As regras da boa educação – etiqueta financeira
O processo educacional existe em qualquer sociedade e é responsável, entre outras coisas, por perpetuar através de gerações os costumes, manifestações culturais, hábitos e formas de agir e se comportar em sociedade. Ao educar uma criança, seja em uma grande metrópole, seja em uma remota aldeia selvagem, os mais experientes procuram passar aos seus pupilos um caminho pelo qual possam viver dentro daquela sociedade, sendo bem sucedidos e felizes neste […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 26 de março de 2013 às 15h25.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 09h06.
O processo educacional existe em qualquer sociedade e é responsável, entre outras coisas, por perpetuar através de gerações os costumes, manifestações culturais, hábitos e formas de agir e se comportar em sociedade.
Ao educar uma criança, seja em uma grande metrópole, seja em uma remota aldeia selvagem, os mais experientes procuram passar aos seus pupilos um caminho pelo qual possam viver dentro daquela sociedade, sendo bem sucedidos e felizes neste convívio social. Veja que, ao nascer, a criança tem somente seus instintos e reflexos para sobreviver e é totalmente dependente da boa vontade de seres humanos adultos. Costumo dizer que os bebês são os únicos seres que são verdadeiramente amados, afinal tudo o que produzem é barulho e sujeira e, ainda assim, qualquer adulto mentalmente saudável, abre um sorriso ao ver e tem vontade de proteger e alimentar qualquer bebê, mesmo que não seja biologicamente seu.
Porém, à medida que a criança cresce é de se esperar que os pais, ou responsáveis pela educação, passem a ensinar bons modos como, não mexer nos enfeites sobre a mesa, comer tudo que está no prato, fazer xixi e coco no vaso sanitário ao invés de sujar as fraldas e assim por diante.
Até certo ponto este processo educacional é comum aos membros de uma mesma sociedade sejam eles nascidos em uma favela ou em um palácio. Porém a partir de certos conceitos mínimos, somente os mais abastados terão uma educação que convenciona-se dizer “mais refinada”.
Aqui entra um conceito de referência estética interessante, ou seja, sempre acreditamos e sempre acreditaremos que a educação do palácio é melhor que a da favela. Isso ocorre pelo simples motivo que ninguém discute que a vida em um palácio é mais confortável e menos ameaçada que a vida na favela. Afinal quantos palácios desmoronam por conta das chuvas de verão? Ou quem será mais bem atendido em caso de urgência médica, um favelado ou um governante?
Portanto todos almejam estar no nível do palácio e da boa educação destes palacianos. Saliento aqui que esta educação é acessível aos que por ela procuram. A família de classe média pode facilmente aprender com quantos e quais talheres se serve um jantar digno de um rei. Qual a baixela necessária e mesmo quais assuntos devem ser tratados de acordo com os convidados e ambiente em que a refeição é servida. Algumas dicas simples eu mesmo posso dar aqui como não troque os talheres de mãos durante a refeição e caso seu anfitrião pergunte se você gosta de determinado prato ligeramente exótico que você nunca experimentou, não gagueje ao finjir que já conhece, simplesmente diga que nunca experimentou. O bom anfitrião te dará outra alternativa e a escolha final se rá sua, sem dramas.
Viu como é simples?
E pela mesma referência estética palaciana, muitas pessoas crêem que o fato de possuir bens como carros caros ou o último modelo de celular ou ainda desfilar com roupas da moda em destinos internacionais por onde os reis caminham, lhes conferirá o status e a elegância do principado. Este consumismo nada mais é que uma compensação ou ainda um sublimação por aquilo que não se é ou não se possui: a elegância, riqueza, pompa e garbo palaciano.
Assim, o homem comum e de boas maneiras a ponto de ser confundido com um lorde em muitas situações, comete uma grande grosseria consigo e com seu patrimônio que não foi herdado, mas sim conquistado, a grosseria financeira.
Em meu ponto de vista não será fácil ao brasileiro médio refinar-se financeiramente. Apesar de ainda existirem aqueles que sujam as calças, não posso dizer que o brasileiro médio coma com as mãos quando se trata de educação financeira, mas servindo-se do bandejão bancário com produtos padronizados principalmente em renda fixa como sua principal forma de investimento, o brasileiro médio está muito longe de modos aceitáveis e realmente distante do refinamento. Isso ocorre, em muito, pela nossa memória inflacionária, que remete a um período em que consumir rápido era sinônimo de economia enquanto que os títulos do governo conferiam a melhor relação entre rentabilidade x segurança x liquidez.
Porém já não é mais assim, para enriquecer, portanto refinar-se em sua educação financeira é necessário consumir o necessário que traz conforto no dia a dia, a cada um sabe sua medida, e investir bem o restante dentro de um planejamento financeiro pessoal, familiar e de vida.
Isso significa comer com talheres e já não se servir nas panelas sobre um fogão a lenha, mas sim à mesa em baixela de louça sobre uma toalha branca que permaneça assim após a refeição. É o mínimo que se espera de uma família bem educada (financeiramente).
O processo educacional existe em qualquer sociedade e é responsável, entre outras coisas, por perpetuar através de gerações os costumes, manifestações culturais, hábitos e formas de agir e se comportar em sociedade.
Ao educar uma criança, seja em uma grande metrópole, seja em uma remota aldeia selvagem, os mais experientes procuram passar aos seus pupilos um caminho pelo qual possam viver dentro daquela sociedade, sendo bem sucedidos e felizes neste convívio social. Veja que, ao nascer, a criança tem somente seus instintos e reflexos para sobreviver e é totalmente dependente da boa vontade de seres humanos adultos. Costumo dizer que os bebês são os únicos seres que são verdadeiramente amados, afinal tudo o que produzem é barulho e sujeira e, ainda assim, qualquer adulto mentalmente saudável, abre um sorriso ao ver e tem vontade de proteger e alimentar qualquer bebê, mesmo que não seja biologicamente seu.
Porém, à medida que a criança cresce é de se esperar que os pais, ou responsáveis pela educação, passem a ensinar bons modos como, não mexer nos enfeites sobre a mesa, comer tudo que está no prato, fazer xixi e coco no vaso sanitário ao invés de sujar as fraldas e assim por diante.
Até certo ponto este processo educacional é comum aos membros de uma mesma sociedade sejam eles nascidos em uma favela ou em um palácio. Porém a partir de certos conceitos mínimos, somente os mais abastados terão uma educação que convenciona-se dizer “mais refinada”.
Aqui entra um conceito de referência estética interessante, ou seja, sempre acreditamos e sempre acreditaremos que a educação do palácio é melhor que a da favela. Isso ocorre pelo simples motivo que ninguém discute que a vida em um palácio é mais confortável e menos ameaçada que a vida na favela. Afinal quantos palácios desmoronam por conta das chuvas de verão? Ou quem será mais bem atendido em caso de urgência médica, um favelado ou um governante?
Portanto todos almejam estar no nível do palácio e da boa educação destes palacianos. Saliento aqui que esta educação é acessível aos que por ela procuram. A família de classe média pode facilmente aprender com quantos e quais talheres se serve um jantar digno de um rei. Qual a baixela necessária e mesmo quais assuntos devem ser tratados de acordo com os convidados e ambiente em que a refeição é servida. Algumas dicas simples eu mesmo posso dar aqui como não troque os talheres de mãos durante a refeição e caso seu anfitrião pergunte se você gosta de determinado prato ligeramente exótico que você nunca experimentou, não gagueje ao finjir que já conhece, simplesmente diga que nunca experimentou. O bom anfitrião te dará outra alternativa e a escolha final se rá sua, sem dramas.
Viu como é simples?
E pela mesma referência estética palaciana, muitas pessoas crêem que o fato de possuir bens como carros caros ou o último modelo de celular ou ainda desfilar com roupas da moda em destinos internacionais por onde os reis caminham, lhes conferirá o status e a elegância do principado. Este consumismo nada mais é que uma compensação ou ainda um sublimação por aquilo que não se é ou não se possui: a elegância, riqueza, pompa e garbo palaciano.
Assim, o homem comum e de boas maneiras a ponto de ser confundido com um lorde em muitas situações, comete uma grande grosseria consigo e com seu patrimônio que não foi herdado, mas sim conquistado, a grosseria financeira.
Em meu ponto de vista não será fácil ao brasileiro médio refinar-se financeiramente. Apesar de ainda existirem aqueles que sujam as calças, não posso dizer que o brasileiro médio coma com as mãos quando se trata de educação financeira, mas servindo-se do bandejão bancário com produtos padronizados principalmente em renda fixa como sua principal forma de investimento, o brasileiro médio está muito longe de modos aceitáveis e realmente distante do refinamento. Isso ocorre, em muito, pela nossa memória inflacionária, que remete a um período em que consumir rápido era sinônimo de economia enquanto que os títulos do governo conferiam a melhor relação entre rentabilidade x segurança x liquidez.
Porém já não é mais assim, para enriquecer, portanto refinar-se em sua educação financeira é necessário consumir o necessário que traz conforto no dia a dia, a cada um sabe sua medida, e investir bem o restante dentro de um planejamento financeiro pessoal, familiar e de vida.
Isso significa comer com talheres e já não se servir nas panelas sobre um fogão a lenha, mas sim à mesa em baixela de louça sobre uma toalha branca que permaneça assim após a refeição. É o mínimo que se espera de uma família bem educada (financeiramente).