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Flamengo contrata promessa de 12 anos para a base

O Flamengo anunciou na última semana a contratação de um jovem jogador. E põe jovem nisso. Cassiano Bouzon, de 12 anos, passa a integrar as categorias de base do clube. O jovem ficou conhecido quando vídeos com suas jogadas foram publicados na internet e chamaram a atenção até do poderoso Barcelona. A família do menino, no entanto, recusou a ida à Europa. O talento parece ser tão grande que para […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2013 às 09h21.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h55.

O Flamengo anunciou na última semana a contratação de um jovem jogador. E põe jovem nisso. Cassiano Bouzon, de 12 anos, passa a integrar as categorias de base do clube. O jovem ficou conhecido quando vídeos com suas jogadas foram publicados na internet e chamaram a atenção até do poderoso Barcelona. A família do menino, no entanto, recusou a ida à Europa. O talento parece ser tão grande que para contratar o garoto, o Flamengo ainda precisou vencer a concorrência do rival Fluminense.

Contudo, o coordenador das categorias de base do clube, Marcos Biasotto, negou que o jovem será tratado como estrela pelo clube. Mais do que isso, garantiu que Cassiano será apenas “mais uma criança com grande potencial” no clube. Mas admitiu que, pelo futebol do garoto, o Flamengo oferecerá uma ajuda de custo à família e “todo suporte para que Cassiano se desenvolva como atleta”.

Crédito: Jatinder Singh

O Barcelona, clube espanhol que sondou Cassiano e que é considerado modelo de gestão de suas categorias de base, já usou de expediente semelhante ao contratar Lionel Messi, ainda com 13 anos, quando disputava campeonatos infantis pelo Newell’s Old Boys, da Argentina. O atual melhor jogador do mundo se mudou da América Latina para a Espanha ainda novo e sem qualquer garantia de sucesso futuro. Foi uma aposta, convicta, dos olheiros técnicos do clube.

Mas engana-se quem pensa que esta busca por um novo talento mirim está restrita à sua capacidade de fazer gols. A Federação Paulista de Futebol prepara um programa com foco em garotos com faixa etária entre 14 e 15 anos para formação de novos árbitros. “Hoje em dia o árbitro de futebol do Brasil é formado muito tarde. Temos bons profissionais, que são professores de educação física, mas que começam a trabalhar com 20 ou 21 anos. Ainda precisam de uns oito anos para chegar a árbitros internacionais. Quando atingem esse status, já não têm condições de manter uma carreira longa” pondera Marcos Marinho, presidente da Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol de São Paulo.

As recentes ações do Flamengo e da Federação Paulista de Futebol apenas escancaram o mundo futebolístico atual, que pode ter em seu segredo competitivo o garimpo por jovens com futuros promissores. No entanto, mais especificamente em relação aos clubes, a dúvida existe: O principal objetivo é revelar talentos ou lucrar financeiramente com a venda dos jogadores? Porque se as duas opções coexistem – e não há vergonha em pensar na saúde financeira do clube-, também podem ser motivações isoladas uma da outra.

Se o objetivo prioritário for revelar talentos, sendo natural o retorno financeiro posteriormente, facilita o desenvolvimento dos jovens, considerando importantes aspectos físicos e psicológicos. Nesse sentido, a criação de um jogador sofre grande influência durante suas fases de formação. E isso passa, inclusive, pela formação cultural e ligação estreita com a história do clube, do qual o jovem passa a fazer parte.

Mas se o foco for vender mais rapidamente jovens estrelas a preços mais interessantes para os clubes brasileiros (e mais caros para os clubes europeus), a ideia já nasce torta. O jovem passa a não ser formado integralmente, como pressupõe a vida nas categorias de base. A maioria dos clubes ainda está fechada com essa segunda opção, embora publicamente assegurem o contrário.

Porque o país ainda tem gestores esportivos que, lamentavelmente, não olham para a formação de um atleta como etapa fundamental para seu desenvolvimento. E só pensam isso porque, como gestores, também não estão desenvolvidos. Pelos equívocos que ainda são cometidos, até seria adequado se, em breve, os clubes realmente começassem a buscar novos jovens talentos… para a parte administrativa e estratégica.

Siga-nos no Twitter: @viniciuslord e/ou @EXAME_EsporteEx

O Flamengo anunciou na última semana a contratação de um jovem jogador. E põe jovem nisso. Cassiano Bouzon, de 12 anos, passa a integrar as categorias de base do clube. O jovem ficou conhecido quando vídeos com suas jogadas foram publicados na internet e chamaram a atenção até do poderoso Barcelona. A família do menino, no entanto, recusou a ida à Europa. O talento parece ser tão grande que para contratar o garoto, o Flamengo ainda precisou vencer a concorrência do rival Fluminense.

Contudo, o coordenador das categorias de base do clube, Marcos Biasotto, negou que o jovem será tratado como estrela pelo clube. Mais do que isso, garantiu que Cassiano será apenas “mais uma criança com grande potencial” no clube. Mas admitiu que, pelo futebol do garoto, o Flamengo oferecerá uma ajuda de custo à família e “todo suporte para que Cassiano se desenvolva como atleta”.

Crédito: Jatinder Singh

O Barcelona, clube espanhol que sondou Cassiano e que é considerado modelo de gestão de suas categorias de base, já usou de expediente semelhante ao contratar Lionel Messi, ainda com 13 anos, quando disputava campeonatos infantis pelo Newell’s Old Boys, da Argentina. O atual melhor jogador do mundo se mudou da América Latina para a Espanha ainda novo e sem qualquer garantia de sucesso futuro. Foi uma aposta, convicta, dos olheiros técnicos do clube.

Mas engana-se quem pensa que esta busca por um novo talento mirim está restrita à sua capacidade de fazer gols. A Federação Paulista de Futebol prepara um programa com foco em garotos com faixa etária entre 14 e 15 anos para formação de novos árbitros. “Hoje em dia o árbitro de futebol do Brasil é formado muito tarde. Temos bons profissionais, que são professores de educação física, mas que começam a trabalhar com 20 ou 21 anos. Ainda precisam de uns oito anos para chegar a árbitros internacionais. Quando atingem esse status, já não têm condições de manter uma carreira longa” pondera Marcos Marinho, presidente da Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol de São Paulo.

As recentes ações do Flamengo e da Federação Paulista de Futebol apenas escancaram o mundo futebolístico atual, que pode ter em seu segredo competitivo o garimpo por jovens com futuros promissores. No entanto, mais especificamente em relação aos clubes, a dúvida existe: O principal objetivo é revelar talentos ou lucrar financeiramente com a venda dos jogadores? Porque se as duas opções coexistem – e não há vergonha em pensar na saúde financeira do clube-, também podem ser motivações isoladas uma da outra.

Se o objetivo prioritário for revelar talentos, sendo natural o retorno financeiro posteriormente, facilita o desenvolvimento dos jovens, considerando importantes aspectos físicos e psicológicos. Nesse sentido, a criação de um jogador sofre grande influência durante suas fases de formação. E isso passa, inclusive, pela formação cultural e ligação estreita com a história do clube, do qual o jovem passa a fazer parte.

Mas se o foco for vender mais rapidamente jovens estrelas a preços mais interessantes para os clubes brasileiros (e mais caros para os clubes europeus), a ideia já nasce torta. O jovem passa a não ser formado integralmente, como pressupõe a vida nas categorias de base. A maioria dos clubes ainda está fechada com essa segunda opção, embora publicamente assegurem o contrário.

Porque o país ainda tem gestores esportivos que, lamentavelmente, não olham para a formação de um atleta como etapa fundamental para seu desenvolvimento. E só pensam isso porque, como gestores, também não estão desenvolvidos. Pelos equívocos que ainda são cometidos, até seria adequado se, em breve, os clubes realmente começassem a buscar novos jovens talentos… para a parte administrativa e estratégica.

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