Cursos de Investimentos NÃO devem ensinar a investir (com vídeo)
Cursos de investimento tendem a mostrar caminhos vencedores que, nem sempre são encontrados no mundo real.
Publicado em 3 de outubro de 2017 às, 10h48.
Última atualização em 3 de outubro de 2017 às, 10h57.
Por que os cursos de investimentos não devem ensinar a investir? Por um motivo muito simples: no quadro negro nada dá errado e este é o grande problema.
Quando falo sobre esse assunto, gosto de trazer as experiências vivenciadas em um curso de Opções que eu ministro. É um treinamento relativamente caro, presencial e de apenas quatro horas. Neste encontro, eu ensino tudo sobre Opções e como não perder patrimônio nestas operações. Bom, ainda sim é arriscado? Sim, é arriscado. Além disso, eu sempre falo para os participantes: “olha, eu torço para você perder dinheiro na primeira operação”. Nesse momento, eles me olham e devem pensar “nossa, eu paguei essa grana para ele me dizer que quer eu perca dinheiro?”.
Meu posicionamento é simplesmente um alerta. Quando o investidor tem uma grande vitória logo na primeira empreitada, fica exageradamente seguro e a tendência é acreditar que tudo o que fizer agora vai dar lucro. Sabemos que na vida nada é assim.
E no mercado de renda variável essa máxima é ainda mais relevante. Eu lembro de quando eu ministrava aulas no Instituto Nacional de Investidores (INI) e nós tínhamos um disclaimer do começo até o fim do curso pedindo para as pessoas tomarem cuidado. A ideia era fazer com que o participante enxergasse o investimento como um meio e não um fim. A pessoa precisa aprender a tocar a própria vida, ou seja, tem que fazer sobrar um dinheiro para então investir de forma turbinada, como mostramos no curso do Método FAST. E é esse dinheiro que pode se tornar um montante financeiro relevante.
Enfim, os cursos de investimentos não podem e não devem ensinar a investir. Discursos fáceis e sedutores como “Olha, pega 10% do seu patrimônio e vamos sair investindo, porque esses 10% poderão se tornar 1000% amanhã”. Isso não é verdade. Se fosse real, o educador financeiro não estaria ali ministrando uma aula. Ela estaria em uma praia, com uma excelente conexão de internet, operando na Bolsa de Valores. Isso é muito óbvio.
Muitos destes profissionais afirmam que têm muito tempo livre e que resolveram ajudar as pessoas. ‘’Nossa, como eu sou bonzinho, eu encontrei a luz”, dizem alguns. Não é assim. O investimento é algo que se encaixa como uma peça dentro do plano de enriquecimento de uma pessoa. E ele não é um plano isolado de vida. Por isso, muita gente se queixa: “nossa, eu escolhi o melhor curso do mercado e paguei o melhor professor, por que não estou enriquecendo?” Possivelmente porque há um erro fundamental nessa relação do curso realizado e a sua vida.
Enriquecer é simplesmente uma questão de ter e seguir um bom plano.
Mauro Calil é fundador da Academia do Dinheiro
Veja também o vídeo relacionado a este texto:
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