O Vasco de Juninho e a importância de ídolos no esporte
No último fim de semana, em uma partida disputada contra o Fluminense no novo e “salgado” Maracanã, o Vasco da Gama reencontrou seu maior ídolo atual: o já veterano Juninho. O jogador fez uma excelente partida. Os torcedores do clube, que passa por momentos financeiros e administrativos difíceis, voltaram a ficar esperançosos. Muito disso se deve, além da vitória contra o rival, à presença de Juninho. A identificação é incrível, […] Leia mais
Publicado em 24 de julho de 2013 às, 08h31.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 08h55.
No último fim de semana, em uma partida disputada contra o Fluminense no novo e “salgado” Maracanã, o Vasco da Gama reencontrou seu maior ídolo atual: o já veterano Juninho. O jogador fez uma excelente partida. Os torcedores do clube, que passa por momentos financeiros e administrativos difíceis, voltaram a ficar esperançosos. Muito disso se deve, além da vitória contra o rival, à presença de Juninho. A identificação é incrível, como se o jogador tivesse nascido para atuar no clube carioca. E como os vascaínos certamente enxergam isso, findo o jogo, mais comemoravam o retorno do ídolo ao time que a vitória sobre o importante adversário.
Quantos atletas há no Brasil como Juninho? A conclusão frustrante é que são poucos. Porque o ídolo entusiasma a torcida e desperta interesse. E desse interesse entusiasmado nasce mais renda, mais compra de produtos, mais desejo… O ídolo, ainda que por vezes mais caro ao clube, também traz um retorno financeiro maior. Especificamente no futebol brasileiro atual, verdadeiros ídolos incontestáveis nos clubes da primeira divisão são poucos, contados em uma mão. Além de Juninho para o Vasco, há Rogério Ceni no São Paulo, Harlei no Goiás, Alex no Coritiba e… Perdoem-me pela possível falta de memória, mas, ídolo real, inconteste, de outros não me lembro. No futebol, isso se deve em boa parte pela troca rápida de clubes por parte dos jogadores.
Mas há ídolos, ainda dentro do futebol, que assim o são exclusivamente em caráter nacional. Neymar e Ronaldo, pensando apenas nos últimos anos, tem essa característica. Ou dá pra dizer que, mesmo sendo tietados Brasil afora, alguma torcida, ainda que consideremos respectivamente Santos e Corinthians, os tem como ídolos absolutos? Se assim o fossem, o final da relação de cada um com os clubes teria sido diferente… Fenômeno parecido vive Giba e Bernardinho, no vôlei. São ídolos nacionais, mas sempre ligados à seleção e nunca realmente à uma equipe. Embora no vôlei brasileiro isso seja muito mais compreensível que no futebol.
O fato é que ser um ídolo nacional é excelente para qualquer atleta. Os patrocinadores o desejam com mais intensidade. Olhando em um grande exemplo fora do Brasil, temos Michael Jordan, o maior jogador da história da NBA e indispensável na expansão do liga mundo afora, Os amantes do esporte dele lembram, categoricamente, com a camisa do Chicago Bulls. Mas Jordan extrapolou sua atuação e conseguiu, além de ser ídolo dos torcedores de sua equipe, alcançar o posto de ídolo maior do esporte em sua nação e de milhões de pessoas pelo mundo. Ayrton Senna conseguiu feito semelhante, embora em proporções menores.
Se para o próprio atleta e sua equipe a condição de ídolo é importante, para as competições das quais participa isso não é menor. Pelo contrário. Ídolos nacionais ou de equipe são interessantíssimos para o sucesso comercial de quaisquer disputas, já que são quase garantias irrestritas de público, mídia e patrocínios.
O esporte brasileiro atual está, infelizmente, carente de grandes ídolos. Neymar é um, mas só um. Temos candidatos que ainda não chegaram plenamente ao posto: Anderson Silva caminhava (e ainda pode caminhar) para isso. Ao vitorioso Cesar Cielo falta uma consolidação de imagem. Lembrando das mulheres, temos Marta e Daiane dos Santos bastante conhecidas, mas que infelizmente não atingiram o patamar superior. Um verdadeiro ídolo tem credibilidade e, inclusive diante de situações delicadas, dela se utiliza. Exatamente como Ronaldo Fenômeno mais de uma vez dela se utilizou.
Os ídolos vão e vem e, sempre que desfilam sua técnica esportiva, parecem fazer sumir problemas insolucionáveis. Sem eles, o esporte fica burocrático. Equipes, torcedores e competições não querem isso. Todos querem mais Juninhos. Nesse momento, comemore torcedor vascaíno, o Juninho é todo seu! Que saiba o Vasco entender o tesouro que tem em mãos e que Juninho gere ao clube muito mais que pontos no campeonato. Que os gols venham também no coração dos vascaínos e na conta bancária do clube.
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