Jovens sabotam as chances de criação de seus próprios empregos
Impedir a privatização é impedir criação de empregos novos, melhores e mais bem remunerados.
Publicado em 10 de agosto de 2017 às, 13h22.
Última atualização em 21 de agosto de 2017 às, 09h57.
Ao ocuparem a Câmara Municipal de São Paulo, na tentativa de impedir as votações do programa de privatização de equipamentos "públicos" da cidade, entre outras reivindicações, de forma consciente ou não, estes jovens diminuem as chances de terem novas vagas de empregos no futuro.
Como digo em meu livro - “Separe uma verba para ser feliz” - é muito fácil prever o futuro, principalmente se estiver permeado de desgraças. No livro dou o seguinte exemplo: retire seu filho da escola, não o deixe estudar e me diga: o futuro dele será mais próspero ou mais pobre? Então concluo: viu como é fácil prever o futuro?
O mesmo ocorrerá com estes jovens. Hoje sustentados, integralmente ou em grande parte por seus pais ou responsáveis, vivem em um mundo cada dia com menos oportunidades de emprego formal.
Nesse cenário, ingressar em uma carreira pública também será ainda mais difícil e a dependência de indicação política aumentará. Talvez, este seja o viés tolo a motivar tais jovens. Algo como manter equipamentos como autódromo, centro de convenções, estádios, parques e até o serviço funerário estatizados para, quem sabe no futuro, indicar ou ser indicado a receber um dos cabides de emprego que lá estarão disponíveis, quando seu grupo político ascender ao poder.
Uma questão de destino
Uma cidade como São Paulo foi forjada por muitas ondas de imigração – que continuam a acontecer - trazendo gente com garra e conhecimento para construir seu futuro com as próprias mãos. Podem falar o que for da capital paulista, mas trabalhar aqui não é para qualquer um, mesmo que existam oportunidades para todos.
O espírito empreendedor está no DNA desta cidade desde a chegada de Padre Anchieta na época da sua fundação. Anchieta era um representante da Companhia de Jesus, um braço da igreja católica já organizado como empresa.
Tenho convicção de que, por esse motivo, o Sr. João Doria se elegeu tão retumbantemente. Ele expressa a aspiração dos que vivem em São Paulo, serem empreendedores bem-sucedidos, mesmo que este empreendedorismo seja como funcionário de uma empresa que lhe dá chances de crescimento profissional. Algo que será multiplicado pela privatização, processo que estes jovens tentam liquidar, talvez em benefício próprio, mas com a certeza do prejuízo de todos.
Mauro Calil é fundador da Academia do Dinheiro