De quanto em quanto tempo devo ver os investimentos (com vídeo)
Entre investir e esquecer e ficar olhando todos os dias, existe um período mais adequado para avaliar seus investimentos.
Publicado em 13 de outubro de 2017 às, 12h32.
Esta é uma pergunta recorrente, principalmente nas consultas e atendimentos que realizo em minha clínica financeira é: “Dentro de quanto tempo eu tenho que voltar aqui para rever o plano e outras questões relacionadas a ele?”. Sempre respondo que, se possível nunca, pois se o plano foi assertivo, significa que o barco foi muito bem construído e que ele vai atravessar qualquer tempestade. Obviamente que isso nem sempre acontece, pois estamos no Brasil, meu amigo!
E, como todos sabemos, devido ao excesso de planos econômicos, mudanças políticas, altas taxas de juros, entre outras intempéries, nosso dinheiro some um pouco a cada dia, assemelhando-se ao que ocorre no Triângulo das Bermudas.
Retomando o tema, afirmo que quando você tem um plano de investimento, na verdade, ele é apenas uma peça do seu plano financeiro. Então, se este investimento for feito adequadamente dentro do seu plano, ele vai durar muito tempo.
Mas não tem um momento que temos que rever se tudo está ocorrendo como planejado? Sim, e semestralmente pode ser uma boa opção. Principalmente por conta de fatos imprevistos que acabam acontecendo em nossas vidas como, por exemplo, uma mudança de cidade ou de estado civil, uma enfermidade inesperada ou a chegada de uma criança na família. Se nada de diferente aconteceu na sua vida, então é sinal de que seu plano permanece alinhado às suas necessidades.
Outra observação importante é verificarmos se ocorreu algo na economia que impacta em nossos investimentos. Se, por exemplo, somente a taxa de juros baixou e mudarmos o rumo dos investimentos, vamos acabar encontrando o mesmo trinômio: segurança, liquidez e rentabilidade? Teremos uma rentabilidade maior com a mesma segurança e a mesma liquidez? Se a resposta for "Não, não teremos". Então, não há a necessidade de mudar o plano.
É justamente nestas ocasiões que mais ouço que todos buscam mais rentabilidade. E, dentro de minhas convicções e conhecimentos, sempre aconselho que o melhor a ser feito é sentar e revisar como está a sua vida e verificar se buscar essa rentabilidade, neste momento, é o melhor a ser feito, se faz sentido essa busca em troca de segurança.
Em um artigo anterior, eu disse que você poderá aumentar a velocidade da sua rentabilidade, do seu enriquecimento, mas pode derrapar na curva. E se de repente, você acaba perdendo 2, 3, 4, 5 anos no percurso que vinha fazendo, só porque aumentou a velocidade? Fatalmente, terá que voltar 5 anos de sua vida para começar tudo novamente. Por isso, aconselho que façam essas ponderações.
Neste caso, então, como agir para acelerar o processo e ter mais dinheiro? Justamente por isso que temos que ter um plano: o método FAST. Cada um desses pilares, o fazer, o antever, o salvar e o turbinar, acaba compensando a carência do outro. Se a pessoa tem muito o fazer, vai precisar menos do turbinar. Se tem muito este último, vai precisar menos do fazer. O ideal seria fazer muito enquanto ainda se é jovem, pois quando a idade avançar um pouco mais, as coisas tornam-se mais difíceis.
Aí, a pergunta que não quer calar. Mas, o aposentado não precisa ser mais conservador? Bem, isso é outra história. Ele terá uma carteira maturada e quando você olha o preço de aquisição desta carteira e o compara com a rentabilidade frente ao preço de aquisição, chega à conclusão que queria estar neste mesmo patamar. Por esta razão, é que aconselho a todas as pessoas a investirem para que consigam compor suas aposentadorias. Eu mesmo fiz isso para mim e faço também para meus filhos, pois pretendo que eles cheguem aos 15 anos com alguma estrutura financeira construída.
Eu também sempre recomendo que as pessoas invistam em fundos imobiliários. Acredito que, com o passar do tempo, dentro de 10, 12 ou 15 anos, este mesmo fundo que rende 0,7% ou 0,8%, vai acabar rendendo 1,2%, 1,3%, talvez 2% ao mês ou até mais, quando olhamos o preço de aquisição da carteira.
Mauro Calil é fundador da Academia do Dinheiro
Veja também o vídeo relacionado a este texto:
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