O que a FIFA viu da Copa no Brasil
Finda a Copa das Confederações, é preciso olhar para o evento. O Brasil avisou que faria tanto a melhor Copa das Confederações, como a melhor Copa do Mundo já vistas. Se ainda não sabemos como será em 2014, podemos dizer que o evento de 2013 pode até não ter sido o melhor, mas que foi muito bem organizado. Na entrevista coletiva de encerramento do torneio ocorrida na última segunda-feira, 01.07, […] Leia mais
Publicado em 2 de julho de 2013 às, 11h00.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 08h57.
Finda a Copa das Confederações, é preciso olhar para o evento. O Brasil avisou que faria tanto a melhor Copa das Confederações, como a melhor Copa do Mundo já vistas. Se ainda não sabemos como será em 2014, podemos dizer que o evento de 2013 pode até não ter sido o melhor, mas que foi muito bem organizado. Na entrevista coletiva de encerramento do torneio ocorrida na última segunda-feira, 01.07, no Rio de Janeiro, a FIFA fez um balanço de tudo o que viu. O evento contou com o presidente e o secretário-geral da entidade, respectivamente Joseph Blatter e Jérôme Valcke, além do presidente do COL (Comitê Organizador Local) José Maria Marin, e do ministro do Esporte, Aldo Rebelo. Durante o evento, a organização brasileira recebeu uma considerável nota 8.
Para a FIFA, a Copa foi bem sucedida, ainda que realizada durante um período conturbado do país. “Posso dizer que a Copa das Confederações atingiu 80% de satisfação. Isso é bom para uma competição-teste”, disse o secretário Valcke. As manifestações assustaram a entidade, mas segundo a própria FIFA, não diminuíram o êxito alcançado pelo evento. Pelo contrário. Blatter admitiu o temor existente desde o início da competição, mas ressaltou que a organização do evento precisou lidar com esse fator extra, geralmente inexistente durante competições da FIFA. E que ainda assim “viu evento extraordinário na final, como nunca tinha visto igual na vida”.
A Copa das Confederações teve média de público superior a 50 mil pessoas por partida, além do alto número de gols por jogo: impressionantes 4,25, muito em função da participação do Taiti. Se esses dados funcionam como música para a FIFA, outros fatores ainda deixaram a desejar. Todos eles, segundo a entidade, menores, se comparados à magnitude do evento. A FIFA citou como pontos a melhorar em 2014, prioritariamente, a limpeza nos estádios (principalmente nos banheiros), o melhor funcionamento das redes de telefonia nos arredores dos estádios, maior quantidade de voluntários bilíngues, já que durante a Copa do Mundo a tendência é que venham mais estrangeiros. Além disso, apontou que as dificuldades encontradas para a retirada de ingressos não podem se repetir, assim como as falhas no sistema de transporte público das cidades-sede. Outro ponto citado, talvez o mais interessante, é a intenção de manter por mais tempo os torcedores dentro das arenas após o os jogos. Os patrocinadores do evento certamente serão convocados para novas ações.
Mas mesmo com tantas ponderações, a FIFA viu um evento muito bom, porque assim foi. E ao falar que o país está no caminho certo para 2014, quando receberá a Copa do Mundo, novamente acerta. Blatter, em um discurso que já ultrapassava a análise técnica, chegou a cravar que “não foi um ensaio para a Copa do Mundo, foi um torneio de campeões”. O Brasil conseguiu realizá-lo em circunstâncias atípicas para qualquer país sede. Isso, para um evento de tal grandeza, não pode ser ignorado. Mas o avanço na organização do evento é apenas uma pequena parte de um mês significativo para o país. Porque junho de 2013 pode ser olhado como um mês de muitas vitórias para o Brasil. E a conquistada sobre a Espanha, merecidamente muito comemorada, foi só uma delas.
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