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O ano em que as coalizões promoveram mudanças estruturais na economia

Estamos enfrentando uma grande crise socioeconômica e ambiental, mas não estamos sozinhos e não precisamos estar

(divulgação/Getty Images)
KS

Karina Souza

Publicado em 10 de dezembro de 2020 às 17h58.

Em 2020, a pandemia de COVID-19 e a consequente crise econômica provaram que nosso sistema econômico não é tão resiliente quanto precisamos. Uma articulação e atuação conjunta passa a ser essencial para que os setores, tanto da sociedade quanto da economia, consigam se reerguer e se regenerar a longo prazo. E neste ano tão atípico, percebemos que, quando organizações com objetivos comuns se unem, há grandes chances de serem mais eficazes na luta por mudanças do que se agissem por conta própria. Vemos então nas coalizões uma oportunidade de almejar uma mudança estrutural, que transforme o modelo econômico que seguimos hoje.

Uma transformação estrutural depende não só da união de forças, mas também de uma forma diferente de fazer negócios, que dê atenção a todos os públicos envolvidos, de funcionários à comunidade.Por isso, o empresariado precisa assumir o protagonismo da transformação. Na busca por manter uma imagem positiva com seus stakeholders ou por tentarem de fato fortalecer uma causa, presenciamos este ano uma crescente de coalizões criadas por ou com a participação de diversas empresas.

Se tem uma área que precisa mais do que nunca de uma participação ativa de empresas conscientes, é a ambiental. Dentre os diversos esforços coletivos que se formaram este ano com a intenção de frear a destruição dos biomas brasileiros está a Amazônia Possível, um movimento do setor empresarial apoiado pelo Instituto Arapyaú, Coalizão Brasil, Rede Brasil do Pacto Global, Sistema B e Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). O projeto elaborou um guia com os 10 Princípios Empresariais para estimular companhias a liderar uma atuação mais consciente na região amazônica. Recentemente, os três maiores bancos privados do país - Bradesco, Itaú e Santander - anunciaram a adesão à Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, que reúne organizações ambientalistas e do agronegócio, para promover um modelo de desenvolvimento pautado pela economia de baixo carbono. Ter o setor financeiro olhando para uma produção sustentável com foco na preservação da floresta é de alta valia para dar peso ao movimento, além de expor que a pauta sustentabilidade deve fazer parte da econômica cada vez mais.

Alguns exemplos próprios do qual o Sistema B faz parte sãoa coalizão Imperative21, o B Movement Builders e a Amazônia Possível. A primeira é composta no Brasil pelo Sistema B, Instituto Capitalismo Consciente Brasil, criada pela coalizão global de B Lab, The B Team, CECP (Chief Executive for Corporate Purpose), Conscious Capitalism, Coalition for Inclusive Capitalism e Just Capital. Ela tem o intuito de provocar uma reflexão sobre a necessidade de redefinição do capitalismo. Com ações organizadas em cidades do mundo todo, a iniciativa traz ferramentas para auxiliar as organizações em como fazer sua parte e contribuir para a criação de um novo modelo econômico que prioriza as pessoas e o planeta.

Nesse mesmo sentido, foi criado o B Movement Builders, uma coalizão de empresas de capital aberto com pelo menos US$1 bilhão de receita anual que estão tomando medidas significativas para ajudar a acelerar a mudança em nosso sistema econômico global. Embora não sejam B Certificadas, as B Movement Builders são comprometidas com os princípios do Movimento B e realizam ações que colocam em prática esses princípios. O foco aqui é impulsionar as empresas para liderarem discussões globais, como desigualdade racial e social, crise climática, entre outros. Neste ano, a coalizão foi formada por Gerdau, Magalu, Bonduelle e Givaudan, com mentoria das Empresas B Certificadas Natura&Co e Danone North America.

Como líder do Sistema B no Brasil, responsável por conduzir um movimento que une pessoas e negócios em prol de uma modelo econômico mais igualitário e sustentável, fico muito satisfeita em ver isso acontecer, pois não poderia estar mais alinhado ao que acredito ser o caminho para mudanças estruturais na economia. Mesmo que tenham sido criados em um contexto tão grave e desafiador que foi o ano de 2020, todos esses exemplos são evidências da nossa interdependência e da transformação positiva que é possível realizar na sociedade quando feita por diversos players. Estamos enfrentando uma grande crise socioeconômica e ambiental, mas não estamos sozinhos e não precisamos estar. Então, por que não, em 2021, seguir unindo nossas necessidades, nossos interesses e aumentar a nossa voz em busca dessa transformação?

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Em 2020, a pandemia de COVID-19 e a consequente crise econômica provaram que nosso sistema econômico não é tão resiliente quanto precisamos. Uma articulação e atuação conjunta passa a ser essencial para que os setores, tanto da sociedade quanto da economia, consigam se reerguer e se regenerar a longo prazo. E neste ano tão atípico, percebemos que, quando organizações com objetivos comuns se unem, há grandes chances de serem mais eficazes na luta por mudanças do que se agissem por conta própria. Vemos então nas coalizões uma oportunidade de almejar uma mudança estrutural, que transforme o modelo econômico que seguimos hoje.

Uma transformação estrutural depende não só da união de forças, mas também de uma forma diferente de fazer negócios, que dê atenção a todos os públicos envolvidos, de funcionários à comunidade.Por isso, o empresariado precisa assumir o protagonismo da transformação. Na busca por manter uma imagem positiva com seus stakeholders ou por tentarem de fato fortalecer uma causa, presenciamos este ano uma crescente de coalizões criadas por ou com a participação de diversas empresas.

Se tem uma área que precisa mais do que nunca de uma participação ativa de empresas conscientes, é a ambiental. Dentre os diversos esforços coletivos que se formaram este ano com a intenção de frear a destruição dos biomas brasileiros está a Amazônia Possível, um movimento do setor empresarial apoiado pelo Instituto Arapyaú, Coalizão Brasil, Rede Brasil do Pacto Global, Sistema B e Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). O projeto elaborou um guia com os 10 Princípios Empresariais para estimular companhias a liderar uma atuação mais consciente na região amazônica. Recentemente, os três maiores bancos privados do país - Bradesco, Itaú e Santander - anunciaram a adesão à Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, que reúne organizações ambientalistas e do agronegócio, para promover um modelo de desenvolvimento pautado pela economia de baixo carbono. Ter o setor financeiro olhando para uma produção sustentável com foco na preservação da floresta é de alta valia para dar peso ao movimento, além de expor que a pauta sustentabilidade deve fazer parte da econômica cada vez mais.

Alguns exemplos próprios do qual o Sistema B faz parte sãoa coalizão Imperative21, o B Movement Builders e a Amazônia Possível. A primeira é composta no Brasil pelo Sistema B, Instituto Capitalismo Consciente Brasil, criada pela coalizão global de B Lab, The B Team, CECP (Chief Executive for Corporate Purpose), Conscious Capitalism, Coalition for Inclusive Capitalism e Just Capital. Ela tem o intuito de provocar uma reflexão sobre a necessidade de redefinição do capitalismo. Com ações organizadas em cidades do mundo todo, a iniciativa traz ferramentas para auxiliar as organizações em como fazer sua parte e contribuir para a criação de um novo modelo econômico que prioriza as pessoas e o planeta.

Nesse mesmo sentido, foi criado o B Movement Builders, uma coalizão de empresas de capital aberto com pelo menos US$1 bilhão de receita anual que estão tomando medidas significativas para ajudar a acelerar a mudança em nosso sistema econômico global. Embora não sejam B Certificadas, as B Movement Builders são comprometidas com os princípios do Movimento B e realizam ações que colocam em prática esses princípios. O foco aqui é impulsionar as empresas para liderarem discussões globais, como desigualdade racial e social, crise climática, entre outros. Neste ano, a coalizão foi formada por Gerdau, Magalu, Bonduelle e Givaudan, com mentoria das Empresas B Certificadas Natura&Co e Danone North America.

Como líder do Sistema B no Brasil, responsável por conduzir um movimento que une pessoas e negócios em prol de uma modelo econômico mais igualitário e sustentável, fico muito satisfeita em ver isso acontecer, pois não poderia estar mais alinhado ao que acredito ser o caminho para mudanças estruturais na economia. Mesmo que tenham sido criados em um contexto tão grave e desafiador que foi o ano de 2020, todos esses exemplos são evidências da nossa interdependência e da transformação positiva que é possível realizar na sociedade quando feita por diversos players. Estamos enfrentando uma grande crise socioeconômica e ambiental, mas não estamos sozinhos e não precisamos estar. Então, por que não, em 2021, seguir unindo nossas necessidades, nossos interesses e aumentar a nossa voz em busca dessa transformação?

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