Armadilhas mentais estimulam o investimento de curto prazo e prejudicam a rentabilidade
Comecei esta semana atendendo um cliente com renda de 5.400,00, disponibilidade de 1.800,00 para investimentos mensais e com poupança formada de 360.000,00. Sua demanda era de investir tudo, naquilo que tivesse a maior taxa para o prazo de 3 meses no máximo. Após este prazo renovaria se não precisasse do dinheiro. Não tinha planos, mas … sabe como é, emergências podem aparecer. Esta é uma situação muito comum aos brasileiros. […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 20 de outubro de 2014 às 10h47.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h16.
Comecei esta semana atendendo um cliente com renda de 5.400,00, disponibilidade de 1.800,00 para investimentos mensais e com poupança formada de 360.000,00. Sua demanda era de investir tudo, naquilo que tivesse a maior taxa para o prazo de 3 meses no máximo. Após este prazo renovaria se não precisasse do dinheiro. Não tinha planos, mas … sabe como é, emergências podem aparecer.
Esta é uma situação muito comum aos brasileiros. Buscar o máximo possível na segurança da renda fixa em espaços curtos de tempo. Apesar de saberem que não ter planos de usá-lo no curto prazo e, do conhecimento amplo do fato que, mesmo na renda fixa, a rentabilidade será maior se o prazo for maior.
As finanças comportamentais nos ensinam as heurísticas, regras práticas que orientam o julgamento e avaliação dos investidores. Entre elas, a heurística da representatividade e a heurística da disponibilidade interferem em muito neste comportamento e atrapalham nossa cognição. Vejamos.
Heurística da representatividade é o julgamento por estereótipos ou por modelos mentais de aproximação. O investidor toma sua decisão avaliando a probabilidade de ocorrência de um evento através da similaridade com acontecimentos passados.
Pergunta um: Você lembra de algum plano governamental que tenha prejudicado sua rentabilidade?
Já a heurística da disponibilidade faz com que os investidores julguem como mais prováveis os acontecimentos que recordam melhor, por serem mais salientes na memória ou simplesmente mais recentes, do que acontecimentos de igual frequência mas cujas circunstancias, instâncias ou consequências, não são tão facilmente recordadas.
Pergunta dois: Você lembra de alguma emergência pessoal, sua ou de um parente, onde precisou de dinheiro para te “salvar”?
Para investirmos melhor, fugindo das armadilhas mentais, devemos implementar um plano racional. Voltando ao exemplo de meu cliente, ele tem uma necessidade de e 43.200,00 para manter seu padrão de vida em 12 meses. Assim, dividimos este valor em quatro aplicações para 3, 6, 9 e 12 meses que serão renovadas em seu vencimento. O restante foi dividido em 3 blocos para 24, 36 e 48 meses.
Isso permitiu a ele saltar de uma rentabilidade média de 92,5% do CDI para 109% do CDI já descontado o IR e taxas e sempre dentro da garantia do FGC. Em termos práticos seu rendimento anual saiu de 35.964,00 para 42.379,00. Uma diferença de 6.415,00. Mais que o 13º que meu cliente receberá.
E então, vale a pena planejar melhor seus investimentos?
Comecei esta semana atendendo um cliente com renda de 5.400,00, disponibilidade de 1.800,00 para investimentos mensais e com poupança formada de 360.000,00. Sua demanda era de investir tudo, naquilo que tivesse a maior taxa para o prazo de 3 meses no máximo. Após este prazo renovaria se não precisasse do dinheiro. Não tinha planos, mas … sabe como é, emergências podem aparecer.
Esta é uma situação muito comum aos brasileiros. Buscar o máximo possível na segurança da renda fixa em espaços curtos de tempo. Apesar de saberem que não ter planos de usá-lo no curto prazo e, do conhecimento amplo do fato que, mesmo na renda fixa, a rentabilidade será maior se o prazo for maior.
As finanças comportamentais nos ensinam as heurísticas, regras práticas que orientam o julgamento e avaliação dos investidores. Entre elas, a heurística da representatividade e a heurística da disponibilidade interferem em muito neste comportamento e atrapalham nossa cognição. Vejamos.
Heurística da representatividade é o julgamento por estereótipos ou por modelos mentais de aproximação. O investidor toma sua decisão avaliando a probabilidade de ocorrência de um evento através da similaridade com acontecimentos passados.
Pergunta um: Você lembra de algum plano governamental que tenha prejudicado sua rentabilidade?
Já a heurística da disponibilidade faz com que os investidores julguem como mais prováveis os acontecimentos que recordam melhor, por serem mais salientes na memória ou simplesmente mais recentes, do que acontecimentos de igual frequência mas cujas circunstancias, instâncias ou consequências, não são tão facilmente recordadas.
Pergunta dois: Você lembra de alguma emergência pessoal, sua ou de um parente, onde precisou de dinheiro para te “salvar”?
Para investirmos melhor, fugindo das armadilhas mentais, devemos implementar um plano racional. Voltando ao exemplo de meu cliente, ele tem uma necessidade de e 43.200,00 para manter seu padrão de vida em 12 meses. Assim, dividimos este valor em quatro aplicações para 3, 6, 9 e 12 meses que serão renovadas em seu vencimento. O restante foi dividido em 3 blocos para 24, 36 e 48 meses.
Isso permitiu a ele saltar de uma rentabilidade média de 92,5% do CDI para 109% do CDI já descontado o IR e taxas e sempre dentro da garantia do FGC. Em termos práticos seu rendimento anual saiu de 35.964,00 para 42.379,00. Uma diferença de 6.415,00. Mais que o 13º que meu cliente receberá.
E então, vale a pena planejar melhor seus investimentos?