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Youtubers - A audiência que o Ibope não alcança

Influenciadores digitais ainda cobram uma ninharia para as empresas. Mas isso deve mudar.

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profmaurocalil

Publicado em 15 de outubro de 2018 às 15h41.

Última atualização em 22 de outubro de 2018 às 15h48.

-(ADMC/Site Exame)

Ainda é muito forte o paradigma dos "pontos de Ibope" como sinônimo de poder de mobilização da audiência para o consumo.

Obviamente que ter condições de sustentar financeiramente uma campanha comercial na TV ou rádio, em horário nobre ou não, por um longo período pode significar o aumento da curva de vendas de qualquer produto ou serviço.

Segundo dados divulgados em janeiro de 2017, em termos nacionais, um ponto de Ibope significa 245.702 domicílios e a 688.211 espectadores. Ou seja, se um programa oferece 7 pontos de média ao patrocinador, este teria sua imagem divulgada para 1.719.914 domicílios e algo como 4.817.477 espectadores. Sem maiores especificidades.

Ou seja, este seria um ótimo programa para produtos de massa como sabões em pó, chocolates, refrigerantes e serviços financeiros que todos nós potencialmente consumimos. E anunciar em um programa assim custa muito. Uma inserção de 30 segundos pode passar facilmente os R$40.000,00. Lembrando que uma única inserção nunca traria volume de vendas suficiente para pagar o investimento feito na propaganda., Ou seja, 10 inserções custariam a bagatela de R$400.000,00.

Os defeitos deste tipo de ação publicitária não param no custo. Muitos dos4.817.477 espectadores estão de dieta ou tem restrições ao consumo de chocolate. Outros tantos são crianças, avessas aos benefícios do sabão em pó que aparece na TV. Portanto nestes, e em muitos outros casos, o dinheiro é desperdiçado pois a ação não atingiu o público correto.

Justamente por isso que novas empresas e marcas desafiam os mercados tradicionais com as novas mídias, aquelas que usam a fibra ótica da internet ao invés das parabólicas ou cabos da TV tradicional.

Junto desta nova mídia, novos formadores de opinião e ídolos surgiram em todas as áreas. Você já ouviu falar da banda heavy metal Matanza? Pois saiba que mesmo sem uma única aparição na TV, lota shows. O mesmo acontece com Whindersson Nunes dono de uma história de superação e de um canal com mais de 30 milhões de seguidores no YouTube.

Os exemplos não param por aí, Camila Coelho, saiu da posição de vendedora de maquiagem para as festas e glamour da moda quando as marcas viram seu poder influenciadora muito antes de chegar aos 3 milhões de seguidores no YouTube. Aqui mesmo na Academia do Dinheiro, nosso canal, com milhares de visualizações diárias recebe muitas propostas comerciais.

A verdade é que o Ibope ignora essa popularidade, mas as redes de mídia já começam a perceber que seu público envelhece, e que os novos usuários de mídia, estão em novas mídias. Faça uma pesquisa ao seu redor e verifique quantas pessoas, princialmente as mais novas, já não assistem a um minuto de televisão. Você talvez seja uma destas pessoas ou, ao menos, diminuiu em muito o consumo desta mídia na sua vida.

No entanto, as pessoas ainda procuram satisfazer seus desejos de lazer televisivo. Por isso que 1 bilhão de pessoas são usuárias do Youtube. Muitas delas, ainda impossível quantificar, abandonaram TV e rádio, mas ainda assim, essas pessoas que pouco veem TV ou ouvem rádio, têm ídolos midiáticos como a atriz Kefera, youtuber com 8 milhões de seguidores em sua maioria jovens, e que não por acaso acaba de ser chamada para ser estrela de uma novela da Rede Globo.

Será que Keferas e Felipes Netos conseguirão diminuir a queda acentuada das audiências nas mídias tradicionais? Será que o elenco de "porta dos fundos" conseguiu? Os números insistem em mostrar que não.

Mas ainda assim a migração do YouTube para a TV continuará por um único motivo: DINHEIRO

Ao contrário das grandes redes de TV, que possuem organizados departamentos comerciais, os influenciadores digitais, sejam youtubers, blogueiros ou donos de hordas de seguidores em qualquer outra rede social, ainda não conseguem cobrar de maneira justa e correta. Em sua maioria são lobos solitários ou no máximo formaram uma pequena matilha. Foram para as redes simplesmente por falta de alternativa, cresceram e estabeleceram os parâmetros de sucesso que hoje são perseguidos.

Quando um influenciador cobra R$10.000,00 por um post que atinge 100.000 de visualizações , isso significa o custo de R$0,10 (dez centavos) por visualização no público certo, sem dispersão alguma e com visualizações que tendem a crescer e, portanto, diminuir o custo por view. Da mesma forma que ninguém assiste Kefera para saber sobre investimentos, ninguém assiste a Academia do Dinheiro para saber algo sobre shampoo. Mas ambos podem atrair público para viagens, seja para conhecer destinos badalados, seja para saber como economizar na compra das passagens, hospedagens e passeios.

Mauro Calil é fundador da Academia do Dinheiro

-(ADMC/Site Exame)

Ainda é muito forte o paradigma dos "pontos de Ibope" como sinônimo de poder de mobilização da audiência para o consumo.

Obviamente que ter condições de sustentar financeiramente uma campanha comercial na TV ou rádio, em horário nobre ou não, por um longo período pode significar o aumento da curva de vendas de qualquer produto ou serviço.

Segundo dados divulgados em janeiro de 2017, em termos nacionais, um ponto de Ibope significa 245.702 domicílios e a 688.211 espectadores. Ou seja, se um programa oferece 7 pontos de média ao patrocinador, este teria sua imagem divulgada para 1.719.914 domicílios e algo como 4.817.477 espectadores. Sem maiores especificidades.

Ou seja, este seria um ótimo programa para produtos de massa como sabões em pó, chocolates, refrigerantes e serviços financeiros que todos nós potencialmente consumimos. E anunciar em um programa assim custa muito. Uma inserção de 30 segundos pode passar facilmente os R$40.000,00. Lembrando que uma única inserção nunca traria volume de vendas suficiente para pagar o investimento feito na propaganda., Ou seja, 10 inserções custariam a bagatela de R$400.000,00.

Os defeitos deste tipo de ação publicitária não param no custo. Muitos dos4.817.477 espectadores estão de dieta ou tem restrições ao consumo de chocolate. Outros tantos são crianças, avessas aos benefícios do sabão em pó que aparece na TV. Portanto nestes, e em muitos outros casos, o dinheiro é desperdiçado pois a ação não atingiu o público correto.

Justamente por isso que novas empresas e marcas desafiam os mercados tradicionais com as novas mídias, aquelas que usam a fibra ótica da internet ao invés das parabólicas ou cabos da TV tradicional.

Junto desta nova mídia, novos formadores de opinião e ídolos surgiram em todas as áreas. Você já ouviu falar da banda heavy metal Matanza? Pois saiba que mesmo sem uma única aparição na TV, lota shows. O mesmo acontece com Whindersson Nunes dono de uma história de superação e de um canal com mais de 30 milhões de seguidores no YouTube.

Os exemplos não param por aí, Camila Coelho, saiu da posição de vendedora de maquiagem para as festas e glamour da moda quando as marcas viram seu poder influenciadora muito antes de chegar aos 3 milhões de seguidores no YouTube. Aqui mesmo na Academia do Dinheiro, nosso canal, com milhares de visualizações diárias recebe muitas propostas comerciais.

A verdade é que o Ibope ignora essa popularidade, mas as redes de mídia já começam a perceber que seu público envelhece, e que os novos usuários de mídia, estão em novas mídias. Faça uma pesquisa ao seu redor e verifique quantas pessoas, princialmente as mais novas, já não assistem a um minuto de televisão. Você talvez seja uma destas pessoas ou, ao menos, diminuiu em muito o consumo desta mídia na sua vida.

No entanto, as pessoas ainda procuram satisfazer seus desejos de lazer televisivo. Por isso que 1 bilhão de pessoas são usuárias do Youtube. Muitas delas, ainda impossível quantificar, abandonaram TV e rádio, mas ainda assim, essas pessoas que pouco veem TV ou ouvem rádio, têm ídolos midiáticos como a atriz Kefera, youtuber com 8 milhões de seguidores em sua maioria jovens, e que não por acaso acaba de ser chamada para ser estrela de uma novela da Rede Globo.

Será que Keferas e Felipes Netos conseguirão diminuir a queda acentuada das audiências nas mídias tradicionais? Será que o elenco de "porta dos fundos" conseguiu? Os números insistem em mostrar que não.

Mas ainda assim a migração do YouTube para a TV continuará por um único motivo: DINHEIRO

Ao contrário das grandes redes de TV, que possuem organizados departamentos comerciais, os influenciadores digitais, sejam youtubers, blogueiros ou donos de hordas de seguidores em qualquer outra rede social, ainda não conseguem cobrar de maneira justa e correta. Em sua maioria são lobos solitários ou no máximo formaram uma pequena matilha. Foram para as redes simplesmente por falta de alternativa, cresceram e estabeleceram os parâmetros de sucesso que hoje são perseguidos.

Quando um influenciador cobra R$10.000,00 por um post que atinge 100.000 de visualizações , isso significa o custo de R$0,10 (dez centavos) por visualização no público certo, sem dispersão alguma e com visualizações que tendem a crescer e, portanto, diminuir o custo por view. Da mesma forma que ninguém assiste Kefera para saber sobre investimentos, ninguém assiste a Academia do Dinheiro para saber algo sobre shampoo. Mas ambos podem atrair público para viagens, seja para conhecer destinos badalados, seja para saber como economizar na compra das passagens, hospedagens e passeios.

Mauro Calil é fundador da Academia do Dinheiro

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