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Os times que não sabem o técnico que querem

No final de 2012, o Sport Recife foi rebaixado para a 2ª divisão do campeonato brasileiro de futebol. Ainda que tenha liderado uma boa campanha na reta final da competição, o técnico Sérgio Guedes foi demitido. Desde então, o time não apresentou um bom desempenho. Agora, no início de março, apenas três meses depois, um treinador foi contratado para conduzir o time de volta às vitórias. Contratado não, recontratado; porque […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 13 de março de 2013 às 13h23.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 09h07.

No final de 2012, o Sport Recife foi rebaixado para a 2ª divisão do campeonato brasileiro de futebol. Ainda que tenha liderado uma boa campanha na reta final da competição, o técnico Sérgio Guedes foi demitido. Desde então, o time não apresentou um bom desempenho. Agora, no início de março, apenas três meses depois, um treinador foi contratado para conduzir o time de volta às vitórias. Contratado não, recontratado; porque é Sérgio Guedes quem está de volta. E, segundo a diretoria do clube, com total confiança em seu trabalho, que não deveria ter sido interrompido no final de 2012.

A história acima já seria um exemplo de planejamento indecifrável, mas um clube da Itália vem mostrando um caminho ainda mais tortuoso. O Palermo, clube da primeira divisão italiana, confirmou na última terça-feira a quarta mudança no comando técnico da equipe apenas nesta temporada. O técnico Giuseppe Sannino foi contratado para o lugar de Gian Piero Gasperini, que é demitido do clube pela segunda vez em pouco mais de um mês. O curioso é que Sannino foi o primeiro treinador do Palermo na temporada, sendo demitido após três rodadas. Na sequência, Gasperini também foi demitido (pela primeira vez), assim como aconteceu com Alberto Malesani. Confuso, não? Resumindo: uma sequência inacreditável de trocas e voltas de treinadores em menos de um ano. A última colocação do time no campeonato é óbvia. E a situação de vai e volta de treinadores só não é pior, porque o regulamento do Campeonato Italiano não permite a contratação de técnicos de outras equipes para trabalhar por um diferente clube na mesma edição da competição nacional. Se permitisse…

Os exemplos acima, ainda que restritos ao futebol, mostram que ainda precisamos caminhar no quesito planejamento. É fundamental desenhar pelo menos uma temporada (curto prazo), planejá-la e trabalhar para alcançar os objetivos traçados. Porque se não havia convicção na escolha do treinador, houve falha de planejamento. Se havia convicção e o trabalho não rendeu o esperado, pode ter havido uma falha na escolha do profissional. Mas consideradas as situações em Pernambuco e na Itália, as lições são bem diferentes.

Para o Sport, melhor é assumir o equívoco na dispensa do antigo/novo treinador e, tendo certeza que ele pode ser o homem certo para o projeto, recontratá-lo, a ter uma irredutível teimosia e não trazê-lo de volta apenas para não assumir o erro. Boa decisão da diretoria que, espera-se, mantenha o treinador ao menos até o fim do ano. Já na Itália, o exemplo mostra um verdadeiro “não sabemos o que fazer”, porque o devaneio de contratações e recontratações mostra que nenhum planejamento resiste a uma série, mesmo curta, de derrotas.

Ainda que por enquanto seja impensável no Brasil (e talvez até não necessário) termos um exemplo como o Manchester United da Inglaterra, que mantém seu treinador Sir Alex Ferguson há mais de 26 anos, começamos a ver trabalhos mais duradouros, mesmo em fases mais difíceis. Essa postura é fundamental para a manutenção do planejamento, porque não é só mudar uma pequena peça e tudo segue da mesma forma, como alguns equivocadamente defendem. É a liderança técnica na execução do que foi planejado. Não à toa Corinthians e Fluminense têm abocanhado títulos nos últimos anos. Os treinadores tem estabilidade em seus cargos.

José Marin, presidente da Confederação Brasileira de Futebol, afirmou esta semana que depois da demissão de Mano Menezes, inicialmente escolhido para liderar nossa seleção em 2014, os brasileiros podem ter certeza que Felipão, contratado há três meses, será o técnico da nossa seleção na Copa que será realizado ano que vem aqui no Brasil. Só faltava ter sido contratado pra não ser. Se assim fosse, José Marin poderia muito bem ir fazer um estágio bem longe daqui. Talvez no Palermo, da Itália.

No final de 2012, o Sport Recife foi rebaixado para a 2ª divisão do campeonato brasileiro de futebol. Ainda que tenha liderado uma boa campanha na reta final da competição, o técnico Sérgio Guedes foi demitido. Desde então, o time não apresentou um bom desempenho. Agora, no início de março, apenas três meses depois, um treinador foi contratado para conduzir o time de volta às vitórias. Contratado não, recontratado; porque é Sérgio Guedes quem está de volta. E, segundo a diretoria do clube, com total confiança em seu trabalho, que não deveria ter sido interrompido no final de 2012.

A história acima já seria um exemplo de planejamento indecifrável, mas um clube da Itália vem mostrando um caminho ainda mais tortuoso. O Palermo, clube da primeira divisão italiana, confirmou na última terça-feira a quarta mudança no comando técnico da equipe apenas nesta temporada. O técnico Giuseppe Sannino foi contratado para o lugar de Gian Piero Gasperini, que é demitido do clube pela segunda vez em pouco mais de um mês. O curioso é que Sannino foi o primeiro treinador do Palermo na temporada, sendo demitido após três rodadas. Na sequência, Gasperini também foi demitido (pela primeira vez), assim como aconteceu com Alberto Malesani. Confuso, não? Resumindo: uma sequência inacreditável de trocas e voltas de treinadores em menos de um ano. A última colocação do time no campeonato é óbvia. E a situação de vai e volta de treinadores só não é pior, porque o regulamento do Campeonato Italiano não permite a contratação de técnicos de outras equipes para trabalhar por um diferente clube na mesma edição da competição nacional. Se permitisse…

Os exemplos acima, ainda que restritos ao futebol, mostram que ainda precisamos caminhar no quesito planejamento. É fundamental desenhar pelo menos uma temporada (curto prazo), planejá-la e trabalhar para alcançar os objetivos traçados. Porque se não havia convicção na escolha do treinador, houve falha de planejamento. Se havia convicção e o trabalho não rendeu o esperado, pode ter havido uma falha na escolha do profissional. Mas consideradas as situações em Pernambuco e na Itália, as lições são bem diferentes.

Para o Sport, melhor é assumir o equívoco na dispensa do antigo/novo treinador e, tendo certeza que ele pode ser o homem certo para o projeto, recontratá-lo, a ter uma irredutível teimosia e não trazê-lo de volta apenas para não assumir o erro. Boa decisão da diretoria que, espera-se, mantenha o treinador ao menos até o fim do ano. Já na Itália, o exemplo mostra um verdadeiro “não sabemos o que fazer”, porque o devaneio de contratações e recontratações mostra que nenhum planejamento resiste a uma série, mesmo curta, de derrotas.

Ainda que por enquanto seja impensável no Brasil (e talvez até não necessário) termos um exemplo como o Manchester United da Inglaterra, que mantém seu treinador Sir Alex Ferguson há mais de 26 anos, começamos a ver trabalhos mais duradouros, mesmo em fases mais difíceis. Essa postura é fundamental para a manutenção do planejamento, porque não é só mudar uma pequena peça e tudo segue da mesma forma, como alguns equivocadamente defendem. É a liderança técnica na execução do que foi planejado. Não à toa Corinthians e Fluminense têm abocanhado títulos nos últimos anos. Os treinadores tem estabilidade em seus cargos.

José Marin, presidente da Confederação Brasileira de Futebol, afirmou esta semana que depois da demissão de Mano Menezes, inicialmente escolhido para liderar nossa seleção em 2014, os brasileiros podem ter certeza que Felipão, contratado há três meses, será o técnico da nossa seleção na Copa que será realizado ano que vem aqui no Brasil. Só faltava ter sido contratado pra não ser. Se assim fosse, José Marin poderia muito bem ir fazer um estágio bem longe daqui. Talvez no Palermo, da Itália.

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