Tesouro Direto é péssimo (contém vídeo)
A moda do tesouro chegou para ficar. No entanto este produto não é o melhor para formar aposentadoria. Conheça alternativas seguras e mais rentáveis.
Publicado em 18 de agosto de 2017 às, 10h14.
Última atualização em 21 de agosto de 2017 às, 09h56.
O Tesouro Direto é um péssimo caminho para quem deseja acelerar a aposentadoria. No entanto, sem dúvida, o produto é muito melhor do que a Caderneta de Poupança. Quando a taxa básica de juros bate 8,5%, a Poupança passa a render 70% dessa Selic (MP 567 de 03/05/2012), enquanto o Tesouro Direto, em tese, pode render cerca de 100,8% do CDI ou 100% da própria Selic. Obviamente, que pode haver uma variação, existe o spread, mas isso é apenas um detalhe técnico.
Porém, para quem realmente visa a aposentadoria, o Tesouro Direto definitivamente não é a melhor escolha. O produto passará a ser um bom negócio apenas quando o indivíduo já formou um patrimônio e pensa: “já estou aposentado, se eu transportar todo o dinheiro acumulado para várias aplicações financeiras diferentes ou concentrar no Tesouro, um título por exemplo atrelado ao IPCA, a NTN-B, eu posso ter uma perpetuidade da minha renda e, ainda, a proteção da inflação”.
Mas perceba, isso só acontecerá depois do processo de formação de patrimônio e até lá, se a pessoa quiser apostar todas as fichas no Tesouro, ou seja, fazer a sua poupança com esse instrumento, terá que contar muito mais com o seu próprio trabalho e aportes do que com a rentabilidade que será obtida.
Nesse cenário, existem operações que são mais turbinadas e são boas pedidas para formar esse colchão. Um CDB, com taxa de retorno de 110% do CDI, garante uma rentabilidade maior do que o Tesouro. Já se o indivíduo segue para um CDB que lhe pague 115% ou 120% do CDI, também estará com o passo ainda mais acelerado e seguro, pois estamos falando de renda fixa.
Além disso, os fundos imobiliários são muito interessantes para quem pensa na aposentadoria. Obviamente, que este tipo de fundo é considerado renda variável, portanto, não é algo de tão simples e direta escolha, mas é mais vantajoso do que o Tesouro considerando prazo longo para maturidade de carteira e uma certa gestão. Nessa condição, ainda podemos considerar as debêntures, o CRI e o CRA (Certificados de Recebíveis Imobiliários e Certificado de Recebíveis Agrícolas), que são instrumentos que não tem a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito, mas que apresentam segurança, pois consideram os ratings dos emissores em seus lastros. Na renda variável, ainda temos a Bolsa de Valores, que oferece operações estruturadas que, certamente, vão abreviar o processo. Mas, antes de optar por qualquer uma destas alternativas, é preciso conhecer com profundidade esses mecanismos. Pense nisso!
Mauro Calil é fundador da Academia do Dinheiro
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