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Eu não sei

Quantas vezes você responde uma pergunta com sua perspectiva, preferência ou opinião? E quantas vezes você diz que não sabe?

 (ESB Professional/ Shutterstock/Corall Consultoria)
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Gestão Fora da Caixa

Publicado em 30 de outubro de 2017 às, 15h02.

Última atualização em 30 de outubro de 2017 às, 18h26.

Quantas vezes por dia você recebe uma pergunta, pedem sua opinião ou você entra espontaneamente num debate? E quantas vezes você responde com sua perspectiva, preferência ou opinião? E quantas vezes você diz que não sabe?

Minha sugestão é que usemos mais o “não sei”. Não estou falando do “não sei” que desiste do encontro, que foge da inquietude ou que se afasta do outro. Estou falando de um “não sei” que continua engajado na conversa e no assunto, algo como “Eu nao sei, mas estou curioso para descobrir”.

Nada de novo se cria no conhecido, apenas conseguimos defender uma perspectiva ou replicar algo que já sabíamos. Abraçando o desconhecido, a aventura tem espaço para acontecer. O “não sei, mas estou curioso” abre as portas para a experimentação, para o aprendizado, para o crescimento e para a inovação. Ele pede que lidemos com a nossa ansiedade, com a confusão e algumas vezes com o desconforto. E abre espaço para o silêncio criativo, para o insight e para infinitas possibilidades, algo que nem imaginávamos antes. Quando surge o caminho ou a resposta, este surge com força, com clareza e com paixão.

Por exemplo,

“Eu não sei porque o cliente não está mais comprando, mas estou curioso para descobrir”

“Eu não sei como criamos uma proposta de valor realmente diferente, mas quero muito explorar isto com você”

“Eu não sei como saímos deste impasse, mas quero aprofundar o nosso diálogo e descobrir novas formas de resolvermos isto juntos”.

Existe um conceito japonês chamado “Ba”. Ba pode ser considerado um espaço compartilhado que serve como base para a criação do conhecimento através de relações emergentes. O “não sei” curioso tem a mesma função. Ele pressupõe um desapego da minha certeza, abre o espaço para o desaprendizado e pede uma experimentação de novas alternativas que geram novas relações e um novo aprendizado. Para vivê-lo plenamente, é preciso praticarmos juntos a disponibilidade, o sustentar da tensão e o diálogo verdadeiro.

A única forma de inovar é não saber!

A magia da vida é que todos nós já sabemos “não saber”, desde que somos pequenininhos. Este é o nosso estado natural. É só nos lembrarmos.

Qual é o “não sei” que você quer experimentar hoje?

- (Corall Consultoria/Corall Consultoria)