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O esporte é entretenimento. Certo, Brasil?

A população, o público que consome esporte, os torcedores, os turistas, as pessoas de outros países, os interessados e até os desinteressados. Esses são os objetivos principais dos executivos que pensam e trabalham para o esporte nos Estados Unidos. O esporte é visto como uma plataforma de estímulo capaz de entusiasmar a quem o experimenta a consumi-lo permanentemente. Os atletas são ferramentas desta plataforma, não maiores que ela. A mídia […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 5 de março de 2013 às 12h45.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 09h07.

A população, o público que consome esporte, os torcedores, os turistas, as pessoas de outros países, os interessados e até os desinteressados. Esses são os objetivos principais dos executivos que pensam e trabalham para o esporte nos Estados Unidos. O esporte é visto como uma plataforma de estímulo capaz de entusiasmar a quem o experimenta a consumi-lo permanentemente. Os atletas são ferramentas desta plataforma, não maiores que ela. A mídia é meio, não fim. E existe o show, a busca constante pela perfeição da apresentação, criando uma experiência mágica para as pessoas. Ou seja, o esporte é entretenimento.

No Brasil, um dos exemplos da diferença existente é que a mídia ainda é pensada como fim. O equívoco não é dar a ela uma atenção especial (porque merece), mas lembrar que a mídia transmite para alguém e que esse alguém deve ser, de fato, o alvo. A exposição é equivocadamente buscada considerando o alcance oferecido e o retorno financeiro gerado, mas é esquecido o principal: quem é alcançado. Não é (só) aparecer muito, é aparecer com qualidade e em múltiplos canais.

Se décadas atrás o máximo de experiência que uma pessoa poderia ter com uma partida de futebol era acompanhá-la no estádio e, pouco adiante, levar seu rádio AM para acompanhar a transmissão, hoje podemos assistir uma partida do sofá de nossas casas, com conforto e em full hd. Em casa ou no estádio, é possível acompanhar as estatísticas da partida ou campeonato já disponíveis via internet, sendo que quem vai ao estádio pode também postar fotos e comentar o que vê nas redes sociais. Há opções demais a serem exploradas.

E são esses canais diversos que estão adormecidos, esperando a ação do mundo esportivo. Para isso, é fundamental que o esporte e os clubes tenham profissionais no comando, incluindo as áreas estratégicas, como publicidade, marketing e comunicação. Não cabe mais a ocupação de cargo “porque é da chapa vencedora” das últimas eleições no clube. O futebol, por ser o esporte com maior penetração no país, tem o dever de ser o exemplo, mas as demais modalidades não precisam respeitar esse pioneirismo e devem se antecipar.

Para isso terão, naturalmente, o apoio de empresas absolutamente dispostas a colar sua imagem a esse novo modelo de esporte. Um modelo que se preocupa com o público, que é organizado, que respeita regras (principalmente éticas), que está pronto para colocar o esporte em um novo patamar. Isso porque as empresas que estão efetivamente dispostas a isso já estão nesse novo patamar. E por nele estarem exigem mais, sem ainda exigir muito, se considerado tudo o que se faz na América do Norte, por exemplo.

Porque é difícil pedir que o consumidor separe parte de seu orçamento para investir em algo que não o motiva e que não ofereça, como não é raro no Brasil, mínimas condições de receber um público razoável. O esporte precisa ser experiência, paixão trocada com seu público. Precisa entender que o consumidor deve ter dúvidas entre ir ao cinema ou a uma partida de futebol, entre um espetáculo musical ou um espetacular disputa de vôlei ou basquete. As dúvidas atuais pra quem vai ao estádio ou ginásio tem sido mais simples e frustrantes, como um “o que é que eu vim fazer aqui?” ou uma ainda mais devastadora “por que é que não fiquei em casa, onde ao menos eu tinha um banheiro à disposição?”. Dúvidas como essas podem até gerar fortes emoções, mas definitivamente não serão parte de uma tarde de entretenimento.

A população, o público que consome esporte, os torcedores, os turistas, as pessoas de outros países, os interessados e até os desinteressados. Esses são os objetivos principais dos executivos que pensam e trabalham para o esporte nos Estados Unidos. O esporte é visto como uma plataforma de estímulo capaz de entusiasmar a quem o experimenta a consumi-lo permanentemente. Os atletas são ferramentas desta plataforma, não maiores que ela. A mídia é meio, não fim. E existe o show, a busca constante pela perfeição da apresentação, criando uma experiência mágica para as pessoas. Ou seja, o esporte é entretenimento.

No Brasil, um dos exemplos da diferença existente é que a mídia ainda é pensada como fim. O equívoco não é dar a ela uma atenção especial (porque merece), mas lembrar que a mídia transmite para alguém e que esse alguém deve ser, de fato, o alvo. A exposição é equivocadamente buscada considerando o alcance oferecido e o retorno financeiro gerado, mas é esquecido o principal: quem é alcançado. Não é (só) aparecer muito, é aparecer com qualidade e em múltiplos canais.

Se décadas atrás o máximo de experiência que uma pessoa poderia ter com uma partida de futebol era acompanhá-la no estádio e, pouco adiante, levar seu rádio AM para acompanhar a transmissão, hoje podemos assistir uma partida do sofá de nossas casas, com conforto e em full hd. Em casa ou no estádio, é possível acompanhar as estatísticas da partida ou campeonato já disponíveis via internet, sendo que quem vai ao estádio pode também postar fotos e comentar o que vê nas redes sociais. Há opções demais a serem exploradas.

E são esses canais diversos que estão adormecidos, esperando a ação do mundo esportivo. Para isso, é fundamental que o esporte e os clubes tenham profissionais no comando, incluindo as áreas estratégicas, como publicidade, marketing e comunicação. Não cabe mais a ocupação de cargo “porque é da chapa vencedora” das últimas eleições no clube. O futebol, por ser o esporte com maior penetração no país, tem o dever de ser o exemplo, mas as demais modalidades não precisam respeitar esse pioneirismo e devem se antecipar.

Para isso terão, naturalmente, o apoio de empresas absolutamente dispostas a colar sua imagem a esse novo modelo de esporte. Um modelo que se preocupa com o público, que é organizado, que respeita regras (principalmente éticas), que está pronto para colocar o esporte em um novo patamar. Isso porque as empresas que estão efetivamente dispostas a isso já estão nesse novo patamar. E por nele estarem exigem mais, sem ainda exigir muito, se considerado tudo o que se faz na América do Norte, por exemplo.

Porque é difícil pedir que o consumidor separe parte de seu orçamento para investir em algo que não o motiva e que não ofereça, como não é raro no Brasil, mínimas condições de receber um público razoável. O esporte precisa ser experiência, paixão trocada com seu público. Precisa entender que o consumidor deve ter dúvidas entre ir ao cinema ou a uma partida de futebol, entre um espetáculo musical ou um espetacular disputa de vôlei ou basquete. As dúvidas atuais pra quem vai ao estádio ou ginásio tem sido mais simples e frustrantes, como um “o que é que eu vim fazer aqui?” ou uma ainda mais devastadora “por que é que não fiquei em casa, onde ao menos eu tinha um banheiro à disposição?”. Dúvidas como essas podem até gerar fortes emoções, mas definitivamente não serão parte de uma tarde de entretenimento.

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