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Crédito fácil e caro? Deu no que deu.

Crédito pessoal deve ser a última alternativa para os seus problemas financeiros, pois quem sai perdendo, e muito, é você. A recente estabilidade da economia brasileira e a melhora nos índices de desemprego do País são alguns dos fatores que deixaram o crédito no País muito mais fácil. Consequentemente, os brasileiros consomem mais e também fazem mais empréstimos. E um tipo de empréstimo que se destaca pela agilidade e facilidade […] Leia mais

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Etiqueta Financeira

Publicado em 21 de junho de 2013 às, 22h22.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 08h58.

Crédito pessoal deve ser a última alternativa para os seus problemas financeiros, pois quem sai perdendo, e muito, é você.

A recente estabilidade da economia brasileira e a melhora nos índices de desemprego do País são alguns dos fatores que deixaram o crédito no País muito mais fácil. Consequentemente, os brasileiros consomem mais e também fazem mais empréstimos. E um tipo de empréstimo que se destaca pela agilidade e facilidade de se ter dinheiro no bolso é o crédito pessoal, realizado por empresas financeiras.

Uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC), no início de 2012, mostrou que o crédito pessoal era a terceira maior forma que os brasileiros usam para fazer empréstimo. Deu no que deu.

Para conquistar tantos clientes, as financeiras usam argumentos fortes e atuam diretamente no emocional das pessoas, na fragilidade da falta de dinheiro, da vergonha de pedir emprestado para parentes e na pressa para conseguir esses recursos. E até trazem “consultores” financeiros de renome para dar aval ao que chamam de crédito “inteligente” ou “correto”. Será?

Via de regra, a comunicação destas empresas diz: dinheiro na hora, sem burocracia e sem consulta ao Serviço de Proteção ao Crédito. Ou seja, dinheiro fácil. Só que dinheiro fácil, em minha opinião, é sinônimo também de crédito caro.

Em uma rápida pesquisa ao site do Banco Central, é possível comprovar o que estou dizendo. É só dar uma olhada nas taxas de juros cobradas em operações de crédito pessoal. Os juros podem chegar a 17% ao mês e a mais de 500% ao ano. Outro detalhe: saber as taxas cobradas por essas empresas nem sempre é fácil. Muitos sites, por exemplo, não são claros e não entregam esta informação facilmente.

Assim, a venda do produto (o empréstimo) é baseada no valor das parcelas e na renegociação, ou seja, se a dívida é de R$ 10 mil, pague-a no ato ou pague à financeira pequenas parcelas por mês. Funciona na base do “cabe no bolso” e não em quanto é o valor da dívida. E, no final, é comum ter 60%, 80%, 100% ou mais de juros, ao ano, nas pequenas parcelas.

Com base em dados, em fatos, digo que recorrer ao empréstimo pessoal por meio de financeiras deve ser a última alternativa ao endividado. É quase o último passo antes de ir a um agiota. Usa os serviços de financeiras quem não tem mais crédito com ninguém, nem com parentes ou amigos.

Os juros, muito altos, ficam entre o cartão de crédito e os do cheque especial. Por isso, antes de seguir esse caminho, minha sugestão é vender bens, como carro, casa, eletrodomésticos etc., ou também tentar sanar as dívidas já assumidas em outras linhas de crédito, mais baratas, para retomar as rédeas da vida financeira.

Enfim, antes de recorrer ao crédito pessoal, por meio de financeiras, seja para adquirir um bem, para pagar outra dívida ou qualquer outra finalidade, avalie se esse é o melhor caminho. A pressa somada à cultura do “quanto posso pagar por mês” tornam o dinheiro muito caro, e quem sai perdendo é justamente quem acredita estar ganhando.

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