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Enriquecer é preciso

“Navegar é preciso, Viver não é preciso” esta famosa frase muitas vezes atribuída a Fernando Pessoa ou a Camões, na verdade foi dita originalmente em Latim (Navigare necesse, vivere non necesse), por Pompeu, general romano, 106-48 aC., aos marinheiros, amedrontados, que recusavam viajar durante a época expansionista do Império Romano (cf. Plutarco, in Vida de Pompeu). Somos tomados de fascínio quando nos deparamos com a expressão visto que ela mostra […] Leia mais

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Etiqueta Financeira

Publicado em 4 de maio de 2013 às, 14h06.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 09h02.

“Navegar é preciso, Viver não é preciso” esta famosa frase muitas vezes atribuída a Fernando Pessoa ou a Camões, na verdade foi dita originalmente em Latim (Navigare necesse, vivere non necesse), por Pompeu, general romano, 106-48 aC., aos marinheiros, amedrontados, que recusavam viajar durante a época expansionista do Império Romano (cf. Plutarco, in Vida de Pompeu).

Somos tomados de fascínio quando nos deparamos com a expressão visto que ela mostra toda a dualidade do mosaico que é a vida humana. O verbo “precisar” é utilizado no sentido de ter precisão matemática e também no sentido de ter necessidade, deixando ao leitor ou ouvinte, escolher a significação mais adequada ao seu momento e a todos os aspectos de sua vida.

Amar e ser amado ao mesmo tempo é preciso e não é preciso, ou seja, é necessário mas não é exato, escolher uma profissão aos 18 anos de idade também é necessário mas potencialmente impreciso. Mesmo nossas escolhas de consumo que vão desde a marca do arroz e leite que levamos para a casa até o carro que colocamos em nossa garagem, passando pela cor de nossas camisas, indicam muita necessidade para tão pouca certeza da escolha feita.

Diante de tanta necessidade e tão pouca exatidão é natural navegarmos na busca do enriquecimento. Enriquecer é preciso. Ser rico significa ter mais recursos, melhores, maiores e mais equipadas embarcações e, mesmo que os mares não sejam calmos, cheios de perigos e incertezas poderemos contratar ainda mais e melhores marujos para nos auxiliar a navegar. Mesmo que uma grande onda nos arremesse, ainda assim, teremos dinheiro suficiente para reconstruir nossa nau e seremos capazes de prosseguir nossa viagem na vida tão imprecisa e ao mesmo tempo tão necessária.

Em ambos os sentidos, o da necessidade e o da exatidão enriquecer é preciso. Imagine uma sociedade utópica onde todos trabalhem e, não importa o que façam, recebem o mesmo rendimento ao final de um período de trabalho. Por tanta certeza da empregabilidade e da igualdade de renda, todos, exceto um único individuo desta sociedade, gastam tudo que recebem. Sendo assim, é certo que, em pouco tempo o único individuo que poupa algo será mais rico que os demais. Repare que não mencionei números e nem qual montante de sua renda este individuo poupa. Ainda assim há a certeza matemática que terá mais posses que os demais pois poupou enquanto todos gastaram.

Enriquecer é um ato de matemática simples, basta ter renda, gastar menos do que se recebe e aplicar corretamente a diferença para ter mais hoje do que o que se possuía ontem e ter mais amanhã que se tem hoje. Infelizmente, a maior parte das pessoas coloca conflitos humanos na certeza matemática. Ao buscar acelerar o processo de enriquecimento em uma velocidade além da qual suas embarcações aguentariam assumem riscos desconhecidos e escolhem a melhor aplicação financeira de hoje vendo o passado.

Em nossos cursos na Academia do Dinheiro mostramos que não é possível eliminar riscos mas é preciso, no sentido de necessário, conhecê-los e monitorá-los. Um pouco de risco faz bem ao processo de enriquecimento desde que não seja o tão grande a ponto de comprometer toda a rota da formação de patrimônio.

A diferença entre ser rico ou não pode significar ter o leme de nossas vidas nas próprias mãos ou estar à deriva, à mercê das incertezas da vida infinita.

Enriquecer é preciso e é preciso.