Efeito halo – Mentes aprisionadas pelo marketing empobrecem contas bancárias
Você já ouviu falar em “efeito halo”? Normalmente o efeito halo é considerado o mais sério e o mais difundido de todos os erros de avaliação sobre indivíduos e instituições. Em poucas palavras: é a possibilidade de avaliarmos indivíduo ou instituição sob um algum viés, e isto, interferir no julgamento sobre outros importantes fatores, contaminando o resultado geral. Por exemplo, nos processos de avaliação de desempenho o efeito halo é […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 29 de janeiro de 2015 às 11h20.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h09.
Você já ouviu falar em “efeito halo”? Normalmente o efeito halo é considerado o mais sério e o mais difundido de todos os erros de avaliação sobre indivíduos e instituições.
Em poucas palavras: é a possibilidade de avaliarmos indivíduo ou instituição sob um algum viés, e isto, interferir no julgamento sobre outros importantes fatores, contaminando o resultado geral. Por exemplo, nos processos de avaliação de desempenho o efeito halo é a interferência causada devido à simpatia ou antipatia que o avaliador tem pela pessoa que está sendo avaliada.
Edward Lee Thorndike, psicólogo americano que esteve na origem do surgimento do condicionamento operante, descobriu que um ser vivo em resposta a uma consequência agradável tende a repetir o comportamento e faz exatamente o contrário quando recebe uma consequência desagradável. A partir daí, descreveu o que designou por “efeito de halo”, ou seja, criada uma primeira impressão global sobre uma pessoa, temos a tendência para captar as características que vão confirmar essa mesma impressão. A primeira impressão vai afetar as nossas avaliações em relação à pessoa observada. Como exemplo, se inicialmente avaliarmos alguém como “honesto”, temos a tendência de lhe associar características positivas, tais como leal, sociável ou simpático.
Só para constar o inverso de halo é o efeito horn (respectivamente auréola e chifres em inglês), que se referem ao julgamento positivo e negativo. Sempre julgando o todo pela parte. algo interessante é reparar que a maior parte dos jogadores de futebol eleitos como melhores do ano, são atacantes, afinal são eles que marcam gols, que nos dão a alegria deste esporte. Raramente nos importamos se o goleiro fez inúmeras defesas “impossíveis” em um campeonato mas sim, contabilizamos a artilharia.
Agora, transporte isso para o consumo e investimentos. É muito comum julgarmos uma grande cadeia de fast-food como boa ou ruim, saudável ou nociva tendo pouca ou nenhuma informação nutricional sobre os seus alimentos servidos. Da mesma forma julga-se o automóvel, a roupa, o restaurante, etc. Não trocar de marca, de restaurante ou até mesmo do prato pedido em um restaurante pode ser resultado do efeito halo ou horn.
Estes efeitos ficam ainda mais claros na escolha por investimentos e instituições financeiras. Muitas vezes ouvi pessoas “esclarecidas” dizerem que investiam seu dinheiro no banco X, pois este tinha uma agência em sua cidade, portanto seria fácil resolver qualquer problema sério como a quebra da instituição. Efeito halo, afinal seria ingenuidade pensar que uma filial perto ou longe da matriz ou correntista, teria ingerência sobre um problema desta ordem.
Os investidores enfrentam no dia-a-dia relevantes consequências dos efeitos halo e horn. Vejamos exemplos que irão representar perdas significativas de rentabilidade e, portanto, de formação de patrimônio ao longo do tempo.
1- Caderneta de poupança é a aplicação mais segura – A segurança da caderneta é dada pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), porém até R$250.000,00, por CPF e conglomerado financeiro assim como as LCI, LCA, CDB e LC que podem render até o dobro da caderneta com os mesmos benefícios.
2- Planos de previdência não são penhoráveis judicialmente – Ledo engano. São penhoráveis sim e, por conta desta ilusão, paga-se taxas de administração e carregamento que corroem a rentabilidade ao longo do tempo.
3- Bancos grandes são sólidos e pequenos não – Aqui o tamanho da instituição determina o efeito halo (positivo) e horn (negativo). Tamanho não tem relação alguma com segurança, mas sim alavancagem e critérios de análise do crédito concedido. Quanto maior o risco do crédito, maior serão os juros cobrados de quem toma emprestado e menor será a taxa de remuneração oferecida aos investidores da instituição. Certamente será necessário ter reservas para devedores duvidosos.
Julgar sem conhecer pode ser apenas uma programação mental, estabelecida por anos de propaganda veiculada pelas grandes marcas ou somente uma manifestação de preconceito. O fato é que em ambos os casos seu bolso irá sofrer.
Você já ouviu falar em “efeito halo”? Normalmente o efeito halo é considerado o mais sério e o mais difundido de todos os erros de avaliação sobre indivíduos e instituições.
Em poucas palavras: é a possibilidade de avaliarmos indivíduo ou instituição sob um algum viés, e isto, interferir no julgamento sobre outros importantes fatores, contaminando o resultado geral. Por exemplo, nos processos de avaliação de desempenho o efeito halo é a interferência causada devido à simpatia ou antipatia que o avaliador tem pela pessoa que está sendo avaliada.
Edward Lee Thorndike, psicólogo americano que esteve na origem do surgimento do condicionamento operante, descobriu que um ser vivo em resposta a uma consequência agradável tende a repetir o comportamento e faz exatamente o contrário quando recebe uma consequência desagradável. A partir daí, descreveu o que designou por “efeito de halo”, ou seja, criada uma primeira impressão global sobre uma pessoa, temos a tendência para captar as características que vão confirmar essa mesma impressão. A primeira impressão vai afetar as nossas avaliações em relação à pessoa observada. Como exemplo, se inicialmente avaliarmos alguém como “honesto”, temos a tendência de lhe associar características positivas, tais como leal, sociável ou simpático.
Só para constar o inverso de halo é o efeito horn (respectivamente auréola e chifres em inglês), que se referem ao julgamento positivo e negativo. Sempre julgando o todo pela parte. algo interessante é reparar que a maior parte dos jogadores de futebol eleitos como melhores do ano, são atacantes, afinal são eles que marcam gols, que nos dão a alegria deste esporte. Raramente nos importamos se o goleiro fez inúmeras defesas “impossíveis” em um campeonato mas sim, contabilizamos a artilharia.
Agora, transporte isso para o consumo e investimentos. É muito comum julgarmos uma grande cadeia de fast-food como boa ou ruim, saudável ou nociva tendo pouca ou nenhuma informação nutricional sobre os seus alimentos servidos. Da mesma forma julga-se o automóvel, a roupa, o restaurante, etc. Não trocar de marca, de restaurante ou até mesmo do prato pedido em um restaurante pode ser resultado do efeito halo ou horn.
Estes efeitos ficam ainda mais claros na escolha por investimentos e instituições financeiras. Muitas vezes ouvi pessoas “esclarecidas” dizerem que investiam seu dinheiro no banco X, pois este tinha uma agência em sua cidade, portanto seria fácil resolver qualquer problema sério como a quebra da instituição. Efeito halo, afinal seria ingenuidade pensar que uma filial perto ou longe da matriz ou correntista, teria ingerência sobre um problema desta ordem.
Os investidores enfrentam no dia-a-dia relevantes consequências dos efeitos halo e horn. Vejamos exemplos que irão representar perdas significativas de rentabilidade e, portanto, de formação de patrimônio ao longo do tempo.
1- Caderneta de poupança é a aplicação mais segura – A segurança da caderneta é dada pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), porém até R$250.000,00, por CPF e conglomerado financeiro assim como as LCI, LCA, CDB e LC que podem render até o dobro da caderneta com os mesmos benefícios.
2- Planos de previdência não são penhoráveis judicialmente – Ledo engano. São penhoráveis sim e, por conta desta ilusão, paga-se taxas de administração e carregamento que corroem a rentabilidade ao longo do tempo.
3- Bancos grandes são sólidos e pequenos não – Aqui o tamanho da instituição determina o efeito halo (positivo) e horn (negativo). Tamanho não tem relação alguma com segurança, mas sim alavancagem e critérios de análise do crédito concedido. Quanto maior o risco do crédito, maior serão os juros cobrados de quem toma emprestado e menor será a taxa de remuneração oferecida aos investidores da instituição. Certamente será necessário ter reservas para devedores duvidosos.
Julgar sem conhecer pode ser apenas uma programação mental, estabelecida por anos de propaganda veiculada pelas grandes marcas ou somente uma manifestação de preconceito. O fato é que em ambos os casos seu bolso irá sofrer.