Cultura e valores metamorfose ambulante
Estive recentemente com meu marido e um grupo de amigos em férias em 3 países bem interessantes: Índia, Butão e Emirados Árabes. Em cada país, tive a oportunidade de sentir culturas bem diferentes da nossa e isto é o que mais gosto ao viajar, ver como as pessoas vivem e como é possível em um mesmo instante várias realidades conviverem simultaneamente neste planeta! Já havia estado na Índia, mas este […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 9 de novembro de 2015 às 12h14.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 07h51.
Estive recentemente com meu marido e um grupo de amigos em férias em 3 países bem interessantes: Índia, Butão e Emirados Árabes. Em cada país, tive a oportunidade de sentir culturas bem diferentes da nossa e isto é o que mais gosto ao viajar, ver como as pessoas vivem e como é possível em um mesmo instante várias realidades conviverem simultaneamente neste planeta!
Já havia estado na Índia, mas este é um país que com certeza a cada visita você tem uma experiência nova. A Índia é muito intensa em todos os sentidos, não é possível estar lá e se sentir indiferente. Em um país de 1.3 bilhão de pessoas, o nosso sentido de espaço e privacidade é desafiado e somos convidados a um convívio íntimo com uma população muito amorosa e curiosa. Em meio ao que nos parece à primeira vista um caos, existe uma harmonia no conviver e assim os nossos “pré-conceitos” vão se desfazendo.
Um exemplo interessante está no transito, lá buzinar é uma forma de comunicação necessária. Mesmo com ruas sem sinal de transito, onde carros, tuk tuks (veículo meio moto, meio carro), vacas e camelos, convivem com pessoas atravessando as vias sem faixa de pedestre; incrivelmente em função das buzinas, praticamente não ocorrem acidentes graves.
Outro fato curioso, foi conhecer Rishikesh, uma das cidades sagradas na Índia à beira do Ganges e próximo dos Himalaias, muito conhecida e frequentada por quem busca seu desenvolvimento através do Yoga, como é meu caso. Pela descrição que fiz, muitos já começam a imaginar um cenário de paz e calmaria, perfeito para a prática de Yoga e meditação. Mas novamente a Índia surpreende e nos desafia a viver a paz interior em meio a ruas estreitas e muito movimentadas. Lá se encontram vários Ashrams (comunidades para desenvolvimento de práticas de Yoga e meditação) e foi em um deles, na casa museu do Swami (mestre) Sivananda, que tive a oportunidade de experimentar uma deliciosa meditação. Perfeita metáfora para nossa mente: na rua muitos e muitos estímulos de um comércio vibrante e a apenas alguns degraus de descida em uma pequena casa, uma profunda paz!
O Butão, país que criou e é exemplo da Felicidade interna bruta, me surpreendeu com sua atmosfera simples e grande vitalidade comunitária. Lá aproximadamente 15% da população é composta de monges, só esta informação já nos indica como são os valores desta população. Aqui a vida segue tranquila e com um olhar da prosperidade muito mais amplo que apenas o financeiro. Não é um cenário de perfeição, mas coerente com seus valores e com certeza inspirador! Preservar a natureza, valorizar a cultura local e estimular a vida comunitária baseada em valores espirituais, são alguns dos aspectos que mais me marcaram neste lindo país.
O último ponto da viagem foram os Emirados Árabes. Aqui me impressionou o que a tecnologia moderna pode fazer. Como foi possível nas últimas 4 décadas, transformar o que antes era apenas deserto em cidades modelo: prédios modernos, rodovias perfeitas, uma rede de metrô incrível e jardins irrigados por toda a cidade. A tecnologia de dessalinização provê agua e vida para uma região desértica! Agora o incrível mesmo é como esta modernidade convive com um estilo de vida que se preservou mesmo com toda a globalização da mídia. As mulheres cobertas com a vestimenta preta e as burcas nos desafiam a pensar diferente e acolher outras possibilidades de visão de mundo, todas como válidas, mesmo que não sejam nossas escolhas.
Viajar por países com culturas tão diferentes, ajuda a ampliar minha visão de mundo e sempre revisitar meus valores. A cada viagem algo em mim muda e acho isto ótimo. Sinto que experimentar outras realidades amplia as possibilidades sobre o viver e assim, sem nenhum compromisso em manter pensamentos e ideias anteriores, me dou o direito de ir mudando de opinião e ideia o tempo todo.
Agora pensando em mudanças mais amplas de modelos mentais, uma cultura pode ser descrita como a expressão dos valores de uma comunidade: país, tribos ou até mesmo empresas. Por envolver um grupo de pessoas, as mudanças são mais graduais e levam mais tempo, mas também evoluem! O curioso é que os valores da grande maioria das empresas hoje em dia são escritos, quase como se fossem em pedra… Algumas empresas porém já começam a conceber esta cultura metamorfose ambulante, revisitando a todo o tempo os valores da comunidade. Isto não é ótimo?! Um exemplo legal é a empresa Zappos que todos os anos convida os colaboradores a contarem suas experiências na empresa e isto compõe o livro anual sobre a cultura. Este livro, que é refeito todos os anos, não reduz a cultura em simples palavras escolhidas para representar os valores, mas sim expressa e inclui todas as experiências compartilhadas pelo time.
E você, que experiências você teve na sua vida que te ajudaram a rever seus valores? E sua empresa, você sente que algo também mudou? Compartilhe suas ideias!
Estive recentemente com meu marido e um grupo de amigos em férias em 3 países bem interessantes: Índia, Butão e Emirados Árabes. Em cada país, tive a oportunidade de sentir culturas bem diferentes da nossa e isto é o que mais gosto ao viajar, ver como as pessoas vivem e como é possível em um mesmo instante várias realidades conviverem simultaneamente neste planeta!
Já havia estado na Índia, mas este é um país que com certeza a cada visita você tem uma experiência nova. A Índia é muito intensa em todos os sentidos, não é possível estar lá e se sentir indiferente. Em um país de 1.3 bilhão de pessoas, o nosso sentido de espaço e privacidade é desafiado e somos convidados a um convívio íntimo com uma população muito amorosa e curiosa. Em meio ao que nos parece à primeira vista um caos, existe uma harmonia no conviver e assim os nossos “pré-conceitos” vão se desfazendo.
Um exemplo interessante está no transito, lá buzinar é uma forma de comunicação necessária. Mesmo com ruas sem sinal de transito, onde carros, tuk tuks (veículo meio moto, meio carro), vacas e camelos, convivem com pessoas atravessando as vias sem faixa de pedestre; incrivelmente em função das buzinas, praticamente não ocorrem acidentes graves.
Outro fato curioso, foi conhecer Rishikesh, uma das cidades sagradas na Índia à beira do Ganges e próximo dos Himalaias, muito conhecida e frequentada por quem busca seu desenvolvimento através do Yoga, como é meu caso. Pela descrição que fiz, muitos já começam a imaginar um cenário de paz e calmaria, perfeito para a prática de Yoga e meditação. Mas novamente a Índia surpreende e nos desafia a viver a paz interior em meio a ruas estreitas e muito movimentadas. Lá se encontram vários Ashrams (comunidades para desenvolvimento de práticas de Yoga e meditação) e foi em um deles, na casa museu do Swami (mestre) Sivananda, que tive a oportunidade de experimentar uma deliciosa meditação. Perfeita metáfora para nossa mente: na rua muitos e muitos estímulos de um comércio vibrante e a apenas alguns degraus de descida em uma pequena casa, uma profunda paz!
O Butão, país que criou e é exemplo da Felicidade interna bruta, me surpreendeu com sua atmosfera simples e grande vitalidade comunitária. Lá aproximadamente 15% da população é composta de monges, só esta informação já nos indica como são os valores desta população. Aqui a vida segue tranquila e com um olhar da prosperidade muito mais amplo que apenas o financeiro. Não é um cenário de perfeição, mas coerente com seus valores e com certeza inspirador! Preservar a natureza, valorizar a cultura local e estimular a vida comunitária baseada em valores espirituais, são alguns dos aspectos que mais me marcaram neste lindo país.
O último ponto da viagem foram os Emirados Árabes. Aqui me impressionou o que a tecnologia moderna pode fazer. Como foi possível nas últimas 4 décadas, transformar o que antes era apenas deserto em cidades modelo: prédios modernos, rodovias perfeitas, uma rede de metrô incrível e jardins irrigados por toda a cidade. A tecnologia de dessalinização provê agua e vida para uma região desértica! Agora o incrível mesmo é como esta modernidade convive com um estilo de vida que se preservou mesmo com toda a globalização da mídia. As mulheres cobertas com a vestimenta preta e as burcas nos desafiam a pensar diferente e acolher outras possibilidades de visão de mundo, todas como válidas, mesmo que não sejam nossas escolhas.
Viajar por países com culturas tão diferentes, ajuda a ampliar minha visão de mundo e sempre revisitar meus valores. A cada viagem algo em mim muda e acho isto ótimo. Sinto que experimentar outras realidades amplia as possibilidades sobre o viver e assim, sem nenhum compromisso em manter pensamentos e ideias anteriores, me dou o direito de ir mudando de opinião e ideia o tempo todo.
Agora pensando em mudanças mais amplas de modelos mentais, uma cultura pode ser descrita como a expressão dos valores de uma comunidade: país, tribos ou até mesmo empresas. Por envolver um grupo de pessoas, as mudanças são mais graduais e levam mais tempo, mas também evoluem! O curioso é que os valores da grande maioria das empresas hoje em dia são escritos, quase como se fossem em pedra… Algumas empresas porém já começam a conceber esta cultura metamorfose ambulante, revisitando a todo o tempo os valores da comunidade. Isto não é ótimo?! Um exemplo legal é a empresa Zappos que todos os anos convida os colaboradores a contarem suas experiências na empresa e isto compõe o livro anual sobre a cultura. Este livro, que é refeito todos os anos, não reduz a cultura em simples palavras escolhidas para representar os valores, mas sim expressa e inclui todas as experiências compartilhadas pelo time.
E você, que experiências você teve na sua vida que te ajudaram a rever seus valores? E sua empresa, você sente que algo também mudou? Compartilhe suas ideias!