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Inflação de dois dígitos

É quase uma unanimidade a opinião de que, em breve, voltaremos a conviver com inflação de dois dígitos. No acumulado de 12 meses em setembro/2015 chegamos a 9,49%. Não posso dizer que o acumulado nos dois dígitos virá em outubro, novembro ou dezembro mas, deverá chegar. As causas da inflação elevada já foram amplamente divulgadas e discutidas. Eu mesmo, anteriormente, usei o termo “alçando seu vôo suave” para alertar sobre […] Leia mais

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Etiqueta Financeira

Publicado em 8 de outubro de 2015 às, 12h09.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 07h53.

É quase uma unanimidade a opinião de que, em breve, voltaremos a conviver com inflação de dois dígitos. No acumulado de 12 meses em setembro/2015 chegamos a 9,49%. Não posso dizer que o acumulado nos dois dígitos virá em outubro, novembro ou dezembro mas, deverá chegar.
As causas da inflação elevada já foram amplamente divulgadas e discutidas. Eu mesmo, anteriormente, usei o termo “alçando seu vôo suave” para alertar sobre este mal que voltava sorrateiro a rondar as nossas vidas.

Como sempre os mais pobres sofrem mais e vêem deteriorar-se e envelhecer os eletrodomésticos, sofás e carros conquistados nos curtos anos de fartura. Na verdade não foi fartura mas, sim, uma queima desmesurada da gordura e estabilidade econômica duramente conquistada anos antes.

Não sei se a inflação será de 10% cravados. Pode ser que chegue a 10,23%, 11,54% ou até mesmo a um patamar maior. Mas a inflação de dois dígitos virá. Isso é certeza! Quem é assalariado e tem sua renda 100% fixa sofrerá. Os que têm uma parcela variável sofrerão menos e, aqueles que podem investir aproveitando as taxas de remuneração bem superiores à inflação – que hoje já estão na ordem de 7% + inflação (já descontado o IR) – poderão ter algum benefício caso tomem as providências necessárias imediatamente.

Para defender seu orçamento, infelizmente, não há milagres e a fórmula é uma só: cortar despesas. Diminua especialmente os gastos vulneráveis à inflação sobre os quais você não tem ingerência alguma. Isso pode doer. Mas não tem alternativa. Em algum momento você poderá ter que cortar “mordomias” como a assinatura de TV a cabo ou o pacote de celular. Pode chegar a extremos de ter de mudar as crianças de escola ou, ir morar em um imóvel cujo IPTU, condomínio ou aluguel sejam mais em conta.

Essa é a vida que nos é “presenteada” pela inflação de dois dígitos.