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A surpreendente evolução da taxa real de juros no Brasil

A nova realidade da taxa real de juros no Brasil traz desafios para o setor financeiro e para os poupadores.

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profmaurocalil

Publicado em 6 de outubro de 2017 às 15h08.

Conforme a Selic foi baixando, desde novembro de 2016, manchetes e conselheiros financeiros se apressaram em dizer que seria o fim das altas rentabilidades na renda fixa brasileira e que as ações em bolsa seriam o melhor destino para o dinheiro do investidor.

Isso acabou preocupando e precipitando mudanças nos investimentos atrelados ao CDI , que poderiam ter sido feitos com o tempo adequado.

Ao olharmos com mais cuidado a rentabilidade real da renda fixa, aquela que desconta a inflação, vemos que os números nos mostram um caminho diferente com tempo de sobra para realocação de recursos.

Até maio de 2017 a taxa real de juros, aquela que desconta a inflação, teve tendência altista, permitindo aceleração de cortes na taxa de juros básicos no sistema SELIC. Hoje com sua meta fixada em 8,25%

Antes de prosseguirmos, vale lembrar que  do ponto de vista do investidor a rentabilidade real é calculada pela fórmula:
(1 + taxa nominal) / (1 + Inflação) -1

-(academia do dinheiro/Fotos Públicas)

 

Já o ponto de vista do consumo, que não é objeto deste artigo, é minuciosamente explicado no curso do Método FAST da Academia do Dinheiro .

De volta ao tema rentabilidade real, imagine que em Junho de 2016 sua aplicação em um CDB completasse 361 dias, ou seja, já estaria na alíquota de 20% do IR, e este CDB foi contratado com a taxa de 130% do CDI, algo comum à época para os investidores que conhecem os melhores caminhos.

Este CDB pagaria 100% da SELIC, já livre de IR ou algo muito próximo a isso. Seria fantástico não fosse a inflação, que diminuiria os ganhos e transformaria o ganho livre de IR dos 14,25% em uma rentabilidade real de 4,97%.

A Selic em queda permitiu um aumento evidente da rentabilidade real até maio de 2017. Então entramos em uma fase de transição para a queda e hoje quem tem seu dinheiro aplicado a 100% do CDI recebe 5,67% de taxa real bruta, ainda sofrerá desconto de IR, quando aplicável.

Como é vontade de toda a sociedade ver a economia voltar a crescer, e os números mostram que a recuperação começa a ocorrer, ainda que tímida, o banco central deverá promover novas quedas de juros achatando ainda mais o ganho real dos poupadores.

Este panorama não é de todo ruim mas, implica em desafios para o setor financeiro e poupadores.

O Brasil inaugura  uma nova fase para o mercado de investimentos financeiros. Passaremos a buscar fundos nos quais os gestores fazem diferença.

Seja nos fundos de Renda Fixa com liquidez imediata que rendam algo superior a 90% do CDI, sejam nos multimercado com operações complicadas e passando pelos fundos de debêntures incentivadas que não têm IR ou pelos fundos de investimentos imobiliários (FII), gestores competentes e investidores interessados farão a diferença.

No começo desta fase,  que já está em curso,  vejo claramente uma ansiedade incauta por mudanças que faz as metas de gerentes do grande varejo bancário serem atingidas. O investidor ainda não aprendeu que fundo multimercado, aliás nenhum fundo,  é igual a outro só porque seu nome é igual ou que é melhor só porque sua rentabilidade é superior.

Não é a mesma coisa que comprar sabão em pó. Ou seja, desde que seja a sua marca favorita, pouco importa a loja onde se faz a aquisição.

O novo patamar de taxa de juros no Brasil fará com que nossas escolhas de investimentos sejam mais parecidas com a compra de um sistema operacional SAP. Onde não só a escolha do que comprar é importante, mas também o histórico de desempenho, atendimento e esclarecimentos (treinamento) dados pelas pessoas envolvidas no fornecimento do investimento, que é ao mesmo tempo um e também um serviço,  sejam cada dia mais importantes.

O poupador privilegiará quem o conhece e indica aplicações adequadas à sua realidade

Mauro Calil é fundador da Academia do Dinheiro

 

Conforme a Selic foi baixando, desde novembro de 2016, manchetes e conselheiros financeiros se apressaram em dizer que seria o fim das altas rentabilidades na renda fixa brasileira e que as ações em bolsa seriam o melhor destino para o dinheiro do investidor.

Isso acabou preocupando e precipitando mudanças nos investimentos atrelados ao CDI , que poderiam ter sido feitos com o tempo adequado.

Ao olharmos com mais cuidado a rentabilidade real da renda fixa, aquela que desconta a inflação, vemos que os números nos mostram um caminho diferente com tempo de sobra para realocação de recursos.

Até maio de 2017 a taxa real de juros, aquela que desconta a inflação, teve tendência altista, permitindo aceleração de cortes na taxa de juros básicos no sistema SELIC. Hoje com sua meta fixada em 8,25%

Antes de prosseguirmos, vale lembrar que  do ponto de vista do investidor a rentabilidade real é calculada pela fórmula:
(1 + taxa nominal) / (1 + Inflação) -1

-(academia do dinheiro/Fotos Públicas)

 

Já o ponto de vista do consumo, que não é objeto deste artigo, é minuciosamente explicado no curso do Método FAST da Academia do Dinheiro .

De volta ao tema rentabilidade real, imagine que em Junho de 2016 sua aplicação em um CDB completasse 361 dias, ou seja, já estaria na alíquota de 20% do IR, e este CDB foi contratado com a taxa de 130% do CDI, algo comum à época para os investidores que conhecem os melhores caminhos.

Este CDB pagaria 100% da SELIC, já livre de IR ou algo muito próximo a isso. Seria fantástico não fosse a inflação, que diminuiria os ganhos e transformaria o ganho livre de IR dos 14,25% em uma rentabilidade real de 4,97%.

A Selic em queda permitiu um aumento evidente da rentabilidade real até maio de 2017. Então entramos em uma fase de transição para a queda e hoje quem tem seu dinheiro aplicado a 100% do CDI recebe 5,67% de taxa real bruta, ainda sofrerá desconto de IR, quando aplicável.

Como é vontade de toda a sociedade ver a economia voltar a crescer, e os números mostram que a recuperação começa a ocorrer, ainda que tímida, o banco central deverá promover novas quedas de juros achatando ainda mais o ganho real dos poupadores.

Este panorama não é de todo ruim mas, implica em desafios para o setor financeiro e poupadores.

O Brasil inaugura  uma nova fase para o mercado de investimentos financeiros. Passaremos a buscar fundos nos quais os gestores fazem diferença.

Seja nos fundos de Renda Fixa com liquidez imediata que rendam algo superior a 90% do CDI, sejam nos multimercado com operações complicadas e passando pelos fundos de debêntures incentivadas que não têm IR ou pelos fundos de investimentos imobiliários (FII), gestores competentes e investidores interessados farão a diferença.

No começo desta fase,  que já está em curso,  vejo claramente uma ansiedade incauta por mudanças que faz as metas de gerentes do grande varejo bancário serem atingidas. O investidor ainda não aprendeu que fundo multimercado, aliás nenhum fundo,  é igual a outro só porque seu nome é igual ou que é melhor só porque sua rentabilidade é superior.

Não é a mesma coisa que comprar sabão em pó. Ou seja, desde que seja a sua marca favorita, pouco importa a loja onde se faz a aquisição.

O novo patamar de taxa de juros no Brasil fará com que nossas escolhas de investimentos sejam mais parecidas com a compra de um sistema operacional SAP. Onde não só a escolha do que comprar é importante, mas também o histórico de desempenho, atendimento e esclarecimentos (treinamento) dados pelas pessoas envolvidas no fornecimento do investimento, que é ao mesmo tempo um e também um serviço,  sejam cada dia mais importantes.

O poupador privilegiará quem o conhece e indica aplicações adequadas à sua realidade

Mauro Calil é fundador da Academia do Dinheiro

 

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