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Digitalização, eleições e juros dominarão pauta do setor imobiliário neste semestre

Nova pesquisa do Amazonita Clube, do Instituto Mulheres do Imobiliário aponta crescimento moderado e destaca tendência para o setor residencial

Imóveis: as principais tendências do setor para o período, na percepção dos entrevistados, serão: continuidade da digitalização do setor (60,4%) e crescimento dos residenciais para renda (Germano Lüders/Exame)
KM

Karla Mamona

Publicado em 1 de agosto de 2022 às 09h23.

Por Elisa Rosenthal - Diretora Presidente do Instituto Mulheres do Imobiliário

A escalada dos juros básicos da economia e a corrida eleitoral seguem ditando o ritmo de mudança para o segundo semestre de 2022 no setor imobiliário, como indica a mais recente pesquisa do Think Tank Amazonita Clube, núcleo estratégico do Instituto Mulheres do Imobiliário. Esses assuntos foram apontados como os que vão dominar a pauta do mercado nos próximos meses por, respectivamente, 84,7% e 75,7% dos ouvidos pela enquete.

A pesquisa ouviu 111 profissionais do setor, sendo a maioria mulheres (88,3%) e atuantes em áreas diversas como comercialização (43,2%), gestão (23,4%) e jurídico (10,8%). Os ânimos em relação à projeção de crescimento estão conservadores, com 38,7% apostando em um crescimento moderado e 24,3% apostando na estabilidade do setor. 23,4% acreditam numa queda moderada e ainda uma parcela de 12,6% de otimistas aposta no crescimento intenso.

Na opinião de Fernanda Mustacchi, sócia na Mustacchi Advogados e membro do Amazonita Clube, o Think Tank do Instituto Mulheres do Imobiliário, as eleições, de uma forma geral, abalam todos os mercados e não somente o imobiliário: "o que acontece, de fato, é que surge uma sensação de insegurança, como se o futuro passasse a ser incerto. O que esquecemos é que ele sempre é!".

Mustacchi diz que costuma brincar que os escritórios de advocacia são ótimos termômetros do mercado imobiliário, pois sentem antes o que virá depois: "percebemos que alguns lançamentos previstos para este ano foram suspensos, como também tantas outras negociações. Na verdade, não é um volume de desistências, mas de suspensões, o que nos mostra claramente que a ideia não é 'não fazer', mas sim 'não fazer agora, até que saibamos o caminho que a economia tomará'. Em casos que o tempo demasiado já faz parte do dia a dia, como loteamentos, aí nada parou: que bom!"

As principais tendências do setor para o período, na percepção dos entrevistados, serão: continuidade da digitalização do setor (60,4%), crescimento dos residenciais para renda ( 42,3%) e aumento da demanda por espaços de trabalho flexíveis e mais próximos às residências dos colaboradores – por exemplo, co-workings espalhados por diferentes regiões (41,4%).

De olho nas melhores oportunidades de negócios e investimentos no Brasil, a pesquisa apresentou mais de uma possibilidade de respostas para os entrevistados que destacaram que o setor residencial segue em alta, sendo as oportunidades para renda e locação como a principal aposta, com 63,1% dos votos, na sequência, os residenciais para venda, com 51,4% e fundos de investimentos imobiliários - FIIs para 48,6% dos respondentes.

"Com os juros altos relatados, a possibilidade de compra de um imóvel fica um pouco mais distante para algumas camadas sociais, de maneira que o mercado de locação ganha destaque. Para as camadas sociais mais necessitadas o poder público deve pensar e desenvolver planos em parceria com a iniciativa privada para locações mais acessíveis e com regime diferenciado. Questão que também está na pauta" alerta Moira Bossolani, diretora de risco na Lello Imóveis e membro do Amazonita Clube.

Mesmo com a alta dos juros pesando sobre os fundos imobiliários e com o IFIX (Índice de Fundos Imobiliários - FIIs - da B3) acumulando leve queda no primeiro semestre de 2022, os FIIs continuam aparecendo como uma categoria importante para diversificação de portfólio.

"As melhores oportunidades para a segunda metade do ano deverão permanecer nos FIIs de 'papel', que investem em títulos de renda fixa atrelados a índices de inflação e à taxa do CDI (certificado de depósito interbancário). Esses fundos têm características que os favorecem no atual cenário de pressão inflacionária e juros altos, que deve continuar a pautar o mercado no segundo semestre, podendo se estender até o início de 2024, diante de uma Selic ainda elevada em 2023", indica Fernanda Rosalem, managing director no Paladin Realty Partners e membro do Amazonita Clube.

Rosalem reforça que os fundos de “tijolo” (aqueles com ativos físicos na carteira - edifícios, galpões, shopping centers), por outro lado, sentiram mais os desafios macroeconômicos impostos pela pandemia da Covid-19 e exibem atualmente cotas descontadas na comparação com o valor patrimonial dos ativos. Vários desses fundos estão sendo negociados em bolsa a preços muito inferiores ao custo de reposição dos ativos. "Essa grande distorção no preço das cotas é uma oportunidade interessante para quem tem visão de longo prazo e busca, principalmente, ganho de capital e não apenas dividendos mensais", indica a executiva.

De qualquer forma, vale sempre ressaltar que o primeiro passo para investir em fundos imobiliários, seja de papel ou de tijolo, é entender a qualidade e localização dos ativos e, principalmente, a qualidade da gestão.

Amazonita Clube

O Amazonita Clube é um núcleo estratégico do Instituto Mulheres do Imobiliário e centro de reflexão e proposição de soluções para os temas mais importantes do setor imobiliário. Sua atuação está pautada em dois pilares centrais: expertise e diversidade. O clube foi criado por Elisa Rosenthal, diretora presidente do Instituto Mulheres do Imobiliário.

A missão do clube é estimular a evolução do mercado imobiliário e, simultaneamente, crescentes presença e visibilidade femininas na sua liderança, a partir de uma agenda de trabalho consistente, de médio e longo prazos.

Entre as integrantes do Amazonita Clube, estão: Rafaella Carvalho (Cyrela), Fernanda Rosalem (Paladin Realty Partners), Bianca Setin (Setin), Haaillih Bittar (Tishman Speyer), Tania Costa (Regus), Roberta Bigucci (MBigucci Construtora), Mariliza Pereira (RioOito Incorporações e Empreendimentos) e Cecília Maia Noal (Gamaro).

Mais informações sobre o Amazonita Clube: https://mulheresdoimobiliario.com.br/amazonita

amazonita@mulheresdoimobiliario.com.br

Sobre o Instituto Mulheres do Imobiliário

Fundado em 2019,  o Mulheres do Imobiliário é o primeiro grupo feminino do setor imobiliário, preocupado com a equidade de gênero em toda a cadeia produtiva. O grupo cresceu, virou movimento e hoje está consolidado como Instituto Mulheres do Imobiliário e tem por objeto principal contribuir para as promoções da Igualdade e Equidade de Gênero; da Defesa, Preservação e Conservação do Meio Ambiente; do Desenvolvimento Sustentável; do Desenvolvimento Econômico; e da Inclusão Social e Produtiva das pessoas de modo geral e em especial da mulher.

Confira detalhes da pesquisa do Amazonita Clube:

Amazonita Clube

Amazonita Clube

-(o Instituto Mulheres do Imobiliário/Divulgação/Divulgação)

-(Amazonita Clube/Divulgação/Divulgação)

-(Amazonita Clube/Divulgação/Divulgação)

-(Instituto Mulheres do Imobiliário/Divulgação/Divulgação)

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Por Elisa Rosenthal - Diretora Presidente do Instituto Mulheres do Imobiliário

A escalada dos juros básicos da economia e a corrida eleitoral seguem ditando o ritmo de mudança para o segundo semestre de 2022 no setor imobiliário, como indica a mais recente pesquisa do Think Tank Amazonita Clube, núcleo estratégico do Instituto Mulheres do Imobiliário. Esses assuntos foram apontados como os que vão dominar a pauta do mercado nos próximos meses por, respectivamente, 84,7% e 75,7% dos ouvidos pela enquete.

A pesquisa ouviu 111 profissionais do setor, sendo a maioria mulheres (88,3%) e atuantes em áreas diversas como comercialização (43,2%), gestão (23,4%) e jurídico (10,8%). Os ânimos em relação à projeção de crescimento estão conservadores, com 38,7% apostando em um crescimento moderado e 24,3% apostando na estabilidade do setor. 23,4% acreditam numa queda moderada e ainda uma parcela de 12,6% de otimistas aposta no crescimento intenso.

Na opinião de Fernanda Mustacchi, sócia na Mustacchi Advogados e membro do Amazonita Clube, o Think Tank do Instituto Mulheres do Imobiliário, as eleições, de uma forma geral, abalam todos os mercados e não somente o imobiliário: "o que acontece, de fato, é que surge uma sensação de insegurança, como se o futuro passasse a ser incerto. O que esquecemos é que ele sempre é!".

Mustacchi diz que costuma brincar que os escritórios de advocacia são ótimos termômetros do mercado imobiliário, pois sentem antes o que virá depois: "percebemos que alguns lançamentos previstos para este ano foram suspensos, como também tantas outras negociações. Na verdade, não é um volume de desistências, mas de suspensões, o que nos mostra claramente que a ideia não é 'não fazer', mas sim 'não fazer agora, até que saibamos o caminho que a economia tomará'. Em casos que o tempo demasiado já faz parte do dia a dia, como loteamentos, aí nada parou: que bom!"

As principais tendências do setor para o período, na percepção dos entrevistados, serão: continuidade da digitalização do setor (60,4%), crescimento dos residenciais para renda ( 42,3%) e aumento da demanda por espaços de trabalho flexíveis e mais próximos às residências dos colaboradores – por exemplo, co-workings espalhados por diferentes regiões (41,4%).

De olho nas melhores oportunidades de negócios e investimentos no Brasil, a pesquisa apresentou mais de uma possibilidade de respostas para os entrevistados que destacaram que o setor residencial segue em alta, sendo as oportunidades para renda e locação como a principal aposta, com 63,1% dos votos, na sequência, os residenciais para venda, com 51,4% e fundos de investimentos imobiliários - FIIs para 48,6% dos respondentes.

"Com os juros altos relatados, a possibilidade de compra de um imóvel fica um pouco mais distante para algumas camadas sociais, de maneira que o mercado de locação ganha destaque. Para as camadas sociais mais necessitadas o poder público deve pensar e desenvolver planos em parceria com a iniciativa privada para locações mais acessíveis e com regime diferenciado. Questão que também está na pauta" alerta Moira Bossolani, diretora de risco na Lello Imóveis e membro do Amazonita Clube.

Mesmo com a alta dos juros pesando sobre os fundos imobiliários e com o IFIX (Índice de Fundos Imobiliários - FIIs - da B3) acumulando leve queda no primeiro semestre de 2022, os FIIs continuam aparecendo como uma categoria importante para diversificação de portfólio.

"As melhores oportunidades para a segunda metade do ano deverão permanecer nos FIIs de 'papel', que investem em títulos de renda fixa atrelados a índices de inflação e à taxa do CDI (certificado de depósito interbancário). Esses fundos têm características que os favorecem no atual cenário de pressão inflacionária e juros altos, que deve continuar a pautar o mercado no segundo semestre, podendo se estender até o início de 2024, diante de uma Selic ainda elevada em 2023", indica Fernanda Rosalem, managing director no Paladin Realty Partners e membro do Amazonita Clube.

Rosalem reforça que os fundos de “tijolo” (aqueles com ativos físicos na carteira - edifícios, galpões, shopping centers), por outro lado, sentiram mais os desafios macroeconômicos impostos pela pandemia da Covid-19 e exibem atualmente cotas descontadas na comparação com o valor patrimonial dos ativos. Vários desses fundos estão sendo negociados em bolsa a preços muito inferiores ao custo de reposição dos ativos. "Essa grande distorção no preço das cotas é uma oportunidade interessante para quem tem visão de longo prazo e busca, principalmente, ganho de capital e não apenas dividendos mensais", indica a executiva.

De qualquer forma, vale sempre ressaltar que o primeiro passo para investir em fundos imobiliários, seja de papel ou de tijolo, é entender a qualidade e localização dos ativos e, principalmente, a qualidade da gestão.

Amazonita Clube

O Amazonita Clube é um núcleo estratégico do Instituto Mulheres do Imobiliário e centro de reflexão e proposição de soluções para os temas mais importantes do setor imobiliário. Sua atuação está pautada em dois pilares centrais: expertise e diversidade. O clube foi criado por Elisa Rosenthal, diretora presidente do Instituto Mulheres do Imobiliário.

A missão do clube é estimular a evolução do mercado imobiliário e, simultaneamente, crescentes presença e visibilidade femininas na sua liderança, a partir de uma agenda de trabalho consistente, de médio e longo prazos.

Entre as integrantes do Amazonita Clube, estão: Rafaella Carvalho (Cyrela), Fernanda Rosalem (Paladin Realty Partners), Bianca Setin (Setin), Haaillih Bittar (Tishman Speyer), Tania Costa (Regus), Roberta Bigucci (MBigucci Construtora), Mariliza Pereira (RioOito Incorporações e Empreendimentos) e Cecília Maia Noal (Gamaro).

Mais informações sobre o Amazonita Clube: https://mulheresdoimobiliario.com.br/amazonita

amazonita@mulheresdoimobiliario.com.br

Sobre o Instituto Mulheres do Imobiliário

Fundado em 2019,  o Mulheres do Imobiliário é o primeiro grupo feminino do setor imobiliário, preocupado com a equidade de gênero em toda a cadeia produtiva. O grupo cresceu, virou movimento e hoje está consolidado como Instituto Mulheres do Imobiliário e tem por objeto principal contribuir para as promoções da Igualdade e Equidade de Gênero; da Defesa, Preservação e Conservação do Meio Ambiente; do Desenvolvimento Sustentável; do Desenvolvimento Econômico; e da Inclusão Social e Produtiva das pessoas de modo geral e em especial da mulher.

Confira detalhes da pesquisa do Amazonita Clube:

Amazonita Clube

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-(o Instituto Mulheres do Imobiliário/Divulgação/Divulgação)

-(Amazonita Clube/Divulgação/Divulgação)

-(Amazonita Clube/Divulgação/Divulgação)

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