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Os impostos que pagamos e nada temos

Impostos para tudo e serviços para nada

(Anderson Figo/Exame)
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profmaurocalil

Publicado em 22 de abril de 2019 às 11h24.

Última atualização em 22 de abril de 2019 às 11h41.

OS IMPOSTOS QUE ATORMENTAM OS CONTRIBUINTES

O domingo de Páscoa coincidiu, este ano, com o feriado de Tiradentes, comemorado, todos os anos no dia 21 de abril.

Tiradentes era o apelido de Joaquim José da Silva Xavier, um dentista prático, também militar, que chegou a alferes. Foi um dos líderes da Inconfidência Mineira, movimento de rebeldia contra a coroa portuguesa, que exigia o quinto do ouro, o equivalente a 20% da produção mineral. Daí a expressão "quinto dos infernos".

O percentual manteve-se mesmo com a queda da produção, o que aumentou a revolta. Tiradentes foi condenado à morte por lesa-majestade e executado por enforcamento no dia 21 de abril de 1789. Na verdade, os movimentos contra as altas  tributações no Brasil aconteceram em diversas ocasiões da nossa história.

Os brasileiro não precisaram mais destinar o quinto a Portugal, mas, de lá para cá, acisa só piorou e pagamos uma das taxas tributárias mais elevadas do mundo. Antes fosse os 20%, metade da carga atual.

Segundo o Impostômetro, instalado em São Paulo, até a noite desse domingo, a arrecadação, em todo o País, desde janeiro deste ano, já ultrapassou a R$ 790 bilhões. Cada brasileiro precisa trabalhar mais de cinco meses para pagar impostos.

E ninguém está imune. Nem os mais pobres, pois os impostos estão embutidos em todos os produtos e serviços, seja através da União, dos Estados ou Municípios. Por isso, se faz urgente uma reforma tributária para corrigir injustiças. Por exemplo, um assalariado que recebeu, em 2018, a partir de  R$ 1.903,98 já foi descontado pelo Imposto de Renda e terá que declarar até o próximo dia 30, seus ganhos à Receita Federal. Segundo o Sindifisco, a defasagem na tabela do IR ultrapassa a 95%, devido à falta de atualização.

Outra medida que precisa ser adotada urgentemente é a de fiscalizar como e onde é aplicado o valor arrecadado em impostos. Mesmo sendo um dos países que mais arrecada tributos, o Brasil apresenta inúmeras carências em saúde, educação, segurança e infraestrutura. Acabamos pagando em dobro. Uma na forma de impostos e outra para ter acesso a saúde, segurança, escolas, etc.

Quando alguns estabelecimentos promovem promoções de um dia sem impostos é que nos damos conta de quanto gastamos além do valor real do produto. Ficam especificados claramente todos os impostos destinados à União, aos Estados e Municípios. É muito imposto para maus serviços. Uma equação mal estruturada que precisa ser solucionada pelos nossos representantes.

Menos impostos significa mais dinheiro girando na economia e menos recursos com alvo de corruptos e corruptores.

Mauro Calil é fundador da Academia do Dinheiro

 

OS IMPOSTOS QUE ATORMENTAM OS CONTRIBUINTES

O domingo de Páscoa coincidiu, este ano, com o feriado de Tiradentes, comemorado, todos os anos no dia 21 de abril.

Tiradentes era o apelido de Joaquim José da Silva Xavier, um dentista prático, também militar, que chegou a alferes. Foi um dos líderes da Inconfidência Mineira, movimento de rebeldia contra a coroa portuguesa, que exigia o quinto do ouro, o equivalente a 20% da produção mineral. Daí a expressão "quinto dos infernos".

O percentual manteve-se mesmo com a queda da produção, o que aumentou a revolta. Tiradentes foi condenado à morte por lesa-majestade e executado por enforcamento no dia 21 de abril de 1789. Na verdade, os movimentos contra as altas  tributações no Brasil aconteceram em diversas ocasiões da nossa história.

Os brasileiro não precisaram mais destinar o quinto a Portugal, mas, de lá para cá, acisa só piorou e pagamos uma das taxas tributárias mais elevadas do mundo. Antes fosse os 20%, metade da carga atual.

Segundo o Impostômetro, instalado em São Paulo, até a noite desse domingo, a arrecadação, em todo o País, desde janeiro deste ano, já ultrapassou a R$ 790 bilhões. Cada brasileiro precisa trabalhar mais de cinco meses para pagar impostos.

E ninguém está imune. Nem os mais pobres, pois os impostos estão embutidos em todos os produtos e serviços, seja através da União, dos Estados ou Municípios. Por isso, se faz urgente uma reforma tributária para corrigir injustiças. Por exemplo, um assalariado que recebeu, em 2018, a partir de  R$ 1.903,98 já foi descontado pelo Imposto de Renda e terá que declarar até o próximo dia 30, seus ganhos à Receita Federal. Segundo o Sindifisco, a defasagem na tabela do IR ultrapassa a 95%, devido à falta de atualização.

Outra medida que precisa ser adotada urgentemente é a de fiscalizar como e onde é aplicado o valor arrecadado em impostos. Mesmo sendo um dos países que mais arrecada tributos, o Brasil apresenta inúmeras carências em saúde, educação, segurança e infraestrutura. Acabamos pagando em dobro. Uma na forma de impostos e outra para ter acesso a saúde, segurança, escolas, etc.

Quando alguns estabelecimentos promovem promoções de um dia sem impostos é que nos damos conta de quanto gastamos além do valor real do produto. Ficam especificados claramente todos os impostos destinados à União, aos Estados e Municípios. É muito imposto para maus serviços. Uma equação mal estruturada que precisa ser solucionada pelos nossos representantes.

Menos impostos significa mais dinheiro girando na economia e menos recursos com alvo de corruptos e corruptores.

Mauro Calil é fundador da Academia do Dinheiro

 

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