5 milhões de investidores ameaçam o negócio da Bovespa
Muito foi alardeado sobre a popularização da bolsa, inclusão de milhões de pessoas físicas com campanhas que envolveram, inclusive, a figura do Pelé. O fato é que a BM&FBovespa não precisa da pessoa física e, indo além, não pode se dar ao luxo de pulverizar sua base de investidores. Sob o ponto de vista de seus negócios, o que faz a bolsa ter lucro é o volume crescente de dinheiro […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 26 de maio de 2014 às 15h31.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h28.
Muito foi alardeado sobre a popularização da bolsa, inclusão de milhões de pessoas físicas com campanhas que envolveram, inclusive, a figura do Pelé. O fato é que a BM&FBovespa não precisa da pessoa física e, indo além, não pode se dar ao luxo de pulverizar sua base de investidores.
Sob o ponto de vista de seus negócios, o que faz a bolsa ter lucro é o volume crescente de dinheiro e não o de investidores. Ou seja, é muito melhor ter poucos clientes, de preferência institucionais, cada vez mais endinheirados, do que ter que lidar com milhões de pessoas físicas que irão aumentar os custos, e a complexidade de atendimento ao se queixarem às autoridades cada vez que perdessem cem, dos mil reais que investiram.
Pessoas físicas dão trabalho à bolsa, já estão acostumados a terem um código de defesa do consumidor e, por isso, parecem acreditar que exista um “código de defesa do investidor”. Algo que iria garantir-lhes o dinheiro de volta cada vez que o desempenho das ações fosse negativo.
Além disso, ter milhões de investidores poderia derrubar uma das maiores barreiras de entrada a novos concorrentes. Temos que lembrar que o negócio de bolsa de valores na renda variável ainda é um monopólio na realidade brasileira, e a concentração estabelecida por poucos investidores e poucos fornecedores de ações (empresas de capital aberto), enrijecem os muros da fortaleza. Quem irá querer se estabelecer no Brasil a custos altíssimos para brigar por tão poucos clientes?
Situação ótimo para a BM&FBovespa e seus acionistas, porém com efeitos colaterais à sociedade pois o mercado se restringe para corretoras, bancos, gestores, analistas, agentes de investimento, assets, etc. Afinal para atender 5 milhões de pessoas seriam necessários mais profissionais, produtos e veículos financeiros, que aqueles que suprem as necessidades de 600 mil.
Outro ponto é que mesmo que os volumes financeiros cresçam, um número reduzido de pessoas envolvidas no mercado, diminui o número de opiniões e isso, por si só, aumenta as distorções em preço dos ativos à medida que sua liquidez diminui, permitindo ganhos ótimos para quem desvenda os mistérios deste tipo de investimento.
Quer saber como se aproveitar desta concentração para construir patrimônio?
Muito foi alardeado sobre a popularização da bolsa, inclusão de milhões de pessoas físicas com campanhas que envolveram, inclusive, a figura do Pelé. O fato é que a BM&FBovespa não precisa da pessoa física e, indo além, não pode se dar ao luxo de pulverizar sua base de investidores.
Sob o ponto de vista de seus negócios, o que faz a bolsa ter lucro é o volume crescente de dinheiro e não o de investidores. Ou seja, é muito melhor ter poucos clientes, de preferência institucionais, cada vez mais endinheirados, do que ter que lidar com milhões de pessoas físicas que irão aumentar os custos, e a complexidade de atendimento ao se queixarem às autoridades cada vez que perdessem cem, dos mil reais que investiram.
Pessoas físicas dão trabalho à bolsa, já estão acostumados a terem um código de defesa do consumidor e, por isso, parecem acreditar que exista um “código de defesa do investidor”. Algo que iria garantir-lhes o dinheiro de volta cada vez que o desempenho das ações fosse negativo.
Além disso, ter milhões de investidores poderia derrubar uma das maiores barreiras de entrada a novos concorrentes. Temos que lembrar que o negócio de bolsa de valores na renda variável ainda é um monopólio na realidade brasileira, e a concentração estabelecida por poucos investidores e poucos fornecedores de ações (empresas de capital aberto), enrijecem os muros da fortaleza. Quem irá querer se estabelecer no Brasil a custos altíssimos para brigar por tão poucos clientes?
Situação ótimo para a BM&FBovespa e seus acionistas, porém com efeitos colaterais à sociedade pois o mercado se restringe para corretoras, bancos, gestores, analistas, agentes de investimento, assets, etc. Afinal para atender 5 milhões de pessoas seriam necessários mais profissionais, produtos e veículos financeiros, que aqueles que suprem as necessidades de 600 mil.
Outro ponto é que mesmo que os volumes financeiros cresçam, um número reduzido de pessoas envolvidas no mercado, diminui o número de opiniões e isso, por si só, aumenta as distorções em preço dos ativos à medida que sua liquidez diminui, permitindo ganhos ótimos para quem desvenda os mistérios deste tipo de investimento.
Quer saber como se aproveitar desta concentração para construir patrimônio?