Exame Logo

O Mercado por Elas: Burnout é mais elevado no segmento imobiliário

75% das mulheres já têm sintomas de esgotamento e 43% delas estão no estágio mais avançado, que é efetivamente o Burnout

Indústrias: construção movimentou R$ 325,1 bilhões em 2020. (Germano Lüders/Exame)
KM

Karla Mamona

Publicado em 12 de maio de 2022 às 09h52.

Última atualização em 12 de maio de 2022 às 10h02.

A pesquisa “ IRA – Índice Regional de Assimetrias ”, realizada pelo Ipefem, em parceria com o Instituto Mulheres do Imobiliário, aponta que 9 em cada 10 mulheres sofrem machismo dentro do trabalho na construção civil e no segmento imobiliário, e a maioria delas, 65%, de forma muito frequente – mais de três vezes por semana.

“O que chamamos de assimetria é esse ambiente desequilibrado, onde mulheres, muitas vezes, não conseguem completar uma frase ou precisam lidar com um homem explicando pra elas um assunto que elas dominam. Nós queríamos provar que existe uma relação direta entre um ambiente assimétrico e os níveis de burnout. Infelizmente, conseguimos”, destaca a fundadora do Ipefem, Ana Tomazelli.

O estudo ainda detalha que, das sete atitudes machistas avaliadas, as duas mais comuns são “ manterrupting ” e “ mansplaining ”: 84,5% das participantes já passaram por essas situações em algum momento e mais da metade declarou ter passado pela situação muitas vezes.

-(Ipefem/Divulgação)

-(Ipefem/Divulgação/Divulgação)

“Além dos casos de assédio moral, a realidade que as mulheres enfrentam nas Organizações do setor mostra que a maioria discorda que seus cargos, salários, oportunidades e espaço de fala sejam equivalentes entre os gêneros”, enfatiza Ana Tomazelli.

Toda essa desigualdade, dentre outros fatores, se mostra frequente na rotina e no cotidiano das mulheres, e afeta diretamente sua saúde mental. Há indícios que 75% das mulheres do setor já têm sintomas de esgotamento e quase metade delas, 43%, estão no estágio mais avançado, que é efetivamente o Burnout.

“O que os dados e os fatos comprovam é que ainda enfrentamos uma desigualdade nas atribuições sociais entre os gêneros, fator esse que evidencia o peso social que recai sobre os ombros femininos. Falar sobre gênero também é fundamental”, pontua a idealizadora do Instituto Mulheres do Imobiliário e autora do livro Proprietárias, Elisa Rosenthal Tawil.

“Agora é levar os resultados completos às empresas e entidades do setor, para que assumam compromissos com os cuidados em saúde mental, além de melhores ambientes de trabalho”, resume Elisa.

*Elisa Tawil é LinkedIn Top Voices e TEDxSpeaker. Mentora, consultora estratégica de negócios, podcaster pelo Vieses Femininos. Idealizadora e fundadora do movimento Mulheres do Imobiliário. Colunista na revista HSM, no Imobi Report e na EXAME Invest. Head de Growth e Onboarding Specialist na eXp Realty Brasil.

Veja também

A pesquisa “ IRA – Índice Regional de Assimetrias ”, realizada pelo Ipefem, em parceria com o Instituto Mulheres do Imobiliário, aponta que 9 em cada 10 mulheres sofrem machismo dentro do trabalho na construção civil e no segmento imobiliário, e a maioria delas, 65%, de forma muito frequente – mais de três vezes por semana.

“O que chamamos de assimetria é esse ambiente desequilibrado, onde mulheres, muitas vezes, não conseguem completar uma frase ou precisam lidar com um homem explicando pra elas um assunto que elas dominam. Nós queríamos provar que existe uma relação direta entre um ambiente assimétrico e os níveis de burnout. Infelizmente, conseguimos”, destaca a fundadora do Ipefem, Ana Tomazelli.

O estudo ainda detalha que, das sete atitudes machistas avaliadas, as duas mais comuns são “ manterrupting ” e “ mansplaining ”: 84,5% das participantes já passaram por essas situações em algum momento e mais da metade declarou ter passado pela situação muitas vezes.

-(Ipefem/Divulgação)

-(Ipefem/Divulgação/Divulgação)

“Além dos casos de assédio moral, a realidade que as mulheres enfrentam nas Organizações do setor mostra que a maioria discorda que seus cargos, salários, oportunidades e espaço de fala sejam equivalentes entre os gêneros”, enfatiza Ana Tomazelli.

Toda essa desigualdade, dentre outros fatores, se mostra frequente na rotina e no cotidiano das mulheres, e afeta diretamente sua saúde mental. Há indícios que 75% das mulheres do setor já têm sintomas de esgotamento e quase metade delas, 43%, estão no estágio mais avançado, que é efetivamente o Burnout.

“O que os dados e os fatos comprovam é que ainda enfrentamos uma desigualdade nas atribuições sociais entre os gêneros, fator esse que evidencia o peso social que recai sobre os ombros femininos. Falar sobre gênero também é fundamental”, pontua a idealizadora do Instituto Mulheres do Imobiliário e autora do livro Proprietárias, Elisa Rosenthal Tawil.

“Agora é levar os resultados completos às empresas e entidades do setor, para que assumam compromissos com os cuidados em saúde mental, além de melhores ambientes de trabalho”, resume Elisa.

*Elisa Tawil é LinkedIn Top Voices e TEDxSpeaker. Mentora, consultora estratégica de negócios, podcaster pelo Vieses Femininos. Idealizadora e fundadora do movimento Mulheres do Imobiliário. Colunista na revista HSM, no Imobi Report e na EXAME Invest. Head de Growth e Onboarding Specialist na eXp Realty Brasil.

Acompanhe tudo sobre:Construção civilDoençasSaúde

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se