Exame Logo

Complexos multiuso apostam na experiência e viram fator de atração de talentos nas empresas

Reunir moradia, trabalho, lazer e serviços em um mesmo endereço é uma tendência sustentável no mercado imobiliário

Complexos multiuso: são modelos sustentáveis e eficientes para as grandes cidades, pois possibilitam que os usuários resolvam grande parte da sua vida em um mesmo local, evitando deslocamentos, diminuindo o trânsito e reduzindo as emissões de carbono (JLL/Divulgação/Divulgação)
KM

Karla Mamona

Publicado em 22 de junho de 2022 às 12h58.

Complexos multiuso são aqueles que oferecem a possibilidade de mais de um tipo de ocupação, portanto, podem reunir escritórios, entretenimento, varejo, hotelaria, serviços e residencial em um mesmo empreendimento. São modelos sustentáveis e eficientes para as grandes cidades, pois possibilitam que os usuários resolvam grande parte da sua vida em um mesmo local, evitando deslocamentos, diminuindo o trânsito e reduzindo as emissões de carbono. Além disso, eles não precisam ficar restritos a bairros nobres e regiões centrais – ao contrário, permitem o desenvolvimento de novos polos em outras regiões.

Por essas características, os complexos multiuso já eram apontados como uma tendência do mercado imobiliário antes mesmo da pandemia. Agora, porém, após a experiência dos funcionários com o trabalho remoto no período de isolamento social, eles se tornaram um verdadeiro trunfo para atrair os colaboradores de volta aos escritórios.

Ao analisar o atual contexto de retomada gradual da ocupação dos empreendimentos corporativos, um dos pilares está sendo o deslocamento. Nesse sentido, reunir em um só espaço uma oferta de diferentes serviços é mais uma característica do bem-estar que pode ser oferecido dentro de um empreendimento.

É aí que os complexos de uso misto entram como diferencial. Afinal, se a empresa está instalada em um edifício que oferece outras facilidades, fica muito mais conveniente poder combinar a ida ao escritório à resolução de alguma outra necessidade, como compras em um shopping center ou supermercado, um laboratório de exames médicos ou um salão de beleza. Ou, ainda, um lava-rápido no estacionamento, uma alameda de serviços com restaurantes, lavanderia, sapateiro e academia, por exemplo. Enfim, a lista de opções para agregar funcionalidades ao empreendimento é grande.

Mix estratégico otimiza operações e reduz conflitos

Com tantas possibilidades, a composição do mix de usos deve ter um olhar estratégico para proporcionar uma boa experiência aos usuários. É necessário contemplar a necessidade de todos os públicos que frequentam o espaço, sejam moradores, trabalhadores, hóspedes ou visitantes, sem perder de vista o perfil da região.

Além de atender aos diferentes tipos de frequentadores, é importante assegurar uma interação saudável entre eles. Algumas inovações têm surgido nesse sentido, como andares inteiros compartilhados como áreas de convivência ou salas de reunião bem equipadas para uso sob demanda.

Nos EUA, mais do que uma tendência, os complexos de uso misto são uma realidade consolidada, e a experiência oferecida pelo empreendimento pode ser, inclusive, cláusula contratual. Por lá, é comum que o hall de um edifício corporativo seja amplamente ocupado por uma cafeteria, a ponto de nos confundirmos onde é o balcão de identificação para acesso, já que não estamos acostumados com isso por aqui.

O objetivo é trazer vida para o prédio, humanizar o espaço e incentivar sua ocupação pelas pessoas. Essa pode ser a proposta desde a concepção de um projeto, mas também podem ser feitas adaptações em empreendimentos já existentes. Em alguns casos, medidas simples, como instalar pufes ou redes no jardim, já ajudam a deixar o ambiente mais convidativo. Mas também é possível realizar obras mais complexas, como a interligação de edifícios.

Apesar de o foco dos complexos multiuso ser proporcionar a melhor experiência aos frequentadores, é inegável que há impacto na rentabilidade, uma vez que atraem mais ocupantes e agregam valor ao empreendimento. Por outro lado, esse tipo de ocupação traz seus desafios de gestão, desde detalhes técnicos como horários e regras diferentes para a coleta de cada tipo de lixo até a convenção de condomínio, que elabora regras de convivência e critérios de rateio, por exemplo.

Além de uma estratégia de atração de ocupantes para os proprietários e de talentos para as empresas, os complexos multiuso também podem contribuir para melhorar a qualidade de vida nas cidades. Mais do que a já citada diminuição de deslocamentos, podem colaborar para otimizar a ocupação urbana, dando vida ao seu entorno.

Por Fábio Martins e Murillo Azevedo, Diretor e Estrategista de Gerenciamento de Propriedades da JLL

Veja também

Complexos multiuso são aqueles que oferecem a possibilidade de mais de um tipo de ocupação, portanto, podem reunir escritórios, entretenimento, varejo, hotelaria, serviços e residencial em um mesmo empreendimento. São modelos sustentáveis e eficientes para as grandes cidades, pois possibilitam que os usuários resolvam grande parte da sua vida em um mesmo local, evitando deslocamentos, diminuindo o trânsito e reduzindo as emissões de carbono. Além disso, eles não precisam ficar restritos a bairros nobres e regiões centrais – ao contrário, permitem o desenvolvimento de novos polos em outras regiões.

Por essas características, os complexos multiuso já eram apontados como uma tendência do mercado imobiliário antes mesmo da pandemia. Agora, porém, após a experiência dos funcionários com o trabalho remoto no período de isolamento social, eles se tornaram um verdadeiro trunfo para atrair os colaboradores de volta aos escritórios.

Ao analisar o atual contexto de retomada gradual da ocupação dos empreendimentos corporativos, um dos pilares está sendo o deslocamento. Nesse sentido, reunir em um só espaço uma oferta de diferentes serviços é mais uma característica do bem-estar que pode ser oferecido dentro de um empreendimento.

É aí que os complexos de uso misto entram como diferencial. Afinal, se a empresa está instalada em um edifício que oferece outras facilidades, fica muito mais conveniente poder combinar a ida ao escritório à resolução de alguma outra necessidade, como compras em um shopping center ou supermercado, um laboratório de exames médicos ou um salão de beleza. Ou, ainda, um lava-rápido no estacionamento, uma alameda de serviços com restaurantes, lavanderia, sapateiro e academia, por exemplo. Enfim, a lista de opções para agregar funcionalidades ao empreendimento é grande.

Mix estratégico otimiza operações e reduz conflitos

Com tantas possibilidades, a composição do mix de usos deve ter um olhar estratégico para proporcionar uma boa experiência aos usuários. É necessário contemplar a necessidade de todos os públicos que frequentam o espaço, sejam moradores, trabalhadores, hóspedes ou visitantes, sem perder de vista o perfil da região.

Além de atender aos diferentes tipos de frequentadores, é importante assegurar uma interação saudável entre eles. Algumas inovações têm surgido nesse sentido, como andares inteiros compartilhados como áreas de convivência ou salas de reunião bem equipadas para uso sob demanda.

Nos EUA, mais do que uma tendência, os complexos de uso misto são uma realidade consolidada, e a experiência oferecida pelo empreendimento pode ser, inclusive, cláusula contratual. Por lá, é comum que o hall de um edifício corporativo seja amplamente ocupado por uma cafeteria, a ponto de nos confundirmos onde é o balcão de identificação para acesso, já que não estamos acostumados com isso por aqui.

O objetivo é trazer vida para o prédio, humanizar o espaço e incentivar sua ocupação pelas pessoas. Essa pode ser a proposta desde a concepção de um projeto, mas também podem ser feitas adaptações em empreendimentos já existentes. Em alguns casos, medidas simples, como instalar pufes ou redes no jardim, já ajudam a deixar o ambiente mais convidativo. Mas também é possível realizar obras mais complexas, como a interligação de edifícios.

Apesar de o foco dos complexos multiuso ser proporcionar a melhor experiência aos frequentadores, é inegável que há impacto na rentabilidade, uma vez que atraem mais ocupantes e agregam valor ao empreendimento. Por outro lado, esse tipo de ocupação traz seus desafios de gestão, desde detalhes técnicos como horários e regras diferentes para a coleta de cada tipo de lixo até a convenção de condomínio, que elabora regras de convivência e critérios de rateio, por exemplo.

Além de uma estratégia de atração de ocupantes para os proprietários e de talentos para as empresas, os complexos multiuso também podem contribuir para melhorar a qualidade de vida nas cidades. Mais do que a já citada diminuição de deslocamentos, podem colaborar para otimizar a ocupação urbana, dando vida ao seu entorno.

Por Fábio Martins e Murillo Azevedo, Diretor e Estrategista de Gerenciamento de Propriedades da JLL

Acompanhe tudo sobre:Fundos-imobiliariosImóveisInvestimentos-pessoaismercado-imobiliario

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se