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Empreendedorismo lubrificado

O Brasil importa mais de R$ 1 bilhão ao ano em azeites e azeitonas. Atentos a isso, cresce o número de empreendedores na olivicultura.

Azeite de oliva: restaurantes asiáticos começam a colocar o óleo nos pratos de seus cardápios.  (dulezidar/Thinkstock)
Azeite de oliva: restaurantes asiáticos começam a colocar o óleo nos pratos de seus cardápios. (dulezidar/Thinkstock)
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Etiqueta Financeira

Publicado em 7 de maio de 2019 às, 15h27.

Última atualização em 7 de maio de 2019 às, 15h32.

Ainda é muito caro, elitizado mesmo, porém, empreendedores brasileiros viram no crescente consumo do azeite de oliva, uma oportunidade de negócio.

Somos o segundo maior importador deste produto no mundo, cerca de 60 mil toneladas por ano. Fruto de nossas origens coloniais e, também de várias ondas de imigração européia e médio oriental, onde a culinária tem forte presença desta fruta que lá dá como as goiabeiras dão aqui.

Fato é que o azeite de oliva está cada vez mais presente na mesa dos brasileiros.  A produção brasileira ainda é pequena para o mercado consumidor, mas vem se expandindo, principalmente, na Serra da Mantiqueira, entre Minas Gerais e São Paulo e, também no Rio Grande do Sul.

Os azeites extravirgem produzidos no País vêm de destacando pela sua qualidade, jovialidade, frescor e baixa acidez. No Rio Grande do Sul, por exemplo, na safra 2019, a produção, praticamente, triplicou em relação ao ano anterior. Passou de 58 mil para  175 mil litros. Por favor lembre que o azeite é menos denso e pesa menos que a água, por isso, aqui 1 litro, medida de volume, não significa 1 kg. 

Empresários do setor esperam que à cada safra haja novos recordes. Também pretendem, para os próximos anos, disponibilizar azeitonas de mesa. A maior diferença dos azeites de oliva produzidos no Brasil para os importado é que são, realmente, extravirgens e muitos jovens, o que os tornam mais saborosos e oferecem maiores benefícios à saúde.

Por isso,  há algumas dicas para o consumidor ao realizar a compra: verifique bem a data da extração. Há muitos produtos importados que só colocam a data da embalagem, omitindo a extração, algo que poderia ser exigido pelos órgãos reguladores.

Além disso, há três fatores que interferem na oxidação do azeite: o calor, a luz e o oxigênio. Por isso, é importante mantê-lo na sua embalagem original, em local fresco, afastado da luz e sempre bem fechado. O ideal é consumi-lo em 30 dias. Confesso que em minha casa demoro muito mais que isso.

O azeite de oliva extravirgem possui acidez inferior a 0,8%. Segundo dirigentes do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibaoliva) há muitos produtos piratas no mercado. Alertam que alguns restaurantes utilizam embalagens de azeite de oliva extravirgem, mas que o seu conteúdo é de um outro óleo qualquer. Quem já não desconfiou disso levante a mão !

Em média, é preciso oito quilos de azeitona para extrair um litro de azeite de oliva. Pela produção, ainda pequena diante da demanda, o preço não é tão convidativo quanto os importados. Uma garrafa de 250ml de azeite de oliva extravirgem da Serra da Mantiqueira pode custar R$ 50,00. Rio Grande do Sul, em torno de R$  30,00. 

Ou seja, temos que evoluir muito em termos de produtividade e/ou qualidade para termos atratividade ao consumidor final.

O Ministério da Agricultura permite o cultivo de dez variedades: arbequina, picual, koroneiki, arauco, coratina, ascolano, grappulo, maria da fé e arbequina — esta, a principal por ter se adaptado bem ao clima e solo da Serra da Mantiqueira.  

O azeite de oliva faz parte da dieta mediterrânea e sua utilização é milenar, A produção teve início no Oriente Médio e se espalhou pelo mundo. Está comprovado que além do sabor intenso que valoriza o sabor dos alimentos, principalmente nas saladas, é muito benéfico à saúde, desde que consumido com moderação, óbvio.

Os olivicultures nos mostram que pode existir empreendedorismo de oportunidade e, não só o de necessidade como vemos no Brasil.

Mauro Calil é fundador da Academia do Dinheiro