Agilidade é sinônimo de economia no mercado imobiliário
Além de custo e localização, as facilidades e as oportunidades que os escritórios oferecem para atrair colaboradores são aspectos imprescindíveis na escolha
Publicado em 16 de junho de 2021 às, 18h24.
Última atualização em 16 de junho de 2021 às, 18h31.
Uma das certezas que a pandemia da Covid-19 trouxe para as empresas foi a necessidade de repensar os espaços de trabalho. No mercado imobiliário, discutimos muitas vezes neste período o futuro dos escritórios, mas o que se viu foi uma crescente análise de ocupações, o que levou companhias a se mudarem para outros endereços ou optarem pela devolução de parte de seus espaços. A equação “custo x uso real” tem se mostrado cada vez mais fundamental.
Depois de quase um ano olhando para os próprios números, a maioria das empresas já tem condições de tomar decisões acertadas e seguras no que diz respeito ao tamanho, à localidade e à função de seus escritórios. Se não tem, deveria correr para ter, porque essa é a hora ideal para colocar os planos de readequação em prática.
A variável crucial é o tempo. Mesmo que haja clareza das necessidades da empresa, não é rápido encontrar o local ideal para uma mudança, negociar as condições e cláusulas de um contrato, realizar as reformas e efetivamente ocupar. Em geral, estamos falando de seis meses com time debruçado no projeto, pensando desde a desmobilização do escritório atual até o dia em que os colaboradores possam ocupar suas novas posições.
Falando especificamente da desmobilização, estamos percebendo o aumento de proprietários que têm aceitado receber os espaços devolvidos ainda mobiliados. A prática mais comum antes da pandemia era exigir a devolução nos mesmos padrões da entrega. Agora, dispor de um mobiliário novo e moderno pode ajudar a atrair novos ocupantes.
Nesse caso, ganha a empresa que abriu mão do espaço, já que terá menor custo na hora da devolução, ganha o proprietário, que fica com um espaço planejado e de alta qualidade, e ganha também o novo locatário, que terá economia no custo de mudança e precisará de menos tempo para ocupar o novo escritório.
No primeiro trimestre de 2021, já vimos o volume de transações aumentar e notamos que a busca por bons espaços se intensificou. As empresas estão conscientes de seus ativos e, neste momento, agem para colocar o planejamento em prática. Novamente, olhando para o processo de locações, devemos ter um aumento no número de transações até o final do ano.
Essa maturidade do mercado prova que as decisões de real estate passaram a ter uma posição ainda mais estratégica dentro das empresas. Além de custo e localização, ficou claro que as facilidades e as oportunidades que os escritórios oferecem para atrair colaboradores são aspectos imprescindíveis, assim como a flexibilidade das empresas de se adaptarem aos desafios sempre que for necessário.
*Yara Matsuyama é diretora da Divisão de Escritórios da JLL.