Qualidade de vida: As pesquisas e a realidade
Como costumamos avaliar nossa qualidade de vida? Ela pode ser medida pelas nossas atividades de lazer, pela saúde, pelos serviços oferecidos no município, incluindo moradia, segurança, educação, transporte, e também pelo nível educacional, além, é claro de nossas conquistas e sorriso no rosto. Recentemente, uma pesquisa realizada pelo Data Popular revelou um dado interessante e muito curioso em relação à mobilidade social. Cerca de 65% dos moradores das favelas brasileiras […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 3 de abril de 2013 às 21h26.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 09h05.
Como costumamos avaliar nossa qualidade de vida? Ela pode ser medida pelas nossas atividades de lazer, pela saúde, pelos serviços oferecidos no município, incluindo moradia, segurança, educação, transporte, e também pelo nível educacional, além, é claro de nossas conquistas e sorriso no rosto.
Recentemente, uma pesquisa realizada pelo Data Popular revelou um dado interessante e muito curioso em relação à mobilidade social. Cerca de 65% dos moradores das favelas brasileiras podem ser classificados como classe média. Isso é bom, mas é longe do ótimo.
Outros resultados da pesquisa também chamam atenção. Em 2002, aproximadamente 25% dos entrevistados tinha máquina de lavar. Hoje, esse percentual chegou a 52%. A classe baixa média, no mesmo período, foi de 37% para 65%. Mas será que isso reflete uma verdadeira melhoria nos padrões para a qualidade de vida? Ou apenas aumentou o número de pessoas com poder de consumir carnês e portanto de endividamento?
Esse grande contingente considerado nova classe média contabilizou um consumo de R$ 56 bilhões, mas ainda continua dependente da ajuda do Estado, sendo vítima da continuidade das mesmas mazelas sociais há décadas. A pesquisa mostra que essa nova classe média, assim classificada pois aumentou o consumo de bens duráveis, como máquina de lavar, microcomputador e telefone móvel, mas ainda continua com dificuldade de acesso a serviços básicos, como o de saneamento, por exemplo.
Ainda me questiono como podemos nos inserir em uma nova classe, se não desfrutamos de condições básicas, como por exemplo, registro oficial do nosso imóvel, rede de coleta de esgoto e ainda continuamos dependentes do sistema público de saúde?
Ou seja, a metodologia é suave e nos leva a uma avaliação de que nosso sistema econômico ainda tem um longo caminho a percorrer, pois medimos nosso “status” pelo consumo e pelo imediatismo e nos esquecemos de nos planejarmos e de reservar um fundo para eventuais emergências. E como não há como saber quando teremos um imprevisto, nossa qualidade de vida fica ameaçada.
Para que de fato esse padrão seja alcançado, é muito importante termos, além do conhecimento dos direitos que cada um possui, orientação para que nossa qualidade de vida seja permanente e não suscetível em momentos de crise.
Como educador financeiro costumo dizer que se não tivermos informações confiáveis, orientação adequada e não tivermos um sonho bem definido, estaremos destinados ao insucesso. “Não existem bons ventos para quem não sabe aonde vai” é o ditado.
Preferencialmente, a mudança no padrão de vida deve ser algo que nos afete de forma positiva pelo resto de nossa vida. Dessa forma coloco um questionamento para reflexão. Estamos dispostos a transformar nosso futuro e deixar um legado que contribua para a sociedade ou apenas nos basta um conforto passageiro?
Nos cabe a escolha.
Como costumamos avaliar nossa qualidade de vida? Ela pode ser medida pelas nossas atividades de lazer, pela saúde, pelos serviços oferecidos no município, incluindo moradia, segurança, educação, transporte, e também pelo nível educacional, além, é claro de nossas conquistas e sorriso no rosto.
Recentemente, uma pesquisa realizada pelo Data Popular revelou um dado interessante e muito curioso em relação à mobilidade social. Cerca de 65% dos moradores das favelas brasileiras podem ser classificados como classe média. Isso é bom, mas é longe do ótimo.
Outros resultados da pesquisa também chamam atenção. Em 2002, aproximadamente 25% dos entrevistados tinha máquina de lavar. Hoje, esse percentual chegou a 52%. A classe baixa média, no mesmo período, foi de 37% para 65%. Mas será que isso reflete uma verdadeira melhoria nos padrões para a qualidade de vida? Ou apenas aumentou o número de pessoas com poder de consumir carnês e portanto de endividamento?
Esse grande contingente considerado nova classe média contabilizou um consumo de R$ 56 bilhões, mas ainda continua dependente da ajuda do Estado, sendo vítima da continuidade das mesmas mazelas sociais há décadas. A pesquisa mostra que essa nova classe média, assim classificada pois aumentou o consumo de bens duráveis, como máquina de lavar, microcomputador e telefone móvel, mas ainda continua com dificuldade de acesso a serviços básicos, como o de saneamento, por exemplo.
Ainda me questiono como podemos nos inserir em uma nova classe, se não desfrutamos de condições básicas, como por exemplo, registro oficial do nosso imóvel, rede de coleta de esgoto e ainda continuamos dependentes do sistema público de saúde?
Ou seja, a metodologia é suave e nos leva a uma avaliação de que nosso sistema econômico ainda tem um longo caminho a percorrer, pois medimos nosso “status” pelo consumo e pelo imediatismo e nos esquecemos de nos planejarmos e de reservar um fundo para eventuais emergências. E como não há como saber quando teremos um imprevisto, nossa qualidade de vida fica ameaçada.
Para que de fato esse padrão seja alcançado, é muito importante termos, além do conhecimento dos direitos que cada um possui, orientação para que nossa qualidade de vida seja permanente e não suscetível em momentos de crise.
Como educador financeiro costumo dizer que se não tivermos informações confiáveis, orientação adequada e não tivermos um sonho bem definido, estaremos destinados ao insucesso. “Não existem bons ventos para quem não sabe aonde vai” é o ditado.
Preferencialmente, a mudança no padrão de vida deve ser algo que nos afete de forma positiva pelo resto de nossa vida. Dessa forma coloco um questionamento para reflexão. Estamos dispostos a transformar nosso futuro e deixar um legado que contribua para a sociedade ou apenas nos basta um conforto passageiro?
Nos cabe a escolha.