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Juros contra você, o início da sua desgraça

A remuneração das aplicações financeiras caiu, os juros das dívidas, não.

Dívidas (krisanapong detraphiphat/Getty Images)
Dívidas (krisanapong detraphiphat/Getty Images)
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Etiqueta Financeira

Publicado em 1 de maio de 2019 às, 10h21.

Os clientes de instituições financeiras que utilizam o rotativo do cartão de crédito - os que pagam apenas o valor mínimo - ou que usam o limite do cheque especial precisam ter muita atenção.

No caso do rotativo, o juro anual está em 296%. Um entre quatro brasileiros está nesta situação, de "empurrar a dívida com a barriga", como se diz popularmente. Encontram-se nessa situação não só pessoas de menor poder aquisitivo mas, as de alta renda também.

Para elas, a dívida passa a ser uma verdadeira bola de neve, quase incontrolável. O juro do rotativo  é uma das taxas mais elevadas do país. Desde abril de 2017, está valendo a regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do cartão de crédito para o parcelado, com juros mais baixos, mas ainda assim, o juro é muito elevado.

Em relação ao cheque especial, os juros superam 320% ao ano. Por isso, toda compra e a utilização do limite do cheque especial precisam ser feitas com muito critério para que o cliente não caia na lista de inadimplentes, que, aliás, já atinge a mais de 60 milhões de brasileiros.

Há casos em que a pessoa tem o dinheiro para pagar à vista, mas, diante do desconto aparentemente irrisório, acaba parcelando. Isto, somado a outros crediários pode complicar a vida do consumidor.

Desconto de 5% para quem compra à vista não é um percentual tão ruim diante das remunerações oferecidas pelas mais diversas aplicações conservadoras. E muitas vezes, esse desconto pode ser ainda maior, o que passa a ser bem vantajoso para o cliente.

É bom ficar atento, pois mesmo com uma inflação moderada, os juros estão em alta.    

Mauro Calil é fundador da Academia do Dinheiro