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Sustentabilidade é cuidar: a importância de negócios sustentáveis para manter a Amazônia de pé

"O histórico de atividades econômicas na Amazônia vai na direção contrária do que chamamos de sustentável"

Samaúma a grande arvore da Amazônia - Amazonia - Parque Nacional do Jaú - AM - Rio Negro - Selva - Expedição Katerre - Natureza - 

foto: Leandro Fonseca
data: 04/2022 (Leandro Fonseca/Exame)
Samaúma a grande arvore da Amazônia - Amazonia - Parque Nacional do Jaú - AM - Rio Negro - Selva - Expedição Katerre - Natureza - foto: Leandro Fonseca data: 04/2022 (Leandro Fonseca/Exame)
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Francine Lemos

Publicado em 30 de junho de 2022 às, 16h46.

Por Francine Lemos

No último mês, a Amazônia foi notícia no mundo inteiro, mais uma vez de forma negativa. O histórico de atividades econômicas na Amazônia vai na direção contrária do que chamamos de “sustentável”, palavra quase esgotada de sentido pelo uso equivocado. O Brasil vem enfrentando uma crise de desmatamento e a Amazônia hoje sofre com garimpo ilegal, tráfico de drogas, queimadas e outras mazelas que um território tão importante como esse deveria desconhecer.

O ano de 2021 foi apontado como o pior da última década. Segundo o Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), 10.362 km² de floresta foram destruídos. Esse é um dado ruim não só para as populações locais da Amazônia: além de queimadas serem uma das principais fontes de emissão de CO2, a perda desse ecossistema pode impedir o trabalho natural de captura de carbono e a formação dos rios aéreos que ajudam a regular as chuvas e as temperaturas globais, questões de extrema importância em uma década tão delicada, que exige ação rápida para garantir a manutenção do clima até 2050. Quais atitudes podem mudar esse cenário?

Diante de tantas perdas, só resta espalhar a mensagem de que precisamos agir. Somos a última geração que pode salvar a Amazônia. Somos as últimas equipes, empresas, organizações, enfim, pessoas que podem manter a floresta de pé. Precisamos convencer a sociedade a respeitar e reflorestar. Para isso, contamos com o exemplo de pessoas e empresas que desejam ser melhores para o mundo e estão liderando esse movimento de impacto positivo. Existem cada vez mais bons exemplos de como é possível atuar economicamente na região em harmonia com a natureza e as comunidades locais, e mantendo a floresta em pé.

A Natura, por exemplo, desde 2002 firmou um compromisso de conservar a natureza, desenvolver as pessoas, valorizar a cultura e cuidar do planeta. O raciocínio a que a empresa se apega é que não existe floresta em pé se a gente ficar sentado, por isso aposta na criação de uma nova economia que distribui lucros, compartilha benefícios e reconhece valor do conhecimento tradicional. Por meio da sua atuação na Amazônia, a Natura promove impacto positivo para mais de 8 mil famílias em 40 comunidades, além de manter em pé mais de 2 milhões de hectares de floresta.

Outra Empresa B que nos faz olhar com cuidado para toda a cadeia produtiva do agro é a Agrotools, que une tecnologia, banco de dados e governança, para que as empresas tenham uma cadeia produtiva transparente e responsável perante a sociedade e órgãos reguladores, e desta forma ajudem a combater práticas insustentáveis do agronegócio na região que hoje é um dos principais setores responsáveis pelo desmatamento ilegal,. Para a empresa, os territórios rurais são a chave de tudo, uma vez que eles abarcam a natureza, as florestas e são o lar dos povos originários, ao mesmo tempo que abrigam toda a produção e geração de alimentos e todos os outros produtos que são gerados para o dia a dia de todo mundo. Por isso, a Agrotools tem a visão de ajudar as empresas a se tornarem conscientes da corresponsabilidade que cada negócio tem com aquilo que acontece no campo.

Em síntese, o trabalho da Natura e da Agrotools são um lembrete de que os negócios mais sustentáveis é que vão gerar cada vez mais proteção para a natureza e todos os povos que dela vivem.

A Amazônia é um ecossistema que abriga uma potência regenerativa, de desenvolvimento econômico sustentável amparado e liderado por iniciativas vivas que assumem o compromisso de ir além dos negócios para manter o território pulsando - sendo ocupado por quem cuida, para não ser ocupado por quem destrói.