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Gestão imobiliária e retenção de talentos: tudo está interligado

Se você quer reduzir o aluguel de seu escritório e optar por uma localização sem serviços, a sua equipe sentirá na pele a alteração

(Germano Lüders/Exame)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de fevereiro de 2023 às 07h32.

*por Washington Botelho

Cada vez mais, o conceito de eficiência está ganhando espaço nas discussões corporativas. Tem aumentado a pressão para fazermos mais e melhor gastando menos. Pode parecer óbvio que este seja o mundo ideal, mas nem sempre é possível ver com clareza os pontos sensíveis de cada operação. Quanto mais distante do core business de uma companhia, maior a dificuldade de identificar pontos de melhoria ou de criar soluções inovadoras. Isso é natural. Empresas são organismos vivos, habitados por uma imensa complexidade de fatores. Nesse sentido, a busca por gerar economia tem feito gestores irem atrás de saídas fora de suas próprias corporações, trazendo inteligência e experiência para gerar valor dentro de seus ecossistemas.

Você já deve ter ouvido falar em Custo Total de Propriedade (CTO). Basicamente, é a somatória dos custos diretos, indiretos e não aparentes. Isso vale para um bem, um serviço ou um produto, levando em conta o quanto é gasto para aquisição, para manutenção e para o descarte.

No mercado imobiliário, o que vemos com frequência é que a percepção está concentrada no custo direto, naquilo que é evidente. Por exemplo, é comum recebermos demandas para reduzirmos os valores pagos aos fornecedores. A empresa gasta X e quer reduzir em 10%. Mas qual será o impacto disso na qualidade do serviço? Do ponto de vista de ESG, estou contribuindo para uma cadeia saudável ou estou colocando meus fornecedores contra a parede? A que custo ele vai atender à minha necessidade de economia?

É preciso ir além do visível. Como refleti neste artigo, vivemos na era da flexibilidade. As pessoas querem - e precisam - equilibrar a vida profissional e a vida pessoal, com mais bem-estar e sem abrir mão da saúde mental. Oferecer espaços de trabalho que promovam esses aspectos pode ser a diferença entre reter um talento valioso para sua empresa ou vê-lo sair pela porta. E o que isso tem a ver com economia, além dos aparentes custos de contratação/demissão? Tem tudo a ver!

Se você quer reduzir o aluguel de seu escritório e optar por uma localização sem serviços como restaurantes, bancos e outras facilidades por perto, a sua equipe sentirá na pele a alteração. Se você troca um fornecedor de limpeza por um mais barato, mas que não tem tanto esmero, os colaboradores não ficarão contentes de encontrar banheiros “quase limpos”. O mesmo vale para outras tantas áreas - tecnologia, contabilidade, jurídico.

Por isso, é preciso pensar de forma holística. Não estou dizendo que a troca de fornecedores não é recomendada. Estou dizendo que precisa ser bem avaliada dentro de uma profundidade e de uma amplitude, ainda mais no real estate, que atua de forma transversal nas empresas e representa uma linha de custo de grandeza elevada, da gestão de portfólio à gestão das operações imobiliárias. Quando reordenamos a lógica dos custos, geramos economia financeira, mas também produzimos ganhos tangíveis e intangíveis em outras áreas, como na satisfação das pessoas, que são o verdadeiro capital das organizações.

*Washington Botelho é CEO da JLL Work Dynamics para a América Latina

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*por Washington Botelho

Cada vez mais, o conceito de eficiência está ganhando espaço nas discussões corporativas. Tem aumentado a pressão para fazermos mais e melhor gastando menos. Pode parecer óbvio que este seja o mundo ideal, mas nem sempre é possível ver com clareza os pontos sensíveis de cada operação. Quanto mais distante do core business de uma companhia, maior a dificuldade de identificar pontos de melhoria ou de criar soluções inovadoras. Isso é natural. Empresas são organismos vivos, habitados por uma imensa complexidade de fatores. Nesse sentido, a busca por gerar economia tem feito gestores irem atrás de saídas fora de suas próprias corporações, trazendo inteligência e experiência para gerar valor dentro de seus ecossistemas.

Você já deve ter ouvido falar em Custo Total de Propriedade (CTO). Basicamente, é a somatória dos custos diretos, indiretos e não aparentes. Isso vale para um bem, um serviço ou um produto, levando em conta o quanto é gasto para aquisição, para manutenção e para o descarte.

No mercado imobiliário, o que vemos com frequência é que a percepção está concentrada no custo direto, naquilo que é evidente. Por exemplo, é comum recebermos demandas para reduzirmos os valores pagos aos fornecedores. A empresa gasta X e quer reduzir em 10%. Mas qual será o impacto disso na qualidade do serviço? Do ponto de vista de ESG, estou contribuindo para uma cadeia saudável ou estou colocando meus fornecedores contra a parede? A que custo ele vai atender à minha necessidade de economia?

É preciso ir além do visível. Como refleti neste artigo, vivemos na era da flexibilidade. As pessoas querem - e precisam - equilibrar a vida profissional e a vida pessoal, com mais bem-estar e sem abrir mão da saúde mental. Oferecer espaços de trabalho que promovam esses aspectos pode ser a diferença entre reter um talento valioso para sua empresa ou vê-lo sair pela porta. E o que isso tem a ver com economia, além dos aparentes custos de contratação/demissão? Tem tudo a ver!

Se você quer reduzir o aluguel de seu escritório e optar por uma localização sem serviços como restaurantes, bancos e outras facilidades por perto, a sua equipe sentirá na pele a alteração. Se você troca um fornecedor de limpeza por um mais barato, mas que não tem tanto esmero, os colaboradores não ficarão contentes de encontrar banheiros “quase limpos”. O mesmo vale para outras tantas áreas - tecnologia, contabilidade, jurídico.

Por isso, é preciso pensar de forma holística. Não estou dizendo que a troca de fornecedores não é recomendada. Estou dizendo que precisa ser bem avaliada dentro de uma profundidade e de uma amplitude, ainda mais no real estate, que atua de forma transversal nas empresas e representa uma linha de custo de grandeza elevada, da gestão de portfólio à gestão das operações imobiliárias. Quando reordenamos a lógica dos custos, geramos economia financeira, mas também produzimos ganhos tangíveis e intangíveis em outras áreas, como na satisfação das pessoas, que são o verdadeiro capital das organizações.

*Washington Botelho é CEO da JLL Work Dynamics para a América Latina

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