O Aberto Brasil de Golfe vem aí. O que vem depois?
A 60ª edição do Aberto Brasil de Golfe será realizada entre os dias 17 e 20 de outubro, no Gávea Golf & Country Club, no Rio de Janeiro. Promovido pela IMX em parceria com a Confederação Brasileira de Golfe (CBG), o torneio distribuirá uma premiação recorde de US$ 150 mil entre os principais golfistas da América do Sul. O torneio, considerado o mais importante do circuito profissional de golfe do país e um dos mais relevantes […] Leia mais
Publicado em 7 de outubro de 2013 às, 10h39.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 08h48.
A 60ª edição do Aberto Brasil de Golfe será realizada entre os dias 17 e 20 de outubro, no Gávea Golf & Country Club, no Rio de Janeiro. Promovido pela IMX em parceria com a Confederação Brasileira de Golfe (CBG), o torneio distribuirá uma premiação recorde de US$ 150 mil entre os principais golfistas da América do Sul. O torneio, considerado o mais importante do circuito profissional de golfe do país e um dos mais relevantes da América Latina, faz parte do PGA Tour Latinoamérica e o público terá entrada franca para acompanhá-lo. Em paralelo ao campeonato, haverá clínicas de golfe, com aulas gratuitas para quem quiser conhecer o esporte.
No país, o evento é a única forma de se classificar para o PGA Tour, onde está a elite do golfe mundial. A premiação de US$ 150 mil é a maior do torneio nos últimos anos – no ano passado, a bolsa de premiação foi de US$ 130 mil. O grande destaque do evento será Alexandre Rocha, único brasileiro na principal liga de golfe do mundo. A disputa vale pontos para o ranking mundial de golfe, lista que definirá os atletas classificados para disputar a próxima Olimpíada. Isso porque após 112 anos de ausência, (última vez em 1904, em Saint Louis, nos Estados Unidos) Rio 2016 marcará o retorno da modalidade aos Jogos Olímpicos.
O Brasil conta atualmente com cerca de 25 mil praticantes, sendo 10 mil federados na Confederação Brasileira de Golfe (CBG). O país conta com uma vaga garantida no masculino e no feminino por ser o país sede dos Jogos Olímpicos. Mas pode ter mais uma vaga em cada categoria se alguém se classificar pelo ranking mundial (Alexandre Rocha é a esperança nesse sentido). No total, Rio 2016 será disputada por 160 golfistas, 80 no masculino e 80 no feminino.
E esse é o momento de se decidir qual o futuro do esporte no país, tentando fazê-lo ser olhado menos como uma atividade de nicho (25 mil pessoas em meio a 200 milhões é nicho). Os caminhos existem: o primeiro é diminuir minimamente sua fama de esporte elitista. Com isso, auxiliado pela competição que ocorrerá na próxima Olimpíada, é possível fazer o golfe chegar aonde e a quem ainda não chegou, mesmo que com evidentes restrições (principalmente de espaço físico). Outro caminho é definitivamente se assumir como um esporte para poucos e buscar o crescimento justamente nesse segmento que tem, certamente, muito mais que 25 mil pessoas.
Para isso, há uma receita crescente. O blog apurou que em 2010, a receita da CBG era de R$ 570 mil, com a maior parte oriunda de filiação de atletas. Em 2011, primeiro ano que a confederação passou a receber apoio do Ministério do Esporte e do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), o orçamento passou a R$ 3,1 milhões. Um novo crescimento em 2012 e o número chegou a R$ 4,6 milhões. Não é muito para a realização de grandes eventos esportivos. Mas é suficiente para organizar e transformar o golfe em um esporte maior e muito mais conhecido. Que a próxima edição do Aberto Brasil de Golfe, com sua entrada franca para os interessados, auxilie nessa trajetória. Porque toda e qualquer modalidade esportiva merece crescer. O golfe brasileiro não pode se contentar com 25 mil praticantes. Se assim se mantiver, poderá, literalmente, cair no buraco da estagnação.
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