Concordamos que discordamos. Não espere de nós coerência
Durante o último mês, me deparei com duas experiências que me proporcionaram excelentes insights sobre inovação em gestão e liderança consciente, principalmente em relação a algumas características essenciais que diferenciam os humanos das máquinas e muitas vezes são ignoradas por nossos modelos e pressupostos tradicionais de gestão. A primeira experiência aconteceu durante uma reunião em um de nossos clientes. O presidente da empresa estava compartilhando com um grupo de liderança […] Leia mais
Publicado em 25 de maio de 2015 às, 14h26.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 08h03.
Durante o último mês, me deparei com duas experiências que me proporcionaram excelentes insights sobre inovação em gestão e liderança consciente, principalmente em relação a algumas características essenciais que diferenciam os humanos das máquinas e muitas vezes são ignoradas por nossos modelos e pressupostos tradicionais de gestão.
A primeira experiência aconteceu durante uma reunião em um de nossos clientes. O presidente da empresa estava compartilhando com um grupo de liderança qual era o contexto que o levara a crer que chegara o momento ideal de evoluir a cultura. Ele fez uma comparação super interessante entre o estágio de vida da empresa e o estágio de vida de um ser humano, concluindo que a empresa passava pela fase da adolescência. E que, talvez, uma cultura interessante seria uma cultura que abraçasse e potencializasse a grande energia, os aprendizados e, principalmente, as incoerências e dilemas característicos dessa fase de vida. Talvez, seria interessante até ter diferentes formas de viver a cultura coexistindo, desde que alinhadas com o propósito. E, concluiu com a frase que me gerou alguns insights: “acredito que seja o momento de concordarmos que discordamos.”
A segunda experiência aconteceu em um ambiente completamente diferente da primeira. Durante uma exposição de arte contemporânea que questionava o universo do trabalho, um coletivo formado por 10 artistas (e que existe desde 2001) conduziu uma conversa sobre os dilemas e desafios das relações de trabalho (com as instituições, o mercado, etc) do artista contemporâneo. Antes de responderem a primeira pergunta, um dos artistas do coletivo pediu a palavra para clarificar algo essencial, e, esse algo que me gerou outra série de insights. Ele disse que eles eram um coletivo de artistas que decidiram trabalhar juntos e tinham um propósito como grupo, mas que não deveríamos esperar nenhum tipo de coerência da parte deles nos posicionamentos e nas respostas às perguntas, já que, obviamente, cada um tinha sua opinião, visão de mundo e uma relação pessoal e única com esses dilemas. A força do coletivo estava nesse equilíbrio da valorização entre o que é único de cada um e o que os une como grupo.
“Concordar que discordamos”. “Não esperem de nós coerência”.
Melhor do que compartilhar com vocês os insights que tive com essas duas experiências e o que elas tem a ver com inovação em gestão e liderança consciente, escolhi presenteá-los com uma descrição das experiências para vocês terem os seus próprios insights. E, se os insights acontecerem, quem sabe podemos conversar sobre isso aqui nos comentários, na página da Corall Consultoria no Facebook ou, até mesmo, marcarmos um café para descobrirmos juntos, o que nós chamamos na Corall, os nossos “we-sights”.