Não seja refém dos seus talentos
Normalmente pensamos nos nossos talentos apenas como forças, não é mesmo? Entretanto, secretamente reside o outro lado da moeda...
Publicado em 21 de maio de 2018 às, 11h45.
Última atualização em 21 de maio de 2018 às, 18h26.
Este título te deixa confuso? Pois é, normalmente pensamos nos nossos talentos apenas como forças, não é mesmo? Claro que nossos talentos são forças, isto ninguém tem dúvida, pois é através deles que expressamos o que temos de melhor e somos reconhecidos por isto! E nesta mesma descrição, secretamente reside o outro lado da moeda...
Vamos pensar em um talento para entender como este efeito “refém” acontece. Imagine uma pessoa que é reconhecida como a mais divertida de um grupo. Parece ótimo, não é mesmo? Você será o primeiro a ser convidado para as festas e todos querem ter conversas divertidas com você. Mas para os assuntos sérios ou filosóficos, será que vão te chamar? Bem, provavelmente não...
Outro exemplo é se você é considerada uma pessoa equilibrada e calma. Outro ótimo talento não é mesmo? As pessoas comentam: “O mundo está caindo e fulano se mantem calmo e equilibrado!”. Incrível, mas a pergunta que faço é: para onde vai a sua inquietação e a sua raiva? Não demonstrar não significa que você não sinta e várias pessoas descritas desta forma, secretamente alimentam as suas dores.
Como somos reconhecidos pelos nossos talentos, e isto é um afago para o nosso ego, tendemos a reforçar mais e mais os mesmos. O desafio que apresento nesta provocação é não nos deixarmos limitar com uma única descrição. Como seres inacabados que somos, estamos em constante evolução, o que implica às vezes em mudanças significativas nas nossas escolhas de vida e até mesmo na nossa visão de mundo.
Eu e meus sócios na Corall Consultoria, acreditamos muito em liberar o potencial das pessoas. Para que isto aconteça, dar espaço para nossas múltiplas facetas e talentos é fundamental. Um exercício que proponho para os meus coachees quando eles se descrevem de uma forma muito restritiva é sugerir que lembrem e/ou percebam em que situações são exatamente o oposto. Por exemplo, a pessoa se percebe como muito extrovertida e neste caso posso falar: “Que bom que você se percebe extrovertida neste momento, isto parece ótimo! Ao mesmo tempo, fico curiosa para saber quando você sente vontade de ficar apenas na sua boa companhia?” Perceber que temos as duas qualidades e acolher ambas na nossa descrição, abre espaços para novas expressões.
Lembre-se você é o seus talentos e muito, muito, muito mais!
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