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O que você está fazendo hoje te motiva e traz felicidade?

Se somos desafiados e sentimos que não temos o conhecimento ou as ferramentas necessárias para vencer, rapidamente nos sentimos sobrecarregados

Você se lembra da última vez em que perdeu a noção do tempo lendo sobre um tema novo para você? (Getty Images/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de março de 2022 às 08h14.

Florian Hagenbuch

Você se lembra da última vez em que perdeu a noção do tempo lendo sobre um tema novo para você? A última vez em que se sentiu tão motivado por um desafio que esqueceu de olhar para a tela do celular? Sinceramente, eu espero que a sua resposta tenha sido “sim, aconteceu hoje” ou “sim, aconteceu mais de uma vez esta semana”.

Esses momentos, que muita gente descreve como “being in the zone”, ou um estado mental de extremo foco, onde performamos o nosso melhor, parecem estar se tornando raros em nossas rotinas, sempre tão cheias de demandas urgentes, reuniões onlines e interrupções constantes, como a chegada de um e-mail ou mensagem.

Esse tipo de engajamento, verdadeiro, que nos instiga a realizar algo – e que nos traz felicidade quando alcançamos o objetivo –, foi estudado em profundidade pela primeira vez pelo psicólogo húngaro Mihaly Csikszentmihalyi. Ele escolheu o termo “flow” ou fluxo, em português, para descrever essa sensação de estar completamente envolvido em algo.

Para a “magia” acontecer, no entanto, precisamos nos sentir capazes de dar conta do recado. A provocação apresentada deve representar um desafio suficiente para melhorarmos as nossas habilidades, sem que isso provoque em uma ansiedade nociva por resultados incompatíveis com as nossas competências.

Se somos desafiados e sentimos que não temos o conhecimento ou as ferramentas necessárias para vencer, rapidamente nos sentimos sobrecarregados. Se a situação persiste, temos a receita para um estado de completa exaustão. Da mesma maneira, se não somos desafiados o suficiente em nosso dia a dia ou sentimos que as tarefas são simples demais para nossas habilidades, o resultado é o tédio e a ineficiência.

E lendo assim é fácil perceber que ambas as situações, ainda que nos pareçam muito comuns, são negativas. Eu, Florian, não conheço ninguém que não gostaria de encontrar e manter um meio termo entre os dois cenários, que não gostaria ter uma ocupação diária que motive, desafie e traga felicidade (pelo menos na maior parte do tempo), o tal “estado de flow”.

Gosto de chamar a atenção para esse tema porque, para mim, o “estado de flow” é a chave para evoluir exponencialmente na carreira sem se tornar vulnerável ao tédio. Ao meu ver, ele funciona como uma blindagem até contra consequências mais graves desse desequilíbrio constante entre demanda, ferramentas e habilidades, como a síndrome de burnout.

Se, lendo esse texto, você chegou à conclusão de que ainda não alcançou o seu “estado de flow”, agora talvez seja um bom momento para refletir, com sinceridade, sobre dois pontos: (1) você se sente pronto para assumir novos desafios? (2) Quais habilidades gostaria de desenvolver? Não faz diferença se você é o CEO ou um profissional em início de carreira. As suas entregas precisam te motivar a melhorar suas habilidades e fazer sentido para você.

Recorro a esse conceito também quando me deparo com um desafio de liderança. Como eu mantenho meu time engajado sem sobrecarregá-lo? Construindo a Loft, aprendi que a melhor maneira de manter os colaboradores felizes e motivados é ouvindo (de verdade!) o que eles têm a dizer. Não é o caso de tentar adivinhar, mas sim de perguntar.

Se você ocupa uma posição de liderança, separe um tempo em sua rotina para conversar com seus funcionários sobre como eles estão se sentindo, se estão prontos para desempenhar novas funções, quais são seus interesses, e se eles têm claro a missão da empresa e como o trabalho deles contribui para esse objetivo.

Na maioria dos casos, um colaborador que se sente entediado ou apresenta uma entrega abaixo do seu potencial pode se sentir motivado novamente ao assumir uma nova posição na equipe ou um novo escopo. Assim como um profissional ansioso com uma atribuição que ele entende estar acima das suas capacidades pode ter esse sentimento controlado com um treinamento que lhe permita dominar melhor o tema.

Por isso, se for possível, ofereça benefícios de treinamento ou aprendizado contínuo. Nem sempre a dificuldade surge da falta de conhecimento técnico. Às vezes, um treinamento de gestão do tempo é a chave para que aquele colaborador consiga fazer entregas que proporcionem felicidade para ele e contribuam para o resultado do time.

Na Loft, desde o início, oferecemos o Benefício Educação. Todos os colaboradores recebem um crédito no valor de R$ 10 mil reais, por ano, para compra de cursos, livros e demais ferramentas que os ajudem a se desenvolverem pessoal e profissionalmente. A aprovação do uso desse incentivo é feita com o gestor direto, o que abre um espaço para que conversas sobre objetivos de carreira e motivação aconteçam.

A fim de garantir que esse acompanhamento seja feito de maneira constante, semanalmente, realizamos também uma pesquisa com nossos colaboradores para entender como eles estão se sentindo e se acham que os desafios do cargo que ocupam estão abaixo ou acima de suas habilidades atuais.

O flow se mistura, ainda, com um outro conceito que também busco aplicar em minha jornada como profissional e empreendedor, o “skill stacking” ou empilhamento de habilidades. Ele propõe que é muito mais fácil para uma pessoa ser a melhor do mundo em uma combinação de habilidades do que ser a número um em uma única. Quando você diversifica o conhecimento, passa a ocupar um espaço onde há pouca concorrência. Esse conceito também me ajuda a ter contato com diferentes temas e a estar sempre motivado por novos desafios.

E você? O que faz para atingir o seu “estado de flow”?

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Florian Hagenbuch

Você se lembra da última vez em que perdeu a noção do tempo lendo sobre um tema novo para você? A última vez em que se sentiu tão motivado por um desafio que esqueceu de olhar para a tela do celular? Sinceramente, eu espero que a sua resposta tenha sido “sim, aconteceu hoje” ou “sim, aconteceu mais de uma vez esta semana”.

Esses momentos, que muita gente descreve como “being in the zone”, ou um estado mental de extremo foco, onde performamos o nosso melhor, parecem estar se tornando raros em nossas rotinas, sempre tão cheias de demandas urgentes, reuniões onlines e interrupções constantes, como a chegada de um e-mail ou mensagem.

Esse tipo de engajamento, verdadeiro, que nos instiga a realizar algo – e que nos traz felicidade quando alcançamos o objetivo –, foi estudado em profundidade pela primeira vez pelo psicólogo húngaro Mihaly Csikszentmihalyi. Ele escolheu o termo “flow” ou fluxo, em português, para descrever essa sensação de estar completamente envolvido em algo.

Para a “magia” acontecer, no entanto, precisamos nos sentir capazes de dar conta do recado. A provocação apresentada deve representar um desafio suficiente para melhorarmos as nossas habilidades, sem que isso provoque em uma ansiedade nociva por resultados incompatíveis com as nossas competências.

Se somos desafiados e sentimos que não temos o conhecimento ou as ferramentas necessárias para vencer, rapidamente nos sentimos sobrecarregados. Se a situação persiste, temos a receita para um estado de completa exaustão. Da mesma maneira, se não somos desafiados o suficiente em nosso dia a dia ou sentimos que as tarefas são simples demais para nossas habilidades, o resultado é o tédio e a ineficiência.

E lendo assim é fácil perceber que ambas as situações, ainda que nos pareçam muito comuns, são negativas. Eu, Florian, não conheço ninguém que não gostaria de encontrar e manter um meio termo entre os dois cenários, que não gostaria ter uma ocupação diária que motive, desafie e traga felicidade (pelo menos na maior parte do tempo), o tal “estado de flow”.

Gosto de chamar a atenção para esse tema porque, para mim, o “estado de flow” é a chave para evoluir exponencialmente na carreira sem se tornar vulnerável ao tédio. Ao meu ver, ele funciona como uma blindagem até contra consequências mais graves desse desequilíbrio constante entre demanda, ferramentas e habilidades, como a síndrome de burnout.

Se, lendo esse texto, você chegou à conclusão de que ainda não alcançou o seu “estado de flow”, agora talvez seja um bom momento para refletir, com sinceridade, sobre dois pontos: (1) você se sente pronto para assumir novos desafios? (2) Quais habilidades gostaria de desenvolver? Não faz diferença se você é o CEO ou um profissional em início de carreira. As suas entregas precisam te motivar a melhorar suas habilidades e fazer sentido para você.

Recorro a esse conceito também quando me deparo com um desafio de liderança. Como eu mantenho meu time engajado sem sobrecarregá-lo? Construindo a Loft, aprendi que a melhor maneira de manter os colaboradores felizes e motivados é ouvindo (de verdade!) o que eles têm a dizer. Não é o caso de tentar adivinhar, mas sim de perguntar.

Se você ocupa uma posição de liderança, separe um tempo em sua rotina para conversar com seus funcionários sobre como eles estão se sentindo, se estão prontos para desempenhar novas funções, quais são seus interesses, e se eles têm claro a missão da empresa e como o trabalho deles contribui para esse objetivo.

Na maioria dos casos, um colaborador que se sente entediado ou apresenta uma entrega abaixo do seu potencial pode se sentir motivado novamente ao assumir uma nova posição na equipe ou um novo escopo. Assim como um profissional ansioso com uma atribuição que ele entende estar acima das suas capacidades pode ter esse sentimento controlado com um treinamento que lhe permita dominar melhor o tema.

Por isso, se for possível, ofereça benefícios de treinamento ou aprendizado contínuo. Nem sempre a dificuldade surge da falta de conhecimento técnico. Às vezes, um treinamento de gestão do tempo é a chave para que aquele colaborador consiga fazer entregas que proporcionem felicidade para ele e contribuam para o resultado do time.

Na Loft, desde o início, oferecemos o Benefício Educação. Todos os colaboradores recebem um crédito no valor de R$ 10 mil reais, por ano, para compra de cursos, livros e demais ferramentas que os ajudem a se desenvolverem pessoal e profissionalmente. A aprovação do uso desse incentivo é feita com o gestor direto, o que abre um espaço para que conversas sobre objetivos de carreira e motivação aconteçam.

A fim de garantir que esse acompanhamento seja feito de maneira constante, semanalmente, realizamos também uma pesquisa com nossos colaboradores para entender como eles estão se sentindo e se acham que os desafios do cargo que ocupam estão abaixo ou acima de suas habilidades atuais.

O flow se mistura, ainda, com um outro conceito que também busco aplicar em minha jornada como profissional e empreendedor, o “skill stacking” ou empilhamento de habilidades. Ele propõe que é muito mais fácil para uma pessoa ser a melhor do mundo em uma combinação de habilidades do que ser a número um em uma única. Quando você diversifica o conhecimento, passa a ocupar um espaço onde há pouca concorrência. Esse conceito também me ajuda a ter contato com diferentes temas e a estar sempre motivado por novos desafios.

E você? O que faz para atingir o seu “estado de flow”?

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