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Quem tem um “porquê” enfrenta qualquer “como”

Você ama o seu trabalho? Não? Então não deve ser nenhum high potential.  No 9 Box, seguramente você está posicionado entre os quadrantes mais baixos. Os americanos têm uma palavra perfeita para lhe definir: loser. Afinal, Só as pessoas que amam verdadeiramente o seu trabalho conseguem se tornar excelentes profissionais.  As pessoas que amam o que fazem são mais valorizadas e conseguem ir mais longe. Quantas vezes você tem ouvido […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 29 de junho de 2015 às 11h55.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h00.

Você ama o seu trabalho? Não? Então não deve ser nenhum high potential. No 9 Box, seguramente você está posicionado entre os quadrantes mais baixos. Os americanos têm uma palavra perfeita para lhe definir: loser. Afinal, Só as pessoas que amam verdadeiramente o seu trabalho conseguem se tornar excelentes profissionais.  As pessoas que amam o que fazem são mais valorizadas e conseguem ir mais longe .

Quantas vezes você tem ouvido esse tipo de afirmação? Quantas vezes no último ano? No último mês? Na última semana? Fico imaginando o sofrimento impingido pelo amor ao trabalho como medida de sucesso aos milhões e milhões de pessoas que não amam o que fazem. A pessoa que não ama o que faz é rotulada como desengajada. E olha que as empresas têm feito de tudo para oferecer ambientes onde as pessoas possam se sentir mais felizes, presenteando-as com mimos e premiando aquelas que demostram amar verdadeiramente o que fazem. Como se diz, “essa tem amor à camisa”.

No entanto, o fato de muitas pessoas não amarem o que fazem não significa, em absoluto, que elas não sejam pessoas felizes – pode parecer estranho, mas o trabalho não é tudo na vida! -, nem muito menos que não possam ser boas no que fazem, incluindo, claro, o próprio trabalho. Não digo isso de um domínio meramente filosófico ou citando algum palestrante festejado. Nem recorro a qualquer pesquisa para comprovar essa que não é uma teoria, mas uma observação que faço como um pesquisador incansável que se pergunta de maneira frequente e recursiva sobre as coerências de seu próprio viver. E, quando olho para trás, nem de longe posso dizer que amei tudo o que fiz.

Não amei meu primeiro emprego, onde enxaguava o chão, limpava banheiro, recolhia o lixo, fritava batatas e, o pior de tudo, trabalhava aos fins de semana numa unidade do McDonald’s. Nem o segundo, quando ocupei uma função administrativa simples no setor de Protocolo do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, onde ingressei por concurso público. E não diria que o terceiro, de office-boy na TV Bandeirantes, era uma grande maravilha. As três experiências, porém, têm em comum o fato de eu ter sido reconhecido como um ótimo profissional. E, quando me pergunto por que elas fizeram parte de minha vida, vejo, acima de tudo, um sentido claro em cada uma delas. O primeiro emprego me deu a oportunidade de entender o valor do trabalho, da disciplina e da humildade. O segundo foi a forma mais simples que encontrei para pagar minha faculdade. E o terceiro surgiu quando cursava o terceiro ano de Jornalismo e era a oportunidade de conhecer na prática aquilo que eu aprendia em sala de aula. Não era o amor ao que eu fazia que me fazia feliz. Era o sentido no que eu fazia. E ao fazer sentido, cuidar do que eu fazia era algo espontâneo e natural. Eu fazia não por amor ao trabalho, mas por amor ao sentido que o trabalho tinha em minha vida.

Ótimo para você que ama o que faz. Mas se você não ama o seu trabalho, por favor, não se culpe por isso nem enlouqueça tentando encontrar um trabalho para chamar de seu. Ninguém precisa amar o seu trabalho para se dedicar a ele e ser um profissional respeitado. O trabalho precisa “apenas” fazer sentido, o que permite honrar todas as pessoas que executam qualquer tipo de atividade, incluindo aquelas que ninguém ama fazer, como, por exemplo, limpar banheiro. Alguém que vive de limpar banheiros está ali, humildemente garantindo o seu ganha-pão, algo que parece ter perdido completamente seu valor numa sociedade onde a felicidade é um produto de consumo com características específicas e, de preferência, universais, para que possa ser engarrafada e vendida ao maior número possível de pessoas. O quanto esse discurso do amar o trabalho não está a serviço de uma cultura que inverteu a lógica natural do trabalhar para viver, transformando-o de meio em fim?

Ganhar humildemente o pão pode fazer um sentido danado para quem não tem outra oportunidade, digamos, mais apaixonante de onde tirar o seu sustento. Falo isso como alguém que já teve de limpar banheiros para sobreviver e era ridicularizado por amigos que não conseguiam ver sentido nessa atividade. Para eles não fazia sentido um jovem recém-entrado na universidade se sujeitar a tarefas de baixíssima exigência intelectual. O importante é que fazia sentido para mim!

Viktor Frankl, psiquiatra que, na condição de prisioneiro de um campo de concentração nazista, escreveu um livro incrível chamado “Em Busca de Sentido”, dizia que quem tem um “porquê” enfrenta qualquer “como”. Para ele, o que permitia que muitos sobrevivessem às condições excruciantes dos campos de concentração não estava diretamente relacionado à condição física. Não eram os mais fortes que sobreviviam, mas os que conseguiam encontrar algum sentido naquele sofrimento: “Nada proporciona melhor capacidade de superação e resistência aos problemas e dificuldades em geral do que a consciência de ter uma missão a cumprir na vida.”

E você, que tal dar uma parada agora para pensar em seu momento de vida e se perguntar qual o sentido de seu trabalho atual?

Você ama o seu trabalho? Não? Então não deve ser nenhum high potential. No 9 Box, seguramente você está posicionado entre os quadrantes mais baixos. Os americanos têm uma palavra perfeita para lhe definir: loser. Afinal, Só as pessoas que amam verdadeiramente o seu trabalho conseguem se tornar excelentes profissionais.  As pessoas que amam o que fazem são mais valorizadas e conseguem ir mais longe .

Quantas vezes você tem ouvido esse tipo de afirmação? Quantas vezes no último ano? No último mês? Na última semana? Fico imaginando o sofrimento impingido pelo amor ao trabalho como medida de sucesso aos milhões e milhões de pessoas que não amam o que fazem. A pessoa que não ama o que faz é rotulada como desengajada. E olha que as empresas têm feito de tudo para oferecer ambientes onde as pessoas possam se sentir mais felizes, presenteando-as com mimos e premiando aquelas que demostram amar verdadeiramente o que fazem. Como se diz, “essa tem amor à camisa”.

No entanto, o fato de muitas pessoas não amarem o que fazem não significa, em absoluto, que elas não sejam pessoas felizes – pode parecer estranho, mas o trabalho não é tudo na vida! -, nem muito menos que não possam ser boas no que fazem, incluindo, claro, o próprio trabalho. Não digo isso de um domínio meramente filosófico ou citando algum palestrante festejado. Nem recorro a qualquer pesquisa para comprovar essa que não é uma teoria, mas uma observação que faço como um pesquisador incansável que se pergunta de maneira frequente e recursiva sobre as coerências de seu próprio viver. E, quando olho para trás, nem de longe posso dizer que amei tudo o que fiz.

Não amei meu primeiro emprego, onde enxaguava o chão, limpava banheiro, recolhia o lixo, fritava batatas e, o pior de tudo, trabalhava aos fins de semana numa unidade do McDonald’s. Nem o segundo, quando ocupei uma função administrativa simples no setor de Protocolo do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, onde ingressei por concurso público. E não diria que o terceiro, de office-boy na TV Bandeirantes, era uma grande maravilha. As três experiências, porém, têm em comum o fato de eu ter sido reconhecido como um ótimo profissional. E, quando me pergunto por que elas fizeram parte de minha vida, vejo, acima de tudo, um sentido claro em cada uma delas. O primeiro emprego me deu a oportunidade de entender o valor do trabalho, da disciplina e da humildade. O segundo foi a forma mais simples que encontrei para pagar minha faculdade. E o terceiro surgiu quando cursava o terceiro ano de Jornalismo e era a oportunidade de conhecer na prática aquilo que eu aprendia em sala de aula. Não era o amor ao que eu fazia que me fazia feliz. Era o sentido no que eu fazia. E ao fazer sentido, cuidar do que eu fazia era algo espontâneo e natural. Eu fazia não por amor ao trabalho, mas por amor ao sentido que o trabalho tinha em minha vida.

Ótimo para você que ama o que faz. Mas se você não ama o seu trabalho, por favor, não se culpe por isso nem enlouqueça tentando encontrar um trabalho para chamar de seu. Ninguém precisa amar o seu trabalho para se dedicar a ele e ser um profissional respeitado. O trabalho precisa “apenas” fazer sentido, o que permite honrar todas as pessoas que executam qualquer tipo de atividade, incluindo aquelas que ninguém ama fazer, como, por exemplo, limpar banheiro. Alguém que vive de limpar banheiros está ali, humildemente garantindo o seu ganha-pão, algo que parece ter perdido completamente seu valor numa sociedade onde a felicidade é um produto de consumo com características específicas e, de preferência, universais, para que possa ser engarrafada e vendida ao maior número possível de pessoas. O quanto esse discurso do amar o trabalho não está a serviço de uma cultura que inverteu a lógica natural do trabalhar para viver, transformando-o de meio em fim?

Ganhar humildemente o pão pode fazer um sentido danado para quem não tem outra oportunidade, digamos, mais apaixonante de onde tirar o seu sustento. Falo isso como alguém que já teve de limpar banheiros para sobreviver e era ridicularizado por amigos que não conseguiam ver sentido nessa atividade. Para eles não fazia sentido um jovem recém-entrado na universidade se sujeitar a tarefas de baixíssima exigência intelectual. O importante é que fazia sentido para mim!

Viktor Frankl, psiquiatra que, na condição de prisioneiro de um campo de concentração nazista, escreveu um livro incrível chamado “Em Busca de Sentido”, dizia que quem tem um “porquê” enfrenta qualquer “como”. Para ele, o que permitia que muitos sobrevivessem às condições excruciantes dos campos de concentração não estava diretamente relacionado à condição física. Não eram os mais fortes que sobreviviam, mas os que conseguiam encontrar algum sentido naquele sofrimento: “Nada proporciona melhor capacidade de superação e resistência aos problemas e dificuldades em geral do que a consciência de ter uma missão a cumprir na vida.”

E você, que tal dar uma parada agora para pensar em seu momento de vida e se perguntar qual o sentido de seu trabalho atual?

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