Quatro passos para colaboração e felicidade
Uma das dimensões que mais impactam a evolução é a forma como interpretamos as informações que nos chegam.
Publicado em 31 de julho de 2017 às, 13h10.
Uma das dimensões que mais impactam a evolução dentro de uma organização (e também na vida pessoal) é a forma como interpretamos as informações que nos chegam. De fato, talvez esse seja o fator fundamental para uma vida mais saudável e para uma organização mais colaborativa, ágil e adaptativa.
Avanços na neurociência têm confirmado que nosso sistema nervoso molda a realidade que queremos ver. Vejam neste TED de ANIL SETH uma descrição detalhada de como nosso sistema nervoso recebe alguns impulsos elétricos sensoriais, combina esses sinais com suas expectativas ou crenças anteriores sobre como esse mundo lá fora funciona e escolhe o melhor palpite que descreve o que está acontecendo lá fora, isso valendo para objetos, pessoas, emoção e ações. Ou seja, nossa leitura da realidade é apenas nosso melhor palpite de algo, baseado em nossa percepção e da nossa própria experiência de vida. Isso é superimportante porque, se assim for, não existe uma realidade única e sim a realidade que cada um de nós criamos e que mais nos faz sentido.
Sabendo disso, temos em nossas mãos o poder de aprender a colaborar mais e ser mais feliz. É comum no trabalho nos depararmos em situações onde nossos pré-conceitos, opiniões, visão de mundo, ideias e ações repetidas vezes entram em confronto com outros pré-conceitos, opiniões, visões de mundo, ideias e ações de outras pessoas e, muitas vezes, de forma muito dolorosa e demorada, chegam a conclusões e resultados medianos e à custa de muita energia, de emoções negativas e mágoas com relação aos outros.
De posse desta compreensão de como funcionamos, talvez os quatro passos a seguir ajudem você a ter situações de trabalho mais inclusivas e colaborativas e ao mesmo tempo salvar energia e criar mais relações positivas com os outros:
- Mantenha um olhar curioso para o que acontece ao seu redor, deixando sempre aberta a possibilidade de que seu primeiro julgamento talvez não seja a única interpretação possível do que está acontecendo. Crie pelo menos duas ou três diferentes hipóteses para cada situação;
- Faça perguntas exploratórias com as outras pessoas para testar suas hipóteses, talvez você se surpreenda que seu primeiro julgamento estava equivocado!
- Mesmo checando diferentes hipóteses, talvez você chegue a uma interpretação da situação que conflite com seus valores ou com o que você já experenciou. Antes de reagir, convide as outras pessoas para explorar em conjunto essas diferentes experiências e visões de mundo. Quais os pressupostos de cada um? Em que contexto essas experiências passadas ocorreram? Utilize cada conflito e discordância para expandir sua compreensão do mundo e da vida;
- Transforme defensividade em abertura para o novo, sem receios ou medos. Parafraseando Anil Seth ao final de sua palestra, quando se alcança um entendimento mais expandido de que somos parte da Natureza e de seu fluxo de vida e consciência, não há razão para não se abrir ao novo porque o que se apresenta para nós como conflitos e estranhezas são somente o chamado para Natureza para crescermos!