Veranico provoca antecipação das liquidações
E a falta do frio já vem apresentando reflexos na economia.
Publicado em 26 de junho de 2019 às, 18h07.
Última atualização em 26 de junho de 2019 às, 18h08.
A nova estação chegou com temperaturas elevadas em quase todo Brasil. E a falta do frio já vem apresentando reflexos no comportamento do consumidor .
O verão fora de época tem feito com que muita gente procure diversões ao ar livre seja nos parques, praças e até nas praias como forma de desfrutar do calor. Isto tem esvaziado os shoppings e as lojas em geral.
O comércio mais prejudicado é o de roupas e utensílios de inverno. O clima, aliás, é apenas mais um ingrediente para os consumidores ficarem longe das lojas, pois as finanças da maioria dos brasileiros andam curtas.
Se por um lado, o veranico de junho tem agradado, por outro, gera preocupação. Muitos lojistas, para não deixarem os cofres das suas empresas vazios, estão apelando para a antecipação das liquidações. Até mesmo lançamentos das estações outono/inverno estão sendo disponibilizados com descontos que chegam a 50%.
Sem uma data significativa no mês de julho, a estagnação do setor tende a se estender. O próximo grande evento é o Dia dos Pais, comemorado em 11 de agosto. Até lá, além das promoções, os lojistas terão que ter muita criatividade para atrair os retraídos consumidores.
A repercussão não para no comércio. Também a indústria deve sentir os efeitos do calor fora de época, principalmente as do setor têxtil, fabricantes de aquecedores e de ar condicionado. A falta de frio também pode atingir o turismo. Cidades como Campos do Jordão, em São Paulo, ou Gramado, no Rio Grande do Sul, que têm seu ápice no inverno, persistindo o clima ameno, deverão receber menos turistas nas férias que se aproximam.
Isto repercute em todos os segmentos: hotéis, restaurantes e lojas. Com os custos elevados para manter as empresas e com a diminuição do consumo, o fantasma do desemprego torna-se ainda mais presente.
Menos mal que o índice do Ibovespa tem se mantido em alta. E uma boa sinalização do mercado de que nem tudo está perdido.
Aliás a valorização do bitcoin parece algo a ser tratado por um outro artigo.
Mauro Calil é Fundador da Academia do Dinheiro
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