Marcas se mobilizam por público LGBTQIA+ no Futebol
Estudo da Oldiversity aponta que 70% acredita que marcas devem integrar o tema diversidade e 54% crê que propagandas criam sociedade mais tolerante
Vinicius Lordello
Publicado em 1 de julho de 2021 às 07h09.
O futebol é uma paixão nacional sem limites para cor, crença, gênero ou orientação sexual. Nele e em qualquer âmbito social, o preconceito não pode vencer o amor, ofensas não podem ser vistas como brincadeiras e torcedores não deveriam se esconder para serem aceitos. Pensando nisso, diversos clubes ampliaram a mobilização em apoio à comunidade LGBTQIA+, que historicamente enfrenta enorme resistência para se ver reconhecida nas arquibancadas ou mesmo entre os atletas. É pouco, porque os clubes ainda reduzem suas ações à essa época do ano. Mas é um começo.
Infelizmente, agressões físicas e verbais contra pessoas LGBTQIA+ ainda marcam o ambiente do futebol – e o ódio e a divisão na sociedade ainda persistem mesmo com a maior adesão de clubes na defesa à bandeira da diversidade. Uma pesquisa do grupo anti-racismo Kick It Out mostra um aumento de 42% nas denúncias de discriminação durante a temporada 2019/20 do futebol na Inglaterra e no País de Gales. Só em relação às alegações de abuso com base na orientação sexual, o crescimento foi assustador, atingindo 95%.
A situação não é menos obscura no ambiente digital, onde a organização identificou junto a um grupo de mil torcedores britânicos que 32% já testemunharam comentários homofóbicos em 2019. Aqui no Brasil, o preconceito e a intolerância ajudam a manter o país há 12 anos no primeiro lugar do ranking dos que mais matam transgêneros no mundo, de acordo com uma pesquisa da Associação Nacional de Transexuais e Travestis (Antra).
Diante de tantos desafios ligados ao combate à LGBTfobia no Brasil, o futebol novamente se torna uma plataforma de conscientização coletiva, em torno do respeito e do combate ao preconceito enraizado na sociedade. A cada ano, mais marcas enxergam a oportunidade de explorar a visibilidade dos campos para ampliar a mobilização a favor da bandeira da diversidade. Uma visão revigorada que dá força a um debate urgente em torno do respeito e da valorização da comunidade LGBTQIA+.
É muito claro o potencial de reverberação positiva dessa mensagem junto à audiência. De acordo com um estudo da Oldiversity, 77% do público declaram aceitar a diversidade, 70% acreditam que as empresas e marcas devem integrar o tema diversidade e 54% acreditam que as propagandas ajudam a criar uma sociedade mais tolerante. O recado dessas marcas é bem claro: chegou a hora de superar esse tabu dentro do esporte. Referências à bandeira LGBTQIA+ em escudos, uniformes, braçadeiras de capitão, faixas de arquibancada e marcas associadas ao futebol buscam demonstrar que não há limites para o amor sob todas as formas.
Nos últimos dias vimos lindos exemplos em prol da diversidade vindos de diferentes clubes de futebol, assim como atletas e entidades ligadas a outras modalidades. Uma dessas iniciativas, em especial, chama a atenção por oferecer um acolhimento real à comunidade LGBTQIA+ ao meio futebolístico – e justamente entre os torcedores que ocupam as arquibancadas, um ambiente ainda considerado muito hostil para esse grupo.
No Vasco, após manifesto do clube, o controavante German Cano levantou, literalmente, a bandeira da diversidade. E foi acompanhando por dois atletas do clube. Nenhum dos três brasileiros. Vários outros clubes aproveitaram suas camisas e redes sociais pra abraçar a causa. Mas seguem abraçando com ressalvas.
A recém-lançada campanha “Ninguém Cala Esse Nosso Amor”, uma criação da consultoria de marketing Owly para
Centrum, busca liderar um movimento em parceria com o Botafogo, clube patrocinado pela marca, para promover diversas iniciativas em apoio a grupos que incluem gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. A principal das ações envolve o reconhecimento da primeira torcida do Botafogo formada por integrantes da comunidade LGBTQIA+, além da doação de uma faixa de arquibancada que a torcida poderá estender com orgulho no Estádio Nilton Santos e em todos os jogos do clube como mandante.
As ações destinadas à torcida LGBTQIA+ do Botafogo também contemplam a oferta de uma consultoria de
marketing gratuita sob liderança da Owly, incluindo a criação de uma logomarca (exibida abaixo). O objetivo é disseminar para todos os amantes do futebol um recado de grande impacto contra a LGBTfobia e a intolerância no esporte. A campanha ainda estampa na camisa do Botafogo a mensagem “#AmorÉAmor” no espaço do patrocínio máster. O uniforme especial, utilizado pelo elenco do glorioso em partida contra o Vitória, válida pela Série B do Campeonato Brasileiro, será depois leiloado a fim de destinar 100% do lucro para um projeto que oferece acolhimento para jovens LGBTQIA+.
A diversidade não está apenas na moda. Ela é uma tendência irreversível, inclusive no esporte. Daqui para frente, veremos cada vez mais marcas levando a mensagem pró-LGBTQIA+ para além da exposição da logomarca e das quatro linhas. Tudo em nome de uma mobilização ampla pela igualdade e pelo respeito – seja no futebol, em qualquer modalidade esportiva ou na sociedade como um todo.
O futebol é uma paixão nacional sem limites para cor, crença, gênero ou orientação sexual. Nele e em qualquer âmbito social, o preconceito não pode vencer o amor, ofensas não podem ser vistas como brincadeiras e torcedores não deveriam se esconder para serem aceitos. Pensando nisso, diversos clubes ampliaram a mobilização em apoio à comunidade LGBTQIA+, que historicamente enfrenta enorme resistência para se ver reconhecida nas arquibancadas ou mesmo entre os atletas. É pouco, porque os clubes ainda reduzem suas ações à essa época do ano. Mas é um começo.
Infelizmente, agressões físicas e verbais contra pessoas LGBTQIA+ ainda marcam o ambiente do futebol – e o ódio e a divisão na sociedade ainda persistem mesmo com a maior adesão de clubes na defesa à bandeira da diversidade. Uma pesquisa do grupo anti-racismo Kick It Out mostra um aumento de 42% nas denúncias de discriminação durante a temporada 2019/20 do futebol na Inglaterra e no País de Gales. Só em relação às alegações de abuso com base na orientação sexual, o crescimento foi assustador, atingindo 95%.
A situação não é menos obscura no ambiente digital, onde a organização identificou junto a um grupo de mil torcedores britânicos que 32% já testemunharam comentários homofóbicos em 2019. Aqui no Brasil, o preconceito e a intolerância ajudam a manter o país há 12 anos no primeiro lugar do ranking dos que mais matam transgêneros no mundo, de acordo com uma pesquisa da Associação Nacional de Transexuais e Travestis (Antra).
Diante de tantos desafios ligados ao combate à LGBTfobia no Brasil, o futebol novamente se torna uma plataforma de conscientização coletiva, em torno do respeito e do combate ao preconceito enraizado na sociedade. A cada ano, mais marcas enxergam a oportunidade de explorar a visibilidade dos campos para ampliar a mobilização a favor da bandeira da diversidade. Uma visão revigorada que dá força a um debate urgente em torno do respeito e da valorização da comunidade LGBTQIA+.
É muito claro o potencial de reverberação positiva dessa mensagem junto à audiência. De acordo com um estudo da Oldiversity, 77% do público declaram aceitar a diversidade, 70% acreditam que as empresas e marcas devem integrar o tema diversidade e 54% acreditam que as propagandas ajudam a criar uma sociedade mais tolerante. O recado dessas marcas é bem claro: chegou a hora de superar esse tabu dentro do esporte. Referências à bandeira LGBTQIA+ em escudos, uniformes, braçadeiras de capitão, faixas de arquibancada e marcas associadas ao futebol buscam demonstrar que não há limites para o amor sob todas as formas.
Nos últimos dias vimos lindos exemplos em prol da diversidade vindos de diferentes clubes de futebol, assim como atletas e entidades ligadas a outras modalidades. Uma dessas iniciativas, em especial, chama a atenção por oferecer um acolhimento real à comunidade LGBTQIA+ ao meio futebolístico – e justamente entre os torcedores que ocupam as arquibancadas, um ambiente ainda considerado muito hostil para esse grupo.
No Vasco, após manifesto do clube, o controavante German Cano levantou, literalmente, a bandeira da diversidade. E foi acompanhando por dois atletas do clube. Nenhum dos três brasileiros. Vários outros clubes aproveitaram suas camisas e redes sociais pra abraçar a causa. Mas seguem abraçando com ressalvas.
A recém-lançada campanha “Ninguém Cala Esse Nosso Amor”, uma criação da consultoria de marketing Owly para
Centrum, busca liderar um movimento em parceria com o Botafogo, clube patrocinado pela marca, para promover diversas iniciativas em apoio a grupos que incluem gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. A principal das ações envolve o reconhecimento da primeira torcida do Botafogo formada por integrantes da comunidade LGBTQIA+, além da doação de uma faixa de arquibancada que a torcida poderá estender com orgulho no Estádio Nilton Santos e em todos os jogos do clube como mandante.
As ações destinadas à torcida LGBTQIA+ do Botafogo também contemplam a oferta de uma consultoria de
marketing gratuita sob liderança da Owly, incluindo a criação de uma logomarca (exibida abaixo). O objetivo é disseminar para todos os amantes do futebol um recado de grande impacto contra a LGBTfobia e a intolerância no esporte. A campanha ainda estampa na camisa do Botafogo a mensagem “#AmorÉAmor” no espaço do patrocínio máster. O uniforme especial, utilizado pelo elenco do glorioso em partida contra o Vitória, válida pela Série B do Campeonato Brasileiro, será depois leiloado a fim de destinar 100% do lucro para um projeto que oferece acolhimento para jovens LGBTQIA+.
A diversidade não está apenas na moda. Ela é uma tendência irreversível, inclusive no esporte. Daqui para frente, veremos cada vez mais marcas levando a mensagem pró-LGBTQIA+ para além da exposição da logomarca e das quatro linhas. Tudo em nome de uma mobilização ampla pela igualdade e pelo respeito – seja no futebol, em qualquer modalidade esportiva ou na sociedade como um todo.