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As novas tendências de moradia com os efeitos da pandemia

Ampliar o conhecimento sobre preferências dos consumidores com base em dados permitirá que escolhas de imóveis para compra ou aluguel sejam mais assertivas

A rotina do home office já se materializa em novas preferências de quem compra ou aluga um imóvel | Foto: GettyImages (sanjeri/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2021 às 19h39.

O mercado imobiliário é um mercado um tanto peculiar entre aqueles que fazem parte do nosso dia-a-dia. Um dos fatores é o baixo grau de homogeneidade, isto é, os imóveis (que são os bens desse mercado) são muito diferentes entre si.

Concentrando-nos aqui principalmente no mercado residencial, primeiramente temos, claro, a localização como grande fonte de diversidade entre os imóveis. Não obstante, apartamentos em um mesmo prédio ainda podem variar de planta e mobília e, ainda que tivessem a mesma planta e mobília, estão em diferentes andares e faces do edifício, alterando a facilidade de não depender do elevador, a ventilação, a luminosidade e a vista.

Pode-se argumentar que uma refeição em um restaurante também é semelhante ao mercado imobiliário nesse quesito. Cada restaurante provê ambiente, atendimento, opções de acompanhamento e sabor próprio ao prato, de forma que cada um oferece uma experiência diferente, o que significa que o mercado é pouco homogêneo.

E é aí que entra outra dimensão importantíssima para entender a diferença entre o mercado imobiliário e outros mercados mais comuns (como o de alimentação fora de casa): o imóvel é extremamente duradouro.

Essas duas características dos imóveis, alta durabilidade e baixa homogeneidade entre imóveis, explicam a relativa baixa quantidade de transações desse mercado. Enquanto é natural ir ao supermercado um número de vezes no mês, mesmo imóveis para aluguel passam anos sem mudar de locatário.

No mercado de compra e venda de imóveis residenciais, o número de transações é naturalmente menor. Da ótica do consumidor do mercado imobiliário, o residente, o baixo número de transações passa também pelo peso que a transação tem na renda. Segundo a mais recente Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2017-2018) do IBGE, habitação corresponde a 36,6% das despesas das famílias.

Dessa forma, há a necessidade de um casamento assertivo das necessidades do consumidor com a sua moradia (imóvel). Afinal, conforme apontam as últimas pesquisas de Jornadas dos Consumidores (de Compra e Locação) da DataZAP+, a maior parte dos consumidores aponta como difícil encontrar imóveis com as características desejáveis dentro do tempo planejado. Nesse contexto e com o propósito de auxiliar a casar perfis de clientes com o seu imóvel ideal, a DataZAP+ lançou sua mais nova pesquisa, Tendências de Moradia.

A pesquisa entrevistou 1.288 usuários dos portais ZAP e Viva Real que buscaram nos últimos 12 meses imóveis para comprar ou alugar. Perguntamos sobre tipologia desejada (área útil, dormitórios e vagas), impacto da pandemia na busca por determinados atributos, proximidade a amenidades, infraestrutura de comércio e serviços e áreas comuns mais desejadas em condomínios e mais. As respostas ajudam o leitor a entender quais características de um determinado imóvel são mais relevantes para cada perfil médio.

Um exemplo interessante é a importância dada para aspectos tecnológicos por gerações mais velhas (X e baby boomer’s -- mais de 38 anos) frente a millennials e geração Z (até 37 anos) no mercado de compra. A pesquisa mostra que as pessoas com mais de 38 anos consideram os seguintes aspectos mais relevantes (de maneira estatisticamente significativa): aplicativo de condomínio, presença de tomadas USB (tanto nas áreas comuns quanto nos dormitórios dos imóveis), experiência com realidade virtual para conhecer o imóvel, tomadas para carros elétricos e portaria virtual.

Abordamos também os impactos do home office devido ao espalhamento da modalidade. Tanto para aluguel quanto para compra, apenas 25% dos que declararam fazer home office disseram estar dispostos a ficar mais distante do local de trabalho. No mercado de compra, verificamos que quem faz home office reforma ou pretende reformar mais o imóvel novo do que quem não se enquadra na modalidade. Além disso, quem levou o escritório para dentro de casa também mostra dar mais importância a piscina externa, academia e bicicletário em relação a quem não faz home office.

Não menos importante, a pesquisa traz também números importantes para o público agregado. A maior parte dos consumidores busca imóveis na mesma cidade em que reside (73% em compra/venda e 86% em locação).

Sobre comércio e serviços, 3 em cada 4 consumidores (para ambas transações) priorizam estar próximos a comércio de caráter alimentício (supermercados, padarias, açougues e outros). Outro destaque é a distribuição da consideração sobre novos conceitos de moradia: aproximadamente 47% considerariam morar em um bairro planejado, 28% em condomínios-clube e 37% não considerariam nenhum conceito alternativo.

Há muitos mais insights nos relatórios da pesquisa (compra e locação) hospedados no site. Esperamos que nosso esforço em trazer conhecimento baseado em dados ajude os casamentos entre consumidores e imóveis a serem mais assertivos.

*Pedro Tenório é economista do DataZAP+.

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O mercado imobiliário é um mercado um tanto peculiar entre aqueles que fazem parte do nosso dia-a-dia. Um dos fatores é o baixo grau de homogeneidade, isto é, os imóveis (que são os bens desse mercado) são muito diferentes entre si.

Concentrando-nos aqui principalmente no mercado residencial, primeiramente temos, claro, a localização como grande fonte de diversidade entre os imóveis. Não obstante, apartamentos em um mesmo prédio ainda podem variar de planta e mobília e, ainda que tivessem a mesma planta e mobília, estão em diferentes andares e faces do edifício, alterando a facilidade de não depender do elevador, a ventilação, a luminosidade e a vista.

Pode-se argumentar que uma refeição em um restaurante também é semelhante ao mercado imobiliário nesse quesito. Cada restaurante provê ambiente, atendimento, opções de acompanhamento e sabor próprio ao prato, de forma que cada um oferece uma experiência diferente, o que significa que o mercado é pouco homogêneo.

E é aí que entra outra dimensão importantíssima para entender a diferença entre o mercado imobiliário e outros mercados mais comuns (como o de alimentação fora de casa): o imóvel é extremamente duradouro.

Essas duas características dos imóveis, alta durabilidade e baixa homogeneidade entre imóveis, explicam a relativa baixa quantidade de transações desse mercado. Enquanto é natural ir ao supermercado um número de vezes no mês, mesmo imóveis para aluguel passam anos sem mudar de locatário.

No mercado de compra e venda de imóveis residenciais, o número de transações é naturalmente menor. Da ótica do consumidor do mercado imobiliário, o residente, o baixo número de transações passa também pelo peso que a transação tem na renda. Segundo a mais recente Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2017-2018) do IBGE, habitação corresponde a 36,6% das despesas das famílias.

Dessa forma, há a necessidade de um casamento assertivo das necessidades do consumidor com a sua moradia (imóvel). Afinal, conforme apontam as últimas pesquisas de Jornadas dos Consumidores (de Compra e Locação) da DataZAP+, a maior parte dos consumidores aponta como difícil encontrar imóveis com as características desejáveis dentro do tempo planejado. Nesse contexto e com o propósito de auxiliar a casar perfis de clientes com o seu imóvel ideal, a DataZAP+ lançou sua mais nova pesquisa, Tendências de Moradia.

A pesquisa entrevistou 1.288 usuários dos portais ZAP e Viva Real que buscaram nos últimos 12 meses imóveis para comprar ou alugar. Perguntamos sobre tipologia desejada (área útil, dormitórios e vagas), impacto da pandemia na busca por determinados atributos, proximidade a amenidades, infraestrutura de comércio e serviços e áreas comuns mais desejadas em condomínios e mais. As respostas ajudam o leitor a entender quais características de um determinado imóvel são mais relevantes para cada perfil médio.

Um exemplo interessante é a importância dada para aspectos tecnológicos por gerações mais velhas (X e baby boomer’s -- mais de 38 anos) frente a millennials e geração Z (até 37 anos) no mercado de compra. A pesquisa mostra que as pessoas com mais de 38 anos consideram os seguintes aspectos mais relevantes (de maneira estatisticamente significativa): aplicativo de condomínio, presença de tomadas USB (tanto nas áreas comuns quanto nos dormitórios dos imóveis), experiência com realidade virtual para conhecer o imóvel, tomadas para carros elétricos e portaria virtual.

Abordamos também os impactos do home office devido ao espalhamento da modalidade. Tanto para aluguel quanto para compra, apenas 25% dos que declararam fazer home office disseram estar dispostos a ficar mais distante do local de trabalho. No mercado de compra, verificamos que quem faz home office reforma ou pretende reformar mais o imóvel novo do que quem não se enquadra na modalidade. Além disso, quem levou o escritório para dentro de casa também mostra dar mais importância a piscina externa, academia e bicicletário em relação a quem não faz home office.

Não menos importante, a pesquisa traz também números importantes para o público agregado. A maior parte dos consumidores busca imóveis na mesma cidade em que reside (73% em compra/venda e 86% em locação).

Sobre comércio e serviços, 3 em cada 4 consumidores (para ambas transações) priorizam estar próximos a comércio de caráter alimentício (supermercados, padarias, açougues e outros). Outro destaque é a distribuição da consideração sobre novos conceitos de moradia: aproximadamente 47% considerariam morar em um bairro planejado, 28% em condomínios-clube e 37% não considerariam nenhum conceito alternativo.

Há muitos mais insights nos relatórios da pesquisa (compra e locação) hospedados no site. Esperamos que nosso esforço em trazer conhecimento baseado em dados ajude os casamentos entre consumidores e imóveis a serem mais assertivos.

*Pedro Tenório é economista do DataZAP+.

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