Star+ chega tendo o esporte como protagonista em estratégia audaciosa
Conteúdo esportivo do Star+ chega reunindo algumas das principais cometições de diversas modalidades. Fusão ESPN e FOX Sports se consolida.
Vinicius Lordello
Publicado em 31 de agosto de 2021 às 15h19.
Última atualização em 31 de agosto de 2021 às 15h27.
O streaming chegou e, à fórceps, tem mudado o jeito das pessoas consumirem conteúdo. A tv, inclusive a cabo, seguem firmes, mas é inegável que as tenções estão divididas. É nesse contexto que chega hoje ao mercado a Star+. A Disney chega jogando como gente grande e, nesse aspecto, pensando em esportes, foco desse espaço, cresceu e é possível dizer, alcança novo patamar.
A área de esportiva vai de Libertadores aos principais campeonatos europeus de futebol masculino. Futebol feminino também está privilegiado. Ainda tem NBA, NFL, MMA, ciclismo e surfe.
Para entender a estratégia que envolve o conteúdo esportivo no novo Star+, conversamos com Carlos Maluf (Head de Esportes da Disney no Brasil) e o Cristiano Lima, (Head de Conteúdo da Disney no Brasil). Importante alerta: área esportiva não pensa que basta. O futebol brasileiro é mencionado e os desdobramentos da Lei do Mandante serão fundamentais para clarear os próximos passos.
Lidamos com uma sociedade em reeducação diante da relação de consumo de conteúdo, deixando de ter apenas TV para o universo das plataformas. A Star+ vem sabedora disso e planeja uma estratégia de trânsito entre Tv e App?
Lima: A Disney lança a Star+ com esse pensamento e se posiciona como uma companhia com uma oferta incrível em termos de volume e qualidade. Acompanhando esse movimento, a gente faz esse trabalho de transição. Agora, importante frisar que os canais de Tv ainda são extremamente importantes, porque estamos falando de uma questão geracional, principalmente para esportes também.
A gente quer oferecer o melhor conteúdo e entregar para as pessoas consumirem da forma que elas entenderem ser melhor, respeitando essa curva de aprendizado para novas plataformas. A gente entra no mercado já um pouco avançado nesse sentido. Mesmo existindo uma tarefa ainda longa pra todos nós da indústria, sem dúvida nenhuma a gente entendeu esse movimento.
A ESPN foi inclusive percursora no Brasil com o WatchESPN, as pessoas começaram a se acostumar a acompanhar esporte por aplicativo. Vocês se sentem na frente no segmento esportivo?
Maluf: Claro que tem a questão de nomenclatura e plataforma, mas, sem dúvida, a ESPN está à frente e, como conteúdo, chegamos com artilharia pesada. Apenas sobre esportes, teremos quatro canais sendo exibidos em TV, sendo que o ESPN vai ser inteiro linear. Além disso, mais sessenta sinais para acompanhar sem produção. Só no futebol, temos Inglês, Italiano, Espanhol, Francês, Português, Holandês, Belga, Mexicano, Argentino. Podemos colocar quatro ou cinco jogos de um só campeonato, simultaneamente, entre tv e plataforma. Coordenando todos os jogos, teremos no mínimo setenta jogos dessas ligas ocorrendo no mesmo final de semana. Isso é, é uma olimpíada por dia que a Globo fez. Isso sem contar NBA, NFL, Rugby. Ciclismo...
Pensando como conteúdo, ESPN atualmente é mais entretenimento do que jornalismo. Isso não é uma crítica, mas constatação. Isso conversa muito com o perfil Disney. Retratar o esporte e levar esse conteúdo para as pessoas como entretenimento também é uma forma de convergência de público...
Lima: Um dos formatos de venda do Star+ é em combo com o Disney+. Isso já é entretenimento para toda família. Teremos um volume imenso de conteúdo de esportes, séries, filmes..., essa combinação permitirá que falemos com toda a família. Além disso, todos os eventos ao vivo vão para o VOD direto, respeitando os direitos existentes. A gente acompanha a audiência e um Real x Barça um VT até uma semana depois do ao vivo dá audiência. Essa liberdade, democracia de conteúdo. Participar do conteúdo porque no fundo também a ver com inserção social. No dia seguinte, as conversas são sobre os eventos que todos assistiram.
Antes a informação e o conteúdo eram centralizados, agora as pessoas recebem informações, fotos e vídeos por WhatsApp. Como que vocês olham para essa capacidade de engajamento e repercussão com e entre as pessoas?
Maluf: Humildemente a gente vem aprendendo ao longo do tempo. É notório que a Disney tem uma capacidade de gerar essa experiência, de virar memória. O que a gente quer é oferecer a melhor tecnologia com um preço competitivo. Essa experiência de navegabilidade e principalmente de produto são fundamentais. Essa jornada precisa ser completa e democrática, permeando o cotidiano das pessoas. Quando você percebe que a marca te ouve, ela entrega melhor, porque no fundo a gente aprende todos os dias. Certamente muito do que a gente está falando aqui a gente vai provar, tentar, pensar e vão surgir novas coisas e a gente vai precisar inovar.
Como o amplo conteúdo Disney pode ser consumido transcendendo canais segmentados? Não apenas como publicidade de conteúdo em canais distintos do grupo, mas como conteúdo...
Lima: Lembro do que a Marvel fez com a ESPN na NBA meses atrás (Nota: em maio/21, um jogo da NBA foi brilhanemtente usado para ativar os personagens dos estúdios Marvel, propriedade do grupo Disney desde a compra da Fox. Na partida, elementos Marvel foram inseridos com tecnologia 3D no contexto do jogo). A gente contar as histórias dos esportistas, isso é entretenimento que pode transcender canais esportivos. O Michael Jordan tem um documentário contando a história dele, que aumenta ainda mais o conhecimento sobre ele e gera uma incrível experiência a usuário.
A ESPN tem um cenário muito competitivo atualmente de mídias esportivas. A emissora, por tanto tempo referência dos mais diversos conteúdos esportivos, trabalha pra voltar a ser como espaço de discussão e conteúdo?
Maluf: Desde a época da fusão a gente ficou gigante e pôde pegar o melhor de cada. Nossos direitos esportivos ampliaram e a gente passou a ter musculatura de ir atrás de coisas nunca inimagináveis como uma Copa América exclusiva pra tv a cabo. A gente começou a competir como gente grande. Contratamos o melhor escritório de cenografia norte-americano para reformar nossos estúdios com qualidade internacional. A gente vai continuar sendo referência de credibilidade com qualidade, com a informação precisa e agora com alto nível de imagem, sem deixar de lado outros esportes além do futebol, como a gente sempre foi e é visto. Não quer dizer que a gente não olhe para o futebol brasileiro. Com a lei atual se estabilizando, vamos analisar. Mas hoje nos vemos na frente nessa competição da mídia esportiva em vários aspectos. E o lançamento do Star+ com ESPN mostra o quanto estaremos ainda mais competitivos.
O streaming chegou e, à fórceps, tem mudado o jeito das pessoas consumirem conteúdo. A tv, inclusive a cabo, seguem firmes, mas é inegável que as tenções estão divididas. É nesse contexto que chega hoje ao mercado a Star+. A Disney chega jogando como gente grande e, nesse aspecto, pensando em esportes, foco desse espaço, cresceu e é possível dizer, alcança novo patamar.
A área de esportiva vai de Libertadores aos principais campeonatos europeus de futebol masculino. Futebol feminino também está privilegiado. Ainda tem NBA, NFL, MMA, ciclismo e surfe.
Para entender a estratégia que envolve o conteúdo esportivo no novo Star+, conversamos com Carlos Maluf (Head de Esportes da Disney no Brasil) e o Cristiano Lima, (Head de Conteúdo da Disney no Brasil). Importante alerta: área esportiva não pensa que basta. O futebol brasileiro é mencionado e os desdobramentos da Lei do Mandante serão fundamentais para clarear os próximos passos.
Lidamos com uma sociedade em reeducação diante da relação de consumo de conteúdo, deixando de ter apenas TV para o universo das plataformas. A Star+ vem sabedora disso e planeja uma estratégia de trânsito entre Tv e App?
Lima: A Disney lança a Star+ com esse pensamento e se posiciona como uma companhia com uma oferta incrível em termos de volume e qualidade. Acompanhando esse movimento, a gente faz esse trabalho de transição. Agora, importante frisar que os canais de Tv ainda são extremamente importantes, porque estamos falando de uma questão geracional, principalmente para esportes também.
A gente quer oferecer o melhor conteúdo e entregar para as pessoas consumirem da forma que elas entenderem ser melhor, respeitando essa curva de aprendizado para novas plataformas. A gente entra no mercado já um pouco avançado nesse sentido. Mesmo existindo uma tarefa ainda longa pra todos nós da indústria, sem dúvida nenhuma a gente entendeu esse movimento.
A ESPN foi inclusive percursora no Brasil com o WatchESPN, as pessoas começaram a se acostumar a acompanhar esporte por aplicativo. Vocês se sentem na frente no segmento esportivo?
Maluf: Claro que tem a questão de nomenclatura e plataforma, mas, sem dúvida, a ESPN está à frente e, como conteúdo, chegamos com artilharia pesada. Apenas sobre esportes, teremos quatro canais sendo exibidos em TV, sendo que o ESPN vai ser inteiro linear. Além disso, mais sessenta sinais para acompanhar sem produção. Só no futebol, temos Inglês, Italiano, Espanhol, Francês, Português, Holandês, Belga, Mexicano, Argentino. Podemos colocar quatro ou cinco jogos de um só campeonato, simultaneamente, entre tv e plataforma. Coordenando todos os jogos, teremos no mínimo setenta jogos dessas ligas ocorrendo no mesmo final de semana. Isso é, é uma olimpíada por dia que a Globo fez. Isso sem contar NBA, NFL, Rugby. Ciclismo...
Pensando como conteúdo, ESPN atualmente é mais entretenimento do que jornalismo. Isso não é uma crítica, mas constatação. Isso conversa muito com o perfil Disney. Retratar o esporte e levar esse conteúdo para as pessoas como entretenimento também é uma forma de convergência de público...
Lima: Um dos formatos de venda do Star+ é em combo com o Disney+. Isso já é entretenimento para toda família. Teremos um volume imenso de conteúdo de esportes, séries, filmes..., essa combinação permitirá que falemos com toda a família. Além disso, todos os eventos ao vivo vão para o VOD direto, respeitando os direitos existentes. A gente acompanha a audiência e um Real x Barça um VT até uma semana depois do ao vivo dá audiência. Essa liberdade, democracia de conteúdo. Participar do conteúdo porque no fundo também a ver com inserção social. No dia seguinte, as conversas são sobre os eventos que todos assistiram.
Antes a informação e o conteúdo eram centralizados, agora as pessoas recebem informações, fotos e vídeos por WhatsApp. Como que vocês olham para essa capacidade de engajamento e repercussão com e entre as pessoas?
Maluf: Humildemente a gente vem aprendendo ao longo do tempo. É notório que a Disney tem uma capacidade de gerar essa experiência, de virar memória. O que a gente quer é oferecer a melhor tecnologia com um preço competitivo. Essa experiência de navegabilidade e principalmente de produto são fundamentais. Essa jornada precisa ser completa e democrática, permeando o cotidiano das pessoas. Quando você percebe que a marca te ouve, ela entrega melhor, porque no fundo a gente aprende todos os dias. Certamente muito do que a gente está falando aqui a gente vai provar, tentar, pensar e vão surgir novas coisas e a gente vai precisar inovar.
Como o amplo conteúdo Disney pode ser consumido transcendendo canais segmentados? Não apenas como publicidade de conteúdo em canais distintos do grupo, mas como conteúdo...
Lima: Lembro do que a Marvel fez com a ESPN na NBA meses atrás (Nota: em maio/21, um jogo da NBA foi brilhanemtente usado para ativar os personagens dos estúdios Marvel, propriedade do grupo Disney desde a compra da Fox. Na partida, elementos Marvel foram inseridos com tecnologia 3D no contexto do jogo). A gente contar as histórias dos esportistas, isso é entretenimento que pode transcender canais esportivos. O Michael Jordan tem um documentário contando a história dele, que aumenta ainda mais o conhecimento sobre ele e gera uma incrível experiência a usuário.
A ESPN tem um cenário muito competitivo atualmente de mídias esportivas. A emissora, por tanto tempo referência dos mais diversos conteúdos esportivos, trabalha pra voltar a ser como espaço de discussão e conteúdo?
Maluf: Desde a época da fusão a gente ficou gigante e pôde pegar o melhor de cada. Nossos direitos esportivos ampliaram e a gente passou a ter musculatura de ir atrás de coisas nunca inimagináveis como uma Copa América exclusiva pra tv a cabo. A gente começou a competir como gente grande. Contratamos o melhor escritório de cenografia norte-americano para reformar nossos estúdios com qualidade internacional. A gente vai continuar sendo referência de credibilidade com qualidade, com a informação precisa e agora com alto nível de imagem, sem deixar de lado outros esportes além do futebol, como a gente sempre foi e é visto. Não quer dizer que a gente não olhe para o futebol brasileiro. Com a lei atual se estabilizando, vamos analisar. Mas hoje nos vemos na frente nessa competição da mídia esportiva em vários aspectos. E o lançamento do Star+ com ESPN mostra o quanto estaremos ainda mais competitivos.