É preciso enfrentar os desafios
Um cruzeiro voltado para americanos que não querem estar no país com Trump lembra a lenda sobre o avestruz que se esconde dos predadores
Colunista
Publicado em 2 de dezembro de 2024 às 10h01.
Diz a lenda que o avestruz, quando ameaçado, enfia a cabeça em um buraco para sentir-se protegido da ameaça dos predadores. Essa lenda – que, na realidade, não é verdadeira – serve para nos estimular a encarar os problemas e não fingir que eles não existem.
Lembrei do mito do avestruz ao ler a notícia sobre o lançamento do cruzeiroVilla Vie Residence, especializado em viagens de navio de longo prazo. A novidade agora é um cruzeiro de quatro anos, voltado para americanos que não querem estar no país com Donald Trump novamente na Casa Branca.
Serão quatro anos a bordo – o prazo do mandato de Trump - visitando nada menos do que 140 países e mais de quatrocentos portos. A cabine mais econômica custa 220 mil reais por ano – 18 mil reais por mês. Parece muito, mas está tudo incluído: quatro refeições por dia, serviço de camareira, clube completo com academia e piscina, Wi-Fi, entretenimento e muito mais. Trata-se do famoso estilo “all inclusive”.
E ainda, de quebra, o viajante pode alugar sua própria casa enquanto estiver singrando os mares do mundo. Ah, um detalhe importante. Assisti a um vídeo de um blogueiro viajante acostumado a passar longas jornadas em alto mar. Ele diz ser fundamental que o navio tenha máquinas de lavar roupa à disposição dos passageiros. Fica a dica!
Outro ponto interessante é que o navio vai trocando de hemisfério de acordo com a mudança das estações. Ou seja, durante os 1.460 dias de percurso, o viajante nunca vai pegar inverno. Sem dúvidas, uma ótima opção para quem não gosta do frio.
A proposta parece tentadora. Uma oportunidade única para conhecer o mundo inteiro a um custo razoável. Ideal para quem é aposentado ou trabalha totalmente de forma remota. E, obviamente, já tem os filhos criados.Entretanto, acho pouco provável que alguém consiga ficar os quatro anos inteiros a bordo. Na realidade, a maioria compra trechos da viagem, ou seja, passa alguns meses navegando por aí.
Quanto a escapar das políticas de Trump, não acho que seja a solução. Afinal de contas, se as mesmas forem realmente radicais, acabarão interferindo na vida de qualquer cidadão americano – e do planeta inteiro, esteja ele cruzando os sete mares ou em terra firme. Tensões comerciais e geopolíticas, questões migratórias, revisão de acordos ambientais, juros e taxa de câmbio… A lista é grande.
Portanto, na vida, não adianta agir como o avestruz e enfiar a cabeça no buraco. O melhor mesmo é encarar os problemas de frente. Afinal, a nossa vida não é definida pelos desafios que enfrentamos, mas sim por como decidimos superá-los.
Diz a lenda que o avestruz, quando ameaçado, enfia a cabeça em um buraco para sentir-se protegido da ameaça dos predadores. Essa lenda – que, na realidade, não é verdadeira – serve para nos estimular a encarar os problemas e não fingir que eles não existem.
Lembrei do mito do avestruz ao ler a notícia sobre o lançamento do cruzeiroVilla Vie Residence, especializado em viagens de navio de longo prazo. A novidade agora é um cruzeiro de quatro anos, voltado para americanos que não querem estar no país com Donald Trump novamente na Casa Branca.
Serão quatro anos a bordo – o prazo do mandato de Trump - visitando nada menos do que 140 países e mais de quatrocentos portos. A cabine mais econômica custa 220 mil reais por ano – 18 mil reais por mês. Parece muito, mas está tudo incluído: quatro refeições por dia, serviço de camareira, clube completo com academia e piscina, Wi-Fi, entretenimento e muito mais. Trata-se do famoso estilo “all inclusive”.
E ainda, de quebra, o viajante pode alugar sua própria casa enquanto estiver singrando os mares do mundo. Ah, um detalhe importante. Assisti a um vídeo de um blogueiro viajante acostumado a passar longas jornadas em alto mar. Ele diz ser fundamental que o navio tenha máquinas de lavar roupa à disposição dos passageiros. Fica a dica!
Outro ponto interessante é que o navio vai trocando de hemisfério de acordo com a mudança das estações. Ou seja, durante os 1.460 dias de percurso, o viajante nunca vai pegar inverno. Sem dúvidas, uma ótima opção para quem não gosta do frio.
A proposta parece tentadora. Uma oportunidade única para conhecer o mundo inteiro a um custo razoável. Ideal para quem é aposentado ou trabalha totalmente de forma remota. E, obviamente, já tem os filhos criados.Entretanto, acho pouco provável que alguém consiga ficar os quatro anos inteiros a bordo. Na realidade, a maioria compra trechos da viagem, ou seja, passa alguns meses navegando por aí.
Quanto a escapar das políticas de Trump, não acho que seja a solução. Afinal de contas, se as mesmas forem realmente radicais, acabarão interferindo na vida de qualquer cidadão americano – e do planeta inteiro, esteja ele cruzando os sete mares ou em terra firme. Tensões comerciais e geopolíticas, questões migratórias, revisão de acordos ambientais, juros e taxa de câmbio… A lista é grande.
Portanto, na vida, não adianta agir como o avestruz e enfiar a cabeça no buraco. O melhor mesmo é encarar os problemas de frente. Afinal, a nossa vida não é definida pelos desafios que enfrentamos, mas sim por como decidimos superá-los.