinar quanto dinheiro você precisa separar pra cada uma delas.

Você também pode adotar a abordagem “dinheiro vivo”. Quando se paga com dinheiro em espécie dá uma dorzinha no coração (o que geralmente não acontece com o cartão de crédito). Aí, a gente fica mais alerta e pode saber quando está perto de atingir o valor estipulado pro mês, porque estamos vendo.

Como cortar e planejar despesas periódicas

Em alguns casos, essas despesas podem ser difíceis de cortar. Tipo, não é como se a gente pudesse negociar com o governo o pagamento ou não de tributos. Mas dá pra reduzir, por exemplo, aproveitando os descontos oferecidos pra IPVA, ou fazendo você mesmo o presentinho da mamis.

A chave nesse tipo de despesa é o planejamento, pra garantir que não pareça uma surpresa quando chegar ou que se gaste demais, afinal você sabe que tem.

Uma estratégia é dividir o valor estimado dessa despesa por 12 ou 6 meses (depende de quanto em quanto tempo você gasta com isso) e ir pagando essas “parcelas” todo mês numa conta poupança. Quando a despesa chegar, você não vai precisar tirar aquele valor de uma vez do seu salário, porque já vai ter juntado ao longo dos meses.

Como se planejar pra despesas casuais

Más notícias: você não pode. Bem, não totalmente. Essa é a natureza do inesperado. Mas, a maneira mais fácil de amenizar essa facada no seu bolso é se organizando.

A reserva de emergência entra em cena aqui. Ela fornece uma almofada quando você sofre um golpe nas suas finanças. Tenha uma conta separada pra essa reserva (pode ser um investimento de baixo risco, que não demora pra resgatar) pra usar esse dinheiro somente se um imprevisto grave acontecer.

Pra despesas casuais de oportunidade, estipule uma quantia do seu salário pra separar. Difícil? Sim, porque você não sabe ao certo. Mas, tendo organizado no seu orçamento os valores das despesas mais previsíveis, você sabe quanto tem de margem pra gastar sem ficar no vermelho.

Não podemos planejar 100%. É impossível. A vida não funciona assim. Mas se você planejou 80%, os 20% restantes se tornam muito mais administráveis.

Enigma resolvido!