Cinco tendências para o sucesso: muito além da eficiência
A questão de eficiência e produtividade da indústria brasileira é uma das mais cruciais para o momento que estamos vivendo na economia. Na verdade, este tema se estende a toda a sociedade: como podemos construir coletivamente uma sociedade mais produtiva e que gere valor de forma sustentável e contínua? Nos anos 80 e 90, a solução para esta questão foi o movimento de qualidade: como melhoramos a qualidade dos processos […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 6 de abril de 2015 às 17h35.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h06.
A questão de eficiência e produtividade da indústria brasileira é uma das mais cruciais para o momento que estamos vivendo na economia. Na verdade, este tema se estende a toda a sociedade: como podemos construir coletivamente uma sociedade mais produtiva e que gere valor de forma sustentável e contínua? Nos anos 80 e 90, a solução para esta questão foi o movimento de qualidade: como melhoramos a qualidade dos processos e reduzimos a variabilidade do resultado. Vários gurus e práticas são advindas deste período: Deming, Juran, círculos de qualidade, PDCA, controle estatístico de processo, gestão por objetivos, etc. Estas práticas continuam sendo importantes mas há hoje um novo contexto que pede um novo olhar para a questão de eficiência, uma perspectiva expandida para encontrarmos soluções mais adequadas e efetivas para o momento. São cinco as tendências que observo nas conversas que tenho tido com vários dos nossos clientes:
– De foco na produção para atenção ao cliente: várias empresas, especialmente da indústria de base como aço, alumínio, cimento, papel, etc., foram criadas por empreendedores com foco total na produtividade de suas fábricas: quantas toneladas foram feitas, com que qualidade, a que preço? E isto era o suficiente num mercado onde havia excesso de demanda para uma oferta restrita. Mas isto está mudando, justamente fruto da melhoria da eficiência das empresas de um mesmo segmento, mesclado com a globalização e a entrada de novos concorrentes no mercado. E estas empresas já perceberam que não é suficiente ter a melhor produção, mas também é fundamental ter uma atenção às necessidades específicas do cliente: fazer alumínio para a indústria automobilística é diferente de fazer alumínio para a indústria de latinhas de refrigerante, e assim por diante.
– De especializado para integrado-coletivo: as empresas cresceram e cada departamento se especializou em fazer a sua parte da melhor forma possível. Mas isto gerou um dos maiores problemas das organizações: os silos, um sistema fragmentado onde cada área opera para otimizar os seus resultados sem contudo focar no resultado do todo. E assim, são gerados conflitos, energia é desperdiçada e a empresa sofre. O presente pede que as áreas se coordenem melhor, tenham um sonho e objetivos compartilhados, enfim que trabalhem de forma integrada a serviço do todo.
– De disciplina de execução para inovação: Ram Charam foi um dos gurus mais vocais sobre a importância da execução, quando comparado à atenção que se dava para a estratégia das empresas. Uma estratégia mediana bem executada vai gerar melhores resultados do que uma estratégia fantástica que não sai do papel. Mas hoje isto também não é suficiente. A vantagem competitiva vem de uma constante inovação em várias dimensões do negócio: seu modelo, sua gestão, seus produtos, seus processos. E ter uma empresa capaz de inovar constantemente torna-se a única real vantagem competitiva num mercado mutante.
– De comando e controle para senso de dono: na época da estabilidade onde o foco era a disciplina de execução, nada mais natural do que o modelo de gestão ser calcado no comando e controle, uma forma de garantir um alinhamento de todas as partes da “máquina”. Havia um centro que pensava e uma massa que executava. Com o aumento da velocidade das mudanças no mercado, não é mais suficiente ter uns poucos executivos que pensam e tomam decisões. É crítico que todos do negócio tenham liberdade com responsabilidade para responder rapidamente aos desafios e oportunidades que aparecem nas “pontas”, no mercado e que apenas quem está perto dele consegue aproveitar. Ou seja, que todos tenham uma atitude no âmbito local mas com foco no impacto global na empresa, que todos tenham um senso de dono.
– De um líder forte para uma rede inteligente: toda empresa se origina com um fundador, geralmente um líder sonhador e que me mobiliza as pessoas à sua volta. Este líder tem o cuidado de preservar a semente originadora da empresa em todas as suas ações, desde a contratação de pessoas até o processo de tomada de decisão. Com o crescimento da empresa, esta origem começa a se perder. Às vezes, aparece um novo presidente com as mesmas características, mas somente a formação de uma rede inteligente, um sistema distribuído que preserva o DNA da empresa tem a capacidade de perpetuar a sua essência. Isto se dá através da clareza de propósito e de valores, e sua integração em todo o modelo de gestão da empresa
Qualquer empresa que queira ter maior competitividade e sucesso vai ter que lidar com essas 5 tendências. O desafio é fazê-lo de forma que o passado e as competências desenvolvidas sejam respeitados e preservados, e novas capacidades sejam adicionadas ao sistema. Por exemplo, não se quer uma empresa que tenha atenção ao cliente e esqueça o seu foco na produção. O que é necessário agora é uma solução de complexidade, que faça com que as duas coisas aconteçam ao mesmo tempo. E isto vai requerer líderes com visão sistêmica e criatividade. Somente assim empresas serão perenizadas…
A questão de eficiência e produtividade da indústria brasileira é uma das mais cruciais para o momento que estamos vivendo na economia. Na verdade, este tema se estende a toda a sociedade: como podemos construir coletivamente uma sociedade mais produtiva e que gere valor de forma sustentável e contínua? Nos anos 80 e 90, a solução para esta questão foi o movimento de qualidade: como melhoramos a qualidade dos processos e reduzimos a variabilidade do resultado. Vários gurus e práticas são advindas deste período: Deming, Juran, círculos de qualidade, PDCA, controle estatístico de processo, gestão por objetivos, etc. Estas práticas continuam sendo importantes mas há hoje um novo contexto que pede um novo olhar para a questão de eficiência, uma perspectiva expandida para encontrarmos soluções mais adequadas e efetivas para o momento. São cinco as tendências que observo nas conversas que tenho tido com vários dos nossos clientes:
– De foco na produção para atenção ao cliente: várias empresas, especialmente da indústria de base como aço, alumínio, cimento, papel, etc., foram criadas por empreendedores com foco total na produtividade de suas fábricas: quantas toneladas foram feitas, com que qualidade, a que preço? E isto era o suficiente num mercado onde havia excesso de demanda para uma oferta restrita. Mas isto está mudando, justamente fruto da melhoria da eficiência das empresas de um mesmo segmento, mesclado com a globalização e a entrada de novos concorrentes no mercado. E estas empresas já perceberam que não é suficiente ter a melhor produção, mas também é fundamental ter uma atenção às necessidades específicas do cliente: fazer alumínio para a indústria automobilística é diferente de fazer alumínio para a indústria de latinhas de refrigerante, e assim por diante.
– De especializado para integrado-coletivo: as empresas cresceram e cada departamento se especializou em fazer a sua parte da melhor forma possível. Mas isto gerou um dos maiores problemas das organizações: os silos, um sistema fragmentado onde cada área opera para otimizar os seus resultados sem contudo focar no resultado do todo. E assim, são gerados conflitos, energia é desperdiçada e a empresa sofre. O presente pede que as áreas se coordenem melhor, tenham um sonho e objetivos compartilhados, enfim que trabalhem de forma integrada a serviço do todo.
– De disciplina de execução para inovação: Ram Charam foi um dos gurus mais vocais sobre a importância da execução, quando comparado à atenção que se dava para a estratégia das empresas. Uma estratégia mediana bem executada vai gerar melhores resultados do que uma estratégia fantástica que não sai do papel. Mas hoje isto também não é suficiente. A vantagem competitiva vem de uma constante inovação em várias dimensões do negócio: seu modelo, sua gestão, seus produtos, seus processos. E ter uma empresa capaz de inovar constantemente torna-se a única real vantagem competitiva num mercado mutante.
– De comando e controle para senso de dono: na época da estabilidade onde o foco era a disciplina de execução, nada mais natural do que o modelo de gestão ser calcado no comando e controle, uma forma de garantir um alinhamento de todas as partes da “máquina”. Havia um centro que pensava e uma massa que executava. Com o aumento da velocidade das mudanças no mercado, não é mais suficiente ter uns poucos executivos que pensam e tomam decisões. É crítico que todos do negócio tenham liberdade com responsabilidade para responder rapidamente aos desafios e oportunidades que aparecem nas “pontas”, no mercado e que apenas quem está perto dele consegue aproveitar. Ou seja, que todos tenham uma atitude no âmbito local mas com foco no impacto global na empresa, que todos tenham um senso de dono.
– De um líder forte para uma rede inteligente: toda empresa se origina com um fundador, geralmente um líder sonhador e que me mobiliza as pessoas à sua volta. Este líder tem o cuidado de preservar a semente originadora da empresa em todas as suas ações, desde a contratação de pessoas até o processo de tomada de decisão. Com o crescimento da empresa, esta origem começa a se perder. Às vezes, aparece um novo presidente com as mesmas características, mas somente a formação de uma rede inteligente, um sistema distribuído que preserva o DNA da empresa tem a capacidade de perpetuar a sua essência. Isto se dá através da clareza de propósito e de valores, e sua integração em todo o modelo de gestão da empresa
Qualquer empresa que queira ter maior competitividade e sucesso vai ter que lidar com essas 5 tendências. O desafio é fazê-lo de forma que o passado e as competências desenvolvidas sejam respeitados e preservados, e novas capacidades sejam adicionadas ao sistema. Por exemplo, não se quer uma empresa que tenha atenção ao cliente e esqueça o seu foco na produção. O que é necessário agora é uma solução de complexidade, que faça com que as duas coisas aconteçam ao mesmo tempo. E isto vai requerer líderes com visão sistêmica e criatividade. Somente assim empresas serão perenizadas…